Dolmen da Pedra Branca e percurso megalítico nas terras baixas de Melides-Cascalheira

Joaquina Soares

 

Sepultura do Marco Branco

Freguesia/Concelho:S. Francisco da Serra (Santiago do Cacém)

Localização: 38° 6'2.03"N; 8°43'7.03"W (C.M.P. 1:25000, Folha 505)

Cronologia: Protomegalítismo (Neolítico médio)

 

Dólmen da Palhota

Freguesia/Concelho:S. Francisco da Serra (Santiago do Cacém)

Localização: 38° 6'27.18"N; 8°43'36.42"W (C.M.P. 1:25000, Folha 505)

Cronologia: Megalítismo médio (Neolítico médio/recente)

 

Dólmen da Pedra Branca

Freguesia/Concelho:Melides (Grândola)

Localização:38° 6'47.45"N; 8°43'27.79"W(C.M.P. 1:25.000; folha 505).

Cronologia:Neolítico final e Horizonte Campaniforme (Idade do Bronze antigo)

Classificação: Imóvel de Interesse Público,Joaquina Soares*0000000000000000nº 163, de 17 de Julho 0000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000Joaquina Soares*0000000000000000nº 163, de 17 de Julho 0000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000 pelo Decreto-Lei nº 29/90, DR nº 163, de 17 de Julho

 

Introdução

Em ambas as margens da Ribeira da Cascalheira, nas terras férteis de Vale Figueira e no sopé das colinas de S. Francisco, em direcção à Lagoa de Santo André (Figs. 1A e 1B), localiza-se um conjunto de monumentos megalíticos (concelhos de Grândola e de Santiago do Cacém) (Figs. 2A, 2B e 4) que justifica a criação de um percurso arqueológico, complementado pelo povoado de Neolítico antigo evolucionado de Salema (Fig. 5) e pela necrópole da Idade do Bronze médio de Casas Velhas.

Trataremos aqui tão somente dos monumentos megalíticos (Fig. 3), com especial destaque para o dólmen da Pedra Branca (Fig. 17).

Protomegalitismo e sepultura do Marco Branco

As primeiras sepulturas pétreas, de câmara fechada, sob tumuli, localizadas no exterior dos povoados, são construídas na transição para o Neolítico médio, provavelmente nos finais do V milénio A.C. Possuem escasso espólio (Fig. 9). O investimento era dirigido para a construção do monumento, ou seja, para a construção social do antepassado comum, noção polarizadora da estrutura de parentesco subjacente à organização societal segmentária. Este tipo de sepultura, em atenção às suas pequenas dimensões e planta fechada, pode ter sido construído para receber somente os restos mortais do ancião fundador do grupo, mas a sua arquitectura, dissociada do espaço doméstico e entrosada na paisagem de uma particular forma, terá adquirido a necessária transcendência de representação colectiva e mítica do grupo. Na Costa Sudoeste portuguesa este tipo de monumento funerário está bem representado pela sepultura do Marco Branco (Figs. 6 e 7), S. Francisco da Serra, Santiago do Cacém (Tavares da Silva & Soares, 1983). Embora possua uma pequena área útil (1,70mx1,35m), na sua câmara de orientação E.-W. e planta oval, com 2,20mx1,35m, ocorreram dois níveis de enterramentos (Figs. 8A e 8B), o que revela o protagonismo do lugar no ordenamento do espaço simbólico da população neolítica desta região. Infelizmente, os ossos submetidos a análise radiocarbónica não possuíam suficiente colagénio para a obtenção de datas absolutas. Chegou-nos a informação, por confirmar, de que um pároco da freguesia de Ermidas do Sado teria identificado no Lousal algumas pequenas sepulturas do tipo referido; sendo esta uma linha de investigação que importa prosseguir, valerá a pena avaliar melhor o conteúdo desta informação.

Na herdade do Pessegueiro, em Sines, identificamos a única necrópole protomegalítica até agora conhecida no país (Soares & Tavares da Silva, 2000b).

