Inventário do Património Histórico-Cultural do concelho de Alcácer do Sal

Compilação de:

Ana Paula Matos

David Jesus

1 - Da Idade Média a finais do século XIX

Arquitectura Militar:

União das Freguesias de Alcácer do Sal e deSanta Susana (antiga freg. Santa Maria do Castelo)

Castelo

Localização: 38º22'20.73''N.; 8º30'50.18''O. Alcácer do Sal. (CMP.1:25.000, Folha 476).

Cronologia: Arquitectura militar islâmica com intervenções construtivas medievais cristãs.

Reconquistado definitivamente (1217) por D. Afonso II, que o doou à Ordem de Santiago, viria a ser sede desta ordem militar. Em 1570, Rui de Salema e sua mulher D. Catarina de Souto Maior fundaram no seu interior o convento de Aracoeli, de freiras clarissas, no espaço onde antes tinham estado os Paços dos Comendadores da Ordem de Santiago e os Paços Reais. O convento foi adaptado a pousada, nos finais do século XX e conserva um espaço visitável com preexistências da cidade romana de Salacia.

Classificação: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910.

Fig 1A – Alcácer do Sal em contexto almoada. Reconstituição em 3D. Seg. Carvalho e Wu, 2014.

Fig 1B - Alcácer do Sal em contexto almoada. Pormenor da reconstituição anterior. Seg. Carvalho e Wu, 2014.

Fig. 2 – Cerâmicas almoadas do castelo de Alcácer do Sal. Seg. Paixão e Carvalho, 2001.

Fig. 3 – Castelo de Alcácer do Sal, visto de sudoeste. Foto de António Rafael Carvalho.

Fig. 4- Castelo de Alcácer do Sal, sector ocidental, vendo-se o volume construído do convento de Aracoeli. Foto de António Rafael Carvalho.

Fig. 5 – Fundo de prato de faiança dos séculos XVII/XVIII, manufacturado por encomenda conventual (Aracoeli). Colecção cripta arqueológica do castelo de Alcácer do Sal. Foto Rosa Nunes.

 

Arquitectura religiosa:

Freguesia da Comporta

Igreja paroquial da Comporta/Igreja Matriz

Localização: 38°22'59.50"N, 8°47'14.91"W. Comporta. (CMP. 1:25.000, Folha 475).

Cronologia: Século XVIII.

Descrição: Pequeno templo de grande simplicidade, de uma só nave e capela-mor, ainda em funcionamento, pertencente à paroquia da Comporta, diocese de Setúbal. Surge referida pela primeira vez nas Memórias Paroquiais da extinta Freguesia de Montevil, em 1758, enquanto ermida de Nossa Senhora da Saúde, então pertencente à Casa do Infantado.

União das Freguesias de Alcácer do Sal e deSanta Susana (antiga freg. Santa Maria do Castelo

Capela de Nossa Senhora do Socorro

Localização: 38°24'07.32"N; 8°36'01.54"W. Alcácer do Sal, junto a Montevil. (CMP. 1:25.000, Folha 476).

Cronologia: Indeterninada. Os elementos arquitectónicos patentes no exterior do edificio sugerem os finais do século XVI ou os inícios do século XVII.

Descrição: A Capela de Nossa Senhora do Socorro situa-se na freguesia de Santa Maria do Castelo, concelho de Alcácer do Sal, distrito de Setúbal, em meio rural. Encontra-se isolada junto aos campos de arroz, com um pequeno aglomerado de casas rústicas perto (Herdade das Casas Novas). Atualmente o edifício pertence à Santa Casa da Misericórdia de Alcácer do Sal e encontra-se fechado ao culto.

Em relação à sua fundação não se conhece encomendante ou mestre de obras nem data de construção, no entanto aponta-se o período entre o final do século XVI e o século XVII para a edificação da capela.

Estruturalmente a capela tem planta de forma longitudinal regular e de uma só nave. A cobertura é feita por um telhado de duas águas assente sobre cornija. O interior apresenta-se como uma espaço unificado, com cobertura em abóbada de berço decorada com caixotões em estuque. As fachadas são decoradas com azulejos de padrão geométrico. O altar-mor é definido por um arco de volta perfeita onde está adossada uma mesa com um frontal de decoração azulejar com o mesmo padrão geométrico. A iluminação do interior é feita por uma fresta, que se abre na fachada norte. Pelo exterior observamos o aspecto austero do edifício, despojado de decoração. Na fachada principal abre-se o vão de entrada moldurado por ombreiras simples e encimado por uma cornija linear, no remate da fachada vemos uma pequena cruz.