Sepultura da Palhota e megalitismo médio

Arquitectura

Durante o Neolítico médio, sobretudo a partir de meados do IV milénio A.C., os monumentos funerários megalíticos possuem, em geral, estrutura de acesso à câmara funerária. Este acesso configura o carácter colectivo das sepulturas. Assiste-se a um certo polimorfismo associado a expressões regionalizadas da arquitectura megalítica. No espólio artefactual que acompanha os mortos têm presença relevante os instrumentos em pedra polida, pontas de projéctil de formas geométricas na sua maioria trapezoidais, em sílex, e recipientes cerâmicos esferoidais, não decorados. Registam-se vestígios de rituais de fogo e de deposição de ocre, segundo alguns autores com fins práticos de higienização. A sepultura megalítica da Palhota (S. Francisco da Serra, Santiago do Cacém) possuía um pequeno altar no interior da câmara funerária, onde se realizavam combustões, certamente ritualizadas, no quadro de cerimónias fúnebres que estamos longe de recuperar.

O monumento megalítico de Palhota localiza-se na freguesia de S. Francisco da Serra, concelho de Santiago do Cacém, a cerca de 300m para ESE do monte de Palhota, sobre um pequeno esporão da margem direita da Ribeira da Cascalheira (Fig. 1B) de topo aplanado, com a cota de 80m e extensa visibilidade sobre os solos férteis das margens da ribeira. O sílex encontra-se disponível nas formações do Mesozoico. O monumento é constituído por sepultura de câmara e corredor diferenciado sob tumulus (Fig. 10). O comprimento máximo da sepultura propriamente dita é de 5,40m e abre-se a E. 19ºS. A câmara funerária possui junto da entrada, no canto NE, um pequeno altar com vestígios de acção do fogo, de planta rectangular com 1x0,50m. A câmara apresenta planta sub-rectangular a tender para trapezoidal, com 2,20m de comprimento e 2,0m de largura, e é acessível a partir de um corredor alongado e bem diferenciado, com 3,20m de comprimento e 0,80m de largura máxima. O espólio antropológico encontrava-se muito destruído e distribuía-se por 5 áreas, levando os escavadores a pensar que a sepultura não teria recebido um número de tumulações muito superior a cinco. A sepultura foi coberta por tumulus com cerca de 14,60m de diâmetro, muito arrasado em altura, mas conservando na sua base as seguintes estruturas:

  • Cintura de blocos encostada aos esteios da câmara e do corredor, para reforço dos mesmos;
  • Primeira coroa de blocos com cerca de 1m de largura, de contorno sub-circular, com cerca de 3,5/4m de raio. Interrompe-se na direcção do corredor, junto da sua entrada exterior;
  • Segunda coroa de blocos, com cerca de 1,50m de largura, de contorno sub-circular com cerca de 7,30m de raio. Interrompe-se na direcção do corredor, cuja entrada fica recuada. Esta estrutura delimitava externamente o monumento, impedindo a desmontagem da colina artificial que o protegia, constituída por argila vermelha localmente disponível.

O monumento foi ritualmente encerrado através de estrutura de condenação que bloqueou a entrada do corredor.

Espólio funerário

A cultura material móvel permite afirmar que além do ritual de acompanhamento dos defuntos por artefactos, sobretudo cerâmicos e líticos, mas também adornos (Fig. 11), ocorreram deposições votivas, no exterior da sepultura, na colina tumular (Figs. 12-15), espaço eminentemente colectivo e de representação grupal. Não só pela arquitectura do monumento, mas também pela tipologia dos artefactos recolhidos é possível datar a fundação e primeira fase de utilização da sepultura megalítica da Palhota do Neolítico médio, provavelmente na primeira metade do IV milénio A. C.

A soma de probabilidades obtida para 3 datações sobre amostras de ossos humanos, para um grau de confiança de 2 sigma, forneceu o intervalo em anos de calendário de 3311 a 2674 A. C., estatisticamente idêntico à primeira grande fase de funcionamento do dólmen da Pedra Branca, o que mostra que ambas as sepultura tiveram utilização sincrónica durante um determinado lapso de tempo.

Em um momento tardio, provavelmente após o encerramento do corredor, na primeira metade do II milénio A. C., verificou-se a sua reutilização, como ficou documentado por um conjunto de fragmentos de recipientes cerâmicos e duas peças de cobre (cinzel e machado plano), provenientes da Camada 1, que podem ser atribuídas à Idade do Bronze médio (Fig. 16).

Dólmen da Pedra Branca

Arquitectura e diacronia

A sepultura megalítica da Pedra Branca (Fig. 17), localizada no concelho de Grândola e freguesia de Melides, em paisagem de pequenas e médias colinas de ossatura mesozóica (grés de Silves, margas e calcários), da margem direita da Ribeira da Cascalheira (Fig. 4), foi escavada e publicada por O. da Veiga Ferreira e colaboradores, respectivamente em 1972 e 1975. Apresenta uma planta (Figs. 17 e 18) com câmara funerária poligonal e corredor desenvolvido (dividido em dois tramos por septos parciais), sob tumulus. No que concerne à cobertura, não existe informação. Na cripta funerária encontrava-se implantado um pilar, de quartzito, com 2,20x0,60x0,50m, certamente com a função estrutural de repartir com os esteios o peso da cobertura da cripta; esta solução justificar-se-ia, nomeadamente, na ausência de pedra de padieira, minimizadora do desequilíbrio gerado pela abertura do corredor. O estado de conservação do monumento não nos permite, porém, reconstituir os alçados totais do mesmo.

O recurso a pilar central para sustentação da cobertura da câmara funerária tem sido documentado em sepulturas de falsa cúpula: em madeira, no tholos da Praia das Maçãs (Leisner, Zbyszewski e Ferreira, 1969); no monumento de falsa cúpula de A. dos Tassos,onde o pilar era em pedra, à semelhança do observado na sepultura de Pedra Branca: “No meio da cripta havia sido colocado um pilar que encontrámos partido em dois. Sobre este pilar iriam convergir grandes lajes partindo da parede […] Este sistema de cobertura de uma cripta circular lembra o encontrado em alguns túmulos de Almizaraque. Aí, o pilar era por vezes de madeira” (Viana et al., 1961, p.10).

A câmara do dólmen da Pedra Branca possui as seguintes dimensões máximas: 3,85m (N-S) x 3,40m (E-W); o seu interior encontrava-se dividido em sectores radiais, dos quais subsistiu apenas um na área menos afectada por perturbações pós-deposicionais; o esteio contíguo ao da cabeceira, do lado norte, foi removido, quiçá na fase de reutilização campaniforme da câmara funerária (Ferreira et al., 1975) (Fig. 28), possivelmente pelo facto da entrada da sepultura não se encontrar visível ou praticável.

O corredor do dólmen da Pedra Branca, virado ao quadrante este, possui 3,50m de comprimento, 1,50m de largura máxima e encontra-se dividido em dois compartimentos, por septos transversais e parciais. A ligação à câmara funerária realiza-se através de passagem reduzida por duas ombreiras ou batentes. Houve uma clara preocupação em segmentar o espaço, não só na câmara, como também na estrutura de acesso, muito provavelmente ao serviço de uma gestão diferenciada do mesmo.

Este monumento, construído por esteios de calcário e grés localmente disponíveis e por pilar central de quartzito, ocupa o topo de uma pequena colina, em parte artificial, pela construção da própria mamoa. Possui ampla visibilidade para os quadrantes oeste, norte e sul, atingindo-se visualmente o oceano, a cerca de 5 km. Para leste, o relevo é bem mais acidentado, elevando-se rapidamente até ao rebordo ocidental da Serra de Grândola.

Embora tipologicamente se enquadre na fase de apogeu do Megalitismo (Tavares da Silva, 1987, p. 85-93), trata-se de uma sepultura de médias dimensões, muito distanciada do gigantismo dos grandes dólmenes alto-alentejanos, dos quais a Anta Grande do Zambujeiro é um exemplo paradigmático (Soares & Tavares da Silva, 2010), e para os quais não existem paralelos na Costa Sudoeste.