A.P. Matos

 

Fig. 1 - Localização da Capela de Nossa Senhora do Socorro em extracto de Carta Militar Portuguesa à esc.1:25.000.

Fig. 2 - Fachada principal da Capela de Nossa Senhora do Socorro. Foto: IHRU.

Santuário do Senhor dos Mártires

Localização: 38°22'22.29"N; 8°31'13.23"W.Alcácer do Sal. (CMP.1:25.000, Folha 476).

Cronologia: Século XIII

Descrição: A Igreja do Senhor dos Mártires, conhecida, na idade média, como Igreja de Santa Maria dos Mártires, localiza-se na freguesia de Santa Maria do Castelo, concelho de Alcácer do Sal, e está classificada como Imóvel de Interesse Público, por decreto de lei de 1961. O templo é composto por vários corpos distintos: a galilé, a torre sineira, o edifício da igreja e três capelas – Capela do Tesouro, Capela de Maria Resende e Capela de São Bartolomeu.

Necrópole pública, desde a Idade do Ferro, e panteão da Ordem de Santiago, durante a Idade Média, o Santuário do Senhor dos Mártires é um dos monumentos cristãos mais antigos do país. A construção da primitiva igreja, da qual subsiste apenas a Capela do Tesouro, data do século XIII, por iniciativa dos cavaleiros da Ordem de Santiago. Esta capela, adossada ao lado sul da igreja, é composta por nave e altar-mor com cobertura de cruzaria de ogivas. A capela de São Bartolomeu, construída como capela sepulcral de D. Garcia Peres, mestre da Ordem de Santiago, em 1333, possui planta octogonal, com contrafortes nos ângulos e cobertura em abóbada de nervuras, no interior, e terraço, no exterior. Nas fachadas rasgam-se janelas maineladas e o remate é feito por uma cachorrada lisa, que sustenta a cornija. A capela de Maria Resende foi edificada por volta de 1427 e apresenta-se, também, com características do estilo gótico, com frestas em arco quebrado e cobertura em abóbada nervurada. No interior, destaca-se um nicho ogival com colunas de capitéis decorados com motivos vegetalistas. “Destaca-se ainda o portal, de grande elegância, do tipo batalhino evolucionado, com as arquivoltas multiplicando-se em elementos de espessura diversa, e capitéis de folhagem abundante e de forte cariz naturalista”. (Dias, 1993, pág. 98) No terraço, na junção das duas capelas, ergue-se um lanternim, que serviria para iluminar o acesso às capelas, feito por uma escada em caracol.

A igreja é composta por planta longitudinal com nave única e capela-mor, de menor dimensão, antecedidas por uma galilé quadrangular, cujos flancos são rasgados por arcos de volta perfeita. A ladear a entrada no templo, foi construída, no século XVIII, uma torre sineira, rematada em coruchéu bolboso. No interior da igreja, a nave é coberta com falsa abóbada de madeira pintada. A passagem da nave para a capela-mor faz-se através de um arco triunfal, sobre pilastras, decorado com azulejos seiscentistas. A abertura para as outras capelas é feita por arcos quebrados. A capela-mor, reconstruída no século XVIII, é antecedida por quatro retábulos de talha dourada: dois laterais e dois colaterais, ladeando as pilastras do arco triunfal. O altar-mor tem a representação de Cristo cruxificado.

A.P. Matos

Fig. 1 - Vista da galilé que antece a entrada no Santuário do Senhor dos Mártires. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 2 - Vista porterior do Santuário do Senhor dos Mártires. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 3 - Cobertura da capela de São Bartolomeu, em cruzaria de ogivas. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 4 - Ligação entre o interior da Igreja e a capela de São Bartolomeu, em arco quebrado assente em colunas de capitéis ornamentados de motivos vegetalistas. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Igreja de Santa Maria do Castelo/Igreja Matriz de Alcácer do Sal

Localização:. 38°22'21.03"N; 8°30'45.91"W. Recinto do Castelo. Alcácer do Sal. (CMP.1:25.000, Folha 476).