A escavação da sepultura da Pedra Branca revelou a existência de duas fases de utilização, em descontinuidade estratigráfica:

 - Estrato superior (nível I), com cerca de 0,30m de espessura, em cujo topo (primeiros 0,20m) foram escavadas, em fossa, duas sepulturas campaniformes, da variante incisa do Grupo de Palmela, junto ao esteio de cabeceira (Ferreira, et al., 1975) (Fig. 28). A camada de abandono, em que foram abertas as duas sepulturas campaniformes, selava o primeiro estrato de utilização do monumento e era constituída por argilas. A reutilização campaniforme deverá, pois, ter ocorrido quando a arquitectura do monumento já não se encontrava plenamente eficiente; o depósito de uma espessa camada de abandono no seu interior é revelador da dinâmica erosiva do tumulus, associada a hipotética deslocação da cobertura e/ou instabilização dos esteios. Em termos simbólicos e ideológicos, a sepultura mantinha-se, porém, operativa, ilustrando bem o carácter cumulativo das paisagens megalíticas;

- O mais antigo estrato de utilização (nível II) que, pelo menos na fase terminal, se comportou como ossário (brecha óssea com 0,30m de espessura) onde se identificaram restos de cerca de 65 depósitos funerários, foi referido pelos escavadores como dolménico-almeriense; as datas radiométricas por nós obtidas respeitam a este primeiro estrato de utilização do monumento e per-mitem avaliar a sua longa duração: do Neolítico médio/final ao Calcolítico pré-campaniforme. Trata-se de um período com cerca de 500 anos em cronologia radiocarbónica convencional e com cerca de 700 anos em datas calibradas.

 

Construção e utilização do monumento. De meados do IV a meados do III milénios A. C.

Em 1994, procedemos à datação de duas amostras de ossos humanos (Soares, 2010), provenientes do nível inferior de tumulações (pré-campaniforme). Uma do interior da câmara, recolhida junto do ortostato 1 (conjunto 1A), no compartimento onde terá surgido o espólio mais antigo: “le matériel de la crypte est plus ancien que celui du couloir, et notamment celui qui fut trouvé dans la division cloisonnée du côté gauche de la crypte” (Ferreira et al., 1975, p.118) e outra, do corredor, junto do ortostato 7, onde se observou uma concentração de recipientes cerâmicos evolucionados: “on ne trouve ni lames de sílex, ni plaques anthro-pomorphiques, dans la zone du couloir entre les dalles 7 et 8, local d‘où ont été retirés les seuls vases carénés de type almérien et ceux à suspension avec mamelons perforés” (Ferreira et al., 1975, p.120).

 

Amostra recolhida na câmara funerária

A datação da amostra de ossos humanos proveniente da câmara funerária, do compartimento do lado esquerdo da mesma ― ICEN-1040: 4620±60 BP; calibrada a um sigma, abrange o intervalo de 3517-3342 cal A. C., e a dois sigma, 3628-3106 cal A. C.. Este intervalo pode ser reduzido (descartados os intervalos de menor potência explicativa) para 3529-3312, em anos de calendário antes de Cristo. Obteve-se, pois, uma cronologia do Neolítico médio-final, correspondente a meados/terceiro quartel do IV milénio A. C. (Fig. 19). Este resultado poderá corresponder ao início da utilização do monumento(Fig. 20) .

Amostra recolhida no corredor

A datação da amostra de ossos humanos recolhida no corredor (ICEN-1041) forneceu o resultado de 4120±60 BP. Calibrada a um sigma, abrange o intervalo de 2861-2582 cal A. C., e a dois sigma, de 2880-2497 cal A. C.. Este intervalo pode ser melhorado se considerarmos apenas o intervalo de maior potência explicativa (97%): 2880-2566 cal A. C.. Obtém-se, assim, uma cronologia calcolítica, da primeira metade do III milénio A. C. (Fig. 19), que interpretamos como indicadora do final de um longo ciclo de utilização.

Esta data é estatisticamente idêntica à obtida para a amostra de ossos humanos (ICEN- 844) do monumento da Pedra Escorregadia (Vila do Bispo), cujo intervalo cronológico para 2 sigma é de 2881-2460 cal A.C. (Gomes, 1997), e estatisticamente idêntica às datas (ICEN-956/957) obtidas para amostras de ossos humanos de um dos tholoi anexos à Anta 2 do Olival da Pega (OP2b), as quais apontam também para a primeira metade do III milénio A. C. (2920-2501 cal A.C. a 2 sigma) (Gonçalves e Sousa, 2000). As novas arquitecturas funerárias, com criptas de falsa cúpula, representadas na região de Melides pelo tholos da Salema, infelizmente destruído, e do qual somente se recuperou a descrição oral e um ídolo cilindro oculado, em calcário (Tavares da Silva e Soares, 1981), não ditaram o fim, na maioria das situações, dos velhos monumentos megalíticos, como se observou, por exemplo, também em Évora, na Anta Grande do Zambujeiro (Soares e Tavares da Silva, 2010) e na necrópole de Vale de Rodrigo, em funcionamento até ao pleno Calcolítico (Höck e Kalb, 2000).

Discussão dos resultados

As datações radiocarbónicas do primeiro estrato de utilização do dólmen da Pedra Branca ilustram bem o carácter aberto dos monumentos de corredor e a possível utilização de alguns deles, aparentemente sem soluções de continuidade, até meados do III milénio A.C. (Figs. 21-27), altura em que frequentemente já se encontravam transformados em ossários. A longa operacionalidade destes monumentos funerários é reforçada, no caso da Pedra Branca, por reutilização campaniforme, do Grupo Palmela, na variante com cerâmica incisa, em clara descontinuidade estratigráfica com a primeira camada de tumulações. Tenha-se presente que as fossas funerárias foram abertas em camada de abandono na área da câmara, em desconexão com o projecto arquitectónico do monumento, muito provavelmente a partir de acesso criado por deslocação do esteio contíguo ao da cabeceira, do lado norte.

A atribuição da primeira fase de utilização do dólmen de Pedra Branca a meados e terceiro quartel do IV milénio A.C., tais como Carapito 1, Antelas e Dombate, enquadra este monumento na fase da plena afirmação das sociedades agro-pastoris, viabilizadas pela segunda revolução neolítica ou revolução dos produtos secundários da criação de gado (RPS), a qual propiciou significativos aumentos da produtividade e a correlativa acumulação de sobreproduto económico (Soares, 2000).

Comparar monumentos tipologicamente similares, mas distantes não só no espaço, mas sobretudo no investimento de trabalho, matérias-primas e tecnologia, é um exercício estimulante e intrínseco ao raciocínio arqueológico, que, contudo, exige apertado controlo da dimensão temporal.

Pela tipologia arquitectónica, cultura material e cronologia radiocarbónica, podemos afirmar que na transição para o Calcolítico, os monumentos da Pedra Branca e da Anta Grande do Zambujeiro funcionaram em simultâneo, o que permite apreender a dimensão espacial ou geográfica da desigualdade social. Os casos extremos em análise colocam didacticamente em evidência a concentração de poder e excedentes nos pólos mais centrais do sistema de povoamento, no caso vertente a área de Évora (Anta Grande do Zambujeiro), e expõem a desvalorização das áreas mais marginais, como o Alentejo Litoral (dólmen da Pedra Branca) ou o Barlavento algarvio (dólmen da Pedra Escorregadia).

Mesmo defendendo um acesso restrito à generalidade das sepulturas megalíticas, por parte de grupos locais pertencentes a linhagens de prestígio, detentores de poder sobre determinados territórios, no quadro de sociedades segmentárias ou linhageiras, constata-se que o registo funerário na região de Melides e na generalidade da Costa Sudoeste poderia enquadrar-se em formações sociais onde a desigualdade seria ainda difusa, por menor desenvolvimento das forças produtivas e por relações de produção de mais vincada tonalidade parental, ao contrário do observado no Alto Alentejo, onde os grandes monumentos funerários documentam com eloquência a desigualdade socio-económica intra-grupal, mas se revelam, essencialmente, como ícones de afirmação e de competição intergrupal. Com efeito, não se limitam a espelhar determinada realidade social; algum protagonismo lhes deve ser imputado nos precocestraçados dos mapas da desigualdade.