Cronologia: Século XIII

Descrição: A Igreja de Santa Maria do Castelo situa-se dentro do recinto do castelo de Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, e está classificada como Imóvel de Interesse Público por decreto de lei de 1951. Trata-se de um edifício que segue a linha do românico tardio, de transição para o gótico, ao qual foram, posteriormente, adicionados elementos manuelinos e barrocos.

O templo foi, provavelmente, edificado sobre uma mesquita muçulmana, após a reconquista da cidade em 1217, por iniciativa de D. Afonso II. A historiadora Maria Teresa Lopes Pereira aponta ainda a possibilidade de a própria mesquita ter aproveitado elementos de um edifício pré-existente, pois a actual igreja apresenta, nos cunhais de dois anexos, fustes de colunas romanas, que comprovam a “...reutilização na Idade Média de materiais da antiga Salacia”. (Pereira, 2007, pág. 69) A capela-mor, a capela do Santíssimo e a capela fronteira datam de uma campanha de obras no século XVIII, a cargo de Bartolomeu de Oliveira e José Gomes da Silva.

De planta longitudinal, a Igreja compõe-se por três naves e capela-mor, com sacristia, casa paroquial, capela e torre sineira, adossadas ao lado sul, e três capelas no lado norte. A fachada principal, rematada por frontão triangular com cruz de ferro ao centro, é rasgada pelo portal principal, de vão em arco de volta perfeita assente em pilastras, com frontão interrompido por um janelão, de vão quadrangular e frontão contracurvado. À direita da fachada principal, temos a torre sineira, rematada por coruchéu piramidal, com dois registos: no inferior abrem-se duas pequenas frestas e, no superior, rasgam-se quatro vãos em arco de volta perfeita. No interior, as três naves, dividas em cinco tramos, comunicam entre si através de vãos em arco de volta perfeita, que repousam em colunas com capiteis decorados com motivos predominantemente vegetalistas e ábacos lisos. A cobertura das naves é de madeira, de três planos na central e um plano nas laterais. O primeiro tramo da nave é ocupado pelo coro-alto. Na nave central, na segunda coluna do lado direito, está adossado um púlpito em talha policroma setecentista, e caixa quadrangular sustentada por um anjo. A passagem da nave para a capela-mor é feita por um arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas. A capela-mor tem cobertura em abóbada rebaixada. A capela lateral do lado norte, de invocação ao Santíssimo Sacramento, comunica com a nave através de um portal em arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, rematado por frontão de volutas. A cobertura desta capela é de abóbada estrelada. No lado oposto, encontramos outra capela, com cobertura em abóbada de berço e aberta para a nave através de um arco de volta perfeita assente em pilastras toscanas.

A.P. Matos

Fig. 1A - Igreja de Santa Maria do Castelo. Fachada principal com cruzeiro defronte. Foto de Arquivo MAEDS.

Fig. 1B - Igreja de Santa Maria do Castelo. Cruzeiro. Foto de Arquivo MAEDS.

Fig. 2 – Igreja de Santa Maria do Castelo. Fachada lateral (norte). Foto de Arquivo MAEDS.

Fig. 3 - Igreja de Santa Maria do Castelo. Pormenor da decoração dos capiteis que encimam os colunelos da entrada norte. Foto de Arquivo MAEDS.

Fig. 4 - Igreja de Santa Maria do Castelo. Interior. Foto de Arquivo MAEDS.

Fig. 5A- Igreja de Santa Maria do Castelo. Pormenor dos capiteis românicos tardios do interior do templo. Foto de Arquivo MAEDS.

Fig. 5B - Igreja de Santa Maria do Castelo. Pormenor dos capiteis românicos tardios do interior do templo. Foto de Arquivo MAEDS.

Fig. 5C - Igreja de Santa Maria do Castelo. Pormenor dos capiteis românicos tardios do interior do templo. Foto de Arquivo MAEDS.

Fig. 5D - Igreja de Santa Maria do Castelo. Pormenor dos capiteis românicos tardios do interior do templo. Foto de Arquivo MAEDS.