Reutilização dos inícios da Idade do Bronze (Horizonte Campaniforme, Grupo Palmela Inciso)

A partir de meados do terceiro milénio A.C., com o Horizonte Campaniforme, surgem inequívocas fracturas na matriz sociocultural herdada do período anterior, reveladoras de distinto modelo de organização social. As evidências arqueológicas desta mudança económica, social e cultural estão bem plasmadas na última fase de utilização do monumento da Pedra Branca, que embora não tendo sido datada radiocarbonicamente, situamos nos finais do III milénio A.C./inícios do seguinte (Soares & Tavares da Silva, 1998 ,2000, 2008; Soares, 2014).

Nos finais do III milénio A. C., embora se continue a praticar o enterramento colectivo, as elites guerreiro-administrativas emergentes (chefaturas) adquirem o direito de tumulação individual, por vezes reutilizando sepulturas de antepassados (Fig. 28). Presumimos esse comportamento aquando da revisitação da necrópole de hipogeus da Quinta do Anjo (Soares, 2003), mas no dólmen da Pedra Branca a escavação inequivocamente confirmou a existência de duas sepulturas campaniformes, individuais, de corpo estendido, abertas na camada de sedimentos que foram sendo depositados após o encerramento do sepulcro colectivo do Neolítico-Calcolítico; alguns objectos de prestígio sociotécnicos e ideotécnicos de momentos anteriores foram redepositados nas sepulturas campaniformes, claramente como património de que as elites campaniformes se consideravam legítimas herdeiras (heirlooms) (Figs.29-36):

No caso da Pedra Branca, em Melides, as duas sepulturas encontradas estão bem individualizadas e foi possível determinar, com relativo rigor, a posição dos objectos dentro do sepulcro, assim como a postura do indivíduo ali sepultado. A primeira sepultura deu um conjunto deveras interessante, constituído pelas seguintes peças:

  • Do lado da cabeça do morto estavam três vasos campaniformes ornamentados: uma grande taça tipo Palmela, um vaso de colo alto e, ao lado, uma caçoila acampanada;

  • Do lado dos pés, uma taça hemisférica lisa dentro de um grande vaso campaniforme de colo alto, tipo bretão, e junto a estes, em posição normal, uma caçoila baixa, carenada, lisa, e com omphalus, também de tipo encontrado na Bretanha.

  • Perto dos vasos lisos: uma placa de pedra verde, trabalhada com muito cuidado, com ornamentação em espinha convergente, uma ponta de cobre tipo Palmela, contas várias [...] e um fragmento de placa de xisto com dois furos.

  • A meio da sepultura, um belo braçal de arqueiro e uma lâmina de sílex bem retocada.

 “A segunda sepultura, perpendicular à primeira e com os pés para a cabeceira daquela, tinha também um esqueleto.

  • Do lado da cabeça havia uma taça grande com bordo ornamentado, e uma caçoila acampanada, com omphalos e decoração incisa.

  • Do lado dos pés: uma caçoila lisa sem omphalos, dum tipo encontrado em França, em Aude, duas placas, uma de xisto cinzento e a outra de pedra verde, uma ponta de cobre de tipo esguio e uma pequena placa de osso, furada.

  • Mais ou menos a meio: onze contas várias de rochas verdes.

  • Perto dos vasos ornamentados: uma ponta de seta de jaspe, com base côncava, os restos de um alfinete de osso com cabeça postiça e canelada, e duas lâminas de sílex bem trabalhadas.

Os restos de uma das duas garrafas campaniformes encontradas perto dos pés da sepultura nº1, devem fazer parte deste conjunto sepulcral.”

(Ferreira et al., 1975b, p. 49-50)

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STUIVER, M. & REIMER, P. J. (1993) - Extended 14C data base and revised CALIB 3.0 14C age calibration. Radiocarbon, 35. Tucson, p. 215-230.

TAVARES DA SILVA, C. & SOARES, J. (1983) - Contribuição para o estudo do Megalitismo do Alentejo Litoral. A sepultura do Marco Branco (Santiago do Cacém). O Arqueólogo Português, 1, S. 4, p. 63-88.

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TAVARES DA SILVA, C. & SOARES, J. (1981) -Pré-história da Área de Sines. Lisboa: Gabinete da Área de Sines.

VIANA, A.; FERREIRA, O. da Veiga & ANDRADE, R. F. (1961) - Descoberta de dois monumentos de falsa cúpula na região de Ourique. Revista de Guimarães, 71 (1-2), p. 5-12.

 

 

 

Fig. 1A – Campos agrícolas de cultivo de cereais, desde o dólmen da Pedra Branca a caminho da sepultura da Palhota. Seg. Soares, 2010.

 

 

Fig. 1B – Localização dos dólmens da Palhota (1) e Pedra Branca (2). Vista da margem sul do vale da ribeira da Cascalheira.

 

 

Fig. 2A – Localização da área megalítica da ribeira da Cascalheira na Península Ibérica. Seg. Soares, 2010.

Fig. 2B – Paisagem megalítica cumulativa da bacia da ribeira da Cascalheira: 1 – dólmen da Pedra Branca. 2 – dólmen de Palhota. 3 – sepultura megalítica destruída pela pedreira da Salema. 4 – sepultura protomegalítica do Marco Branco. Base cartográfica: CMP, esc. 1: 25000, folha 505. Seg. Soares, 2010.

 

 

Fig. 3 – Tipologia arquitectónica e artefactual dos monumentos megalíticos da região de Melides (Alentejo litoral). Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

 

 

 

Fig. 4 – Localização do dólmen da Pedra Branca (triângulo vermelho) em foto Google earth. Delimitação, a azul, das várzeas das ribeiras da Cascalheira (a sul), e de Melides (a norte), vendo-se também as lagoas de Santo André e de Melides, barradas por cordão dunar. Para nascente do dólmen da Pedra Branca desenvolvem-se os contrafortes da Serra de Grândola. A pequena mesopotâmia onde se localizou o dólmen da Pedra Branca foi intensamente ocupada no decurso da Pré-história recente. Seg. Soares, 2010.

 

 

 

Fig. 5 – Localização da sepultura do Marco Branco (círculo vermelho) e do povoado do Neolítico antigo evolucionado de Salema (mancha amarelada). Escala 1: 5000. Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

 

 

 

Fig. 6 – Sepultura protomegalítica do Marco Branco. A – Planta; B – Perfil estratigráfico N.-S.; C – Perfil estratigráfico E.-W.. Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

 

 

Fig. 7 – Sepultura protomegalítica do Marco Branco. Estrutura tumular (em cima) e aspecto geral da sepultura visto de sul. Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

 

 

Fig. 8 A – Sepultura protomegalítica do Marco Branco. Plano da base da camada 3, respeitante à 1ª fase de utilização. Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.B – Sepultura protomegalítica do Marco Branco. Plano do topo da camada 3, respeitante à 2ª fase de utilização. Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

 

 

 

Fig. 9 – Sepultura protomegalítica do Marco Branco. Espólio em pedra lascada, fragmento de recipiente cerâmico e duas contas de colar (nºs 3 e 12) do interior da sepultura. Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

 

 

Fig. 10 – Sepultura megalítica da Palhota. Planta e alçados W.-E. (em baixo) e N.-S. (lateral). Seg. Soares & Tavares da Silva, 1976-77.

 

 

Fig. 11 – Sepultura megalítica da Palhota. Espólio do interior da sepultura. Seg. Soares & Tavares da Silva, 1976-77.

 

 

 

Fig. 12 – Sepultura megalítica da Palhota. Núcleos de sílex do exterior da sepultura (tumulus). Seg. Soares & Tavares da Silva, 1976-77.

 

 

 

Fig. 13 – Sepultura megalítica da Palhota. Núcleos de sílex do exterior da sepultura (tumulus). Seg. Soares & Tavares da Silva, 1976-77.

 

 

 

Fig. 14 – Sepultura megalítica da Palhota. Espólio do exterior da sepultura (tumulus), com destaque para um pequeno machado em pedra polida/picotada. Seg. Soares & Tavares da Silva, 1976-77.

 

 

Fig. 15 – Sepultura megalítica da Palhota. Fragmentos de recipientes cerâmicos do exterior da sepultura (tumulus). Seg. Soares & Tavares da Silva, 1976-77.