Fig. 6 - Igreja de Santa Maria do Castelo. Pormenor de lápide funerária do interior do templo, com caracteres de um gótico inicial. Foto de Arquivo MAEDS.

Fig. 7 - Igreja de Santa Maria do Castelo. Capela lateral, cujo frontal de altar é revestido a azulejos de padrão do século XVII. Em primeiro plano, lápide funerária in situ, em último plano, silhar de azulejos do século XVII. Foto de Arquivo MAEDS.

Antiga Igreja da Consolação

Localização:38°22'21.23"N; 8°30'37.77"W. Largo da Consolação, Alcácer do Sal. (CMP. 1:25.000, Folha 476)

Cronologia:Século XVI

Descrição: No largo da Consolação, em Santa Maria do Castelo, concelho de Alcácer do Sal, localiza-se a antiga Igreja da Consolação, fundada pelo Comendador Martinho Soares da Parada, em 1554.

No século XVIII a igreja recebeu obras de adaptação a residência particular, tendo o culto passado para a capela de D. Rodrigo de Castro.

Do primitivo edifício subsiste o portal lateral, de carácter manuelino, em arco de volta perfeita, terminando num arco apontado com remate. O arco é composto por duas arquivoltas, que repousam em pilastras com capitéis decorados com motivos de folhagens. Na fachada principal abre-se outro portal, de cariz clássico, provavelmente posterior ao portal lateral, de vão rectangular com imposta saliente, assente em colunas toscanas.

A.P. Matos

Fig. 1 - Localização da antiga Igreja de Nossa Senhora da Consolação em estracto da Carta Militar Portuguesa na esc. 1:25.000.

Fig. 2 - Vista das fachadas principal e lateral da Antiga Igreja de Nossa Senhora da Consolação. Foto de Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 3 - Vista da fachada principal da Antiga Igreja de Nossa Senhora da Consolação. Foto de António Rafael Carvalho.

Fig. 4 - Porta lateral da Antiga Igreja de Nossa Senhora da Consolação. Foto de Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 5 - Pormenor da cantaria da porta lateral da Antiga Igreja de Nossa Senhora da Consolação. Foto de António Rafael Carvalho.

Igreja da Misericórdia de Alcácer do Sal

Localização: 38°22'16.58"N; 8°30'40.18"W. Rua Rui de Salema. Alcácer do Sal. (CMP.1:25.000, Folha 476).

Cronologia: Século XVI

Descrição:A Igreja da Misericórdia de Alcácer do Sal situada na Rua Rui Salema, freguesia de Santa Maria do Castelo, no concelho de Alcácer do Sal, está adossada ao antigo Hospital da Misericórdia. Pertence à Santa Casa da Misericórdia e está homologada como Interesse Municipal, por despacho de 15 de Abril de 1991.

Fundada em 1547 por Rui Salema, criado do Infante D. Luís, Prior do Crato, conforme atesta uma inscrição na porta travessa. Entre os séculos XVII, XVIII e XIX o edifício sofreu várias alterações, apresentando, actualmente, elementos de influências manuelinas, maneiristas e barrocas. Em 1969 sofre alguns estragos com o sismo, que são reparados nesse mesmo ano. Em 1998 e 1999 foram realizadas obras de restauro do exterior e das coberturas e em 2001, o edifício, recebeu novas obras de conservação, desta vez nos estuques, azulejos e pintura interior.

Com planta rectangular simples, comporta um espaço unificado não sendo possível distinguir, espacialmente, a nave e o altar-mor, assinalando-se o local sagrado através da elevação do pavimento. A cobertura do edifício é em telhado de duas águas. A fachada principal, virada a Sul, é de terminação em empena triangular rematada por cimalha, com uma cruz ao centro. Nesta fachada rasgam-se o vão de entrada, de moldura rectangular com pilastras e frontão de aletas com o escudo nacional no tímpano, um janelão moldurado e uma janela, de menor tamanho, encimada por um óculo trilobado, e ladeada por aletas e concheados em estuque. Na fachada lateral Este abre-se outro portal de entrada, de vão rectangular, com moldura decorada por um recorte polilobado. O interior é coberto por abóbada de berço rebaixada, decorada com a representação das três virtudes - a fé, a esperança e a caridade -, feita em 1895 por Flamengo, um pintor setubalense. As paredes da nave são decoradas por dois registos: no inferior corre um silhar de azulejos policromos, seiscentistas; a parte superior está pintada de azul e tem apontamentos de feição neoclássica, em estuque, representando medalhões ovais com símbolos eucarísticos e os bustos dos evangelistas. Na parede testeira, rasga-se o altar-mor em arco redondo sobre pilastras, com uma tela, na tribuna, com a representação da Visitação. A ladear o altar-mor temos dois altares colaterais em talha policromada. Na fachada contrária temos o Coro-alto, em madeira, com balaustrada assente em colunas toscanas, com a representação das armas reais.