 

 

 

Fig. 16 – Sepultura megalítica da Palhota. Espólio da camada 1, pertencente a uma reutilização atribuível à Idade do Bronze médio. Atenda-se à presença de cinzel e machado plano em cobre. Seg. Soares & Tavares da Silva, 1976-77.

 

 

Fig. 17 – Dólmen da Pedra Branca. Intervenção arqueológica no tumulus realizada em 2010 sob a direcção de Joaquina Soares. Foto de Rosa Nunes.

 

 

 

Fig. 18 – Dólmen da Pedra Branca. Planta e alçados, com localização das amostras de ossos humanos datados. Adaptado de Ferreira et al., 1975a. Apud Soares, 2010.

 

 

Fig. 19 – Dólmen da Pedra Branca. Calibração a 1 e 2 sigma das datas radiocarbónicas obtidas para amostras de ossos humanos recolhidos na câmara e no corredor. Seg.Soares, 2010.

 

 

 

Fig. 20 – Dólmen da Pedra Branca. Elementos de projéctil em sílex da 1ª fase de utilização do monumento (2ª metade do IV milénio A.C.) e modo de fixação dos mesmos em haste de madeira (desenho de F. de Sousa). Reconstituição de equipamento de caça neolítico (adaptado de Bocquet e Houot, 1994). Seg. Soares, 2010.

 

 

Fig. 21 – Dólmen da Pedra Branca. Conjunto de recipientes cerâmicos da 1ª metade do III milénio A.C. (colecção MAEDS). Foto de Rosa Nunes.

 

 

 

Fig. 22 – Dólmen da Pedra Branca. Conjunto de recipientes cerâmicos da 1ª metade do III milénio A.C.. Seg. Ferreira et. al., 1975a.

 

 

Fig. 23 – Dólmen da Pedra Branca. Conjunto de ídolos-placa gravados. Seg. Ferreira et. al., 1975a.

 

 

Fig. 24 – Dólmen da Pedra Branca. Conjunto de ídolos-placa gravados. Seg. Ferreira et. al., 1975a.

 

 

Fig. 25 – Dólmen da Pedra Branca. Conjunto de ídolos-placa gravados. Seg. Ferreira et. al., 1975a.

 

 

Fig. 26 – Dólmen da Pedra Branca. Ídolos-placa em xisto gravado (colecção MAEDS). Foto de Rosa Nunes.

 

 

Fig. 27 – Dólmen da Pedra Branca. Colar de contas discóidais em xisto (colecção MAEDS). Foto de Rosa Nunes.

 

 

 

Fig. 28 – Dólmen da Pedra Branca. Planta com a localização das duas sepulturas campaniformes. Adaptado de Ferreira et al., 1975a. Apud Soares, 2010.

 

 

 

Fig. 29 – Dólmen da Pedra Branca. Espólio da sepultura campaniforme nº1 do dólmen da Pedra Branca. Atenda-se à incorporação de ídolo-placa, recuperado de tumulação anterior. Seg. Ferreira et. al., 1975b.

 

 

Fig. 30 – Dólmen da Pedra Branca. Cerâmica campaniforme. Seg. Ferreira et. al., 1975a.

 

 

Fig. 31 – Dólmen da Pedra Branca. Cerâmica campaniforme. Seg. Ferreira et. al., 1975a.

 

 

 

Fig. 32 – Dólmen da Pedra Branca. Espólio da sepultura campaniforme nº2 do dólmen da Pedra Branca. Atenda-se à incorporação de ídolos-placa e de alfinete de osso de cabeça postiça, recuperados de tumulações anteriores. Seg. Ferreira et. al., 1975b.

 

 

 

Fig. 33 – Dólmen da Pedra Branca. Cerâmica campaniforme. Seg. Ferreira et. al., 1975a.

 

 

Fig. 34 – Dólmen da Pedra Branca. Cerâmica campaniforme. Seg. Ferreira et. al., 1975a.

 

 

Fig. 35 – Dólmen da Pedra Branca. Cerâmica campaniforme. Seg. Ferreira et. al., 1975a.

 

Fig. 36 – Dólmen da Pedra Branca. Caçoila campaniforme incisa (colecção MAEDS). Foto de Rosa Nunes.