A.P. Matos

Fig. 1 - Fachada principal da Igreja da Misericórdia de Alcácer do Sal. Foto: IHRU.

Igreja do Espírito Santo

Localização: 38º22’15.53’’N; 8º30’46.98’’W. Largo Pedro Nunes. Alcácer do Sal. (CMP.1:25.000, Folha 476).

Cronologia: Século XVII

Descrição: A igreja do Espírito Santo localiza-se no largo Pedro Nunes, em Alcácer do Sal, perto dos Paços do Concelho. Está classificada como Imóvel de Interesse Público por decreto de lei de 1993.

A construção do edifício deu-se no século XVII, integrando, possivelmente, elementos o Antigo Hospital do Espírito Santo. A capela-mor e os altares laterais são posteriores à construção do edifício, datando, provavelmente, do século XVIII.

De planta rectangular, o edifício apresenta-se como um espaço unificado, não sendo possível, ao nível do desenho, distinguir o espaço da nave e o espaço do altar-mor. Exteriormente, a igreja é coberta por telhado de duas águas. A fachada principal, rematada por empena triangular, é rasgada por um portal de vão rectangular com frontão triangular, encimado por um óculo. Nesta fachada, abre-se, ainda, uma pequena sineira. Na fachada lateral sul, abre-se uma janela mainelada, com características próprias do estilo manuelino, com os dois vãos em arco de volta perfeita assentes em duplos colunelos, nos lados, e coluna torsa ao centro. O remate da janela é em arco apontado rematado por um cogulho. O interior do edifício apresenta cobertura de madeira em dois planos. Na parede testeira rasga-se o altar-mor, em estuque policromado rococó, ladeado por dois outros altares. É ainda possível ver vestígios de um coro-alto assente sobre colunas toscanas.

No ano de 1914 a Igreja foi comprada pela Câmara, com o objectivo de acolher o Museu de Arqueologia de Alcácer do Sal, fundado em 15 de Outubro de 1894 para albergar o espólio arqueológico depositado na Câmara Municipal e as doações do padre Matos Galamba e de Joaquim Correia Baptista. Após o 25 de Abril de 1974, o museu passou a designar-se de Museu Municipal Pedro Nunes. A abertura oficial do novo espaço deu-se em 1988, com a exposição permanente de objectos arqueológicos, recolhidos, na sua maior parte, no concelho e com uma ampla cronologia, que se estende desde a pré-história à Idade Média.

A.P. Matos

Fig. 1 - Fachada principal da Igreja do Espírito Santo. Foto: IHRU.

Fig. 2 - Janela mainelada da fachada lateral da Igreja. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Igreja de Nossa Senhora da Graça

Localização: 38°22'12.77"N; 8°30'14.33"W. Rua 5 de Outubro. Alcácer do Sal. (CMP.1:25.000, Folha 476).

Cronologia: Século XVII.

Descrição: A Igreja de Nossa Senhora da Graça, situada na Rua 5 de Outubro, na freguesia de Santa Maria do Castelo, concelho de Alcácer do Sal, é propriedade da Santa Casa da Misericórdia, encontrando-se aberta ao público apenas durante a hora do culto, aos domingos das 8h30 às 9h30.

Edificada provavelmente no século XVII, pois apresenta características decorativas próprias do barroco português desta época. Sabe-se que já existiria em 1758 pois foi incluída, pelo pároco de Santiago, na área da sua freguesia, referindo que não se conhece a data da fundação nem os fundadores.

Depois de vários anos em estado devoluto, a Santa Casa da Misericórdia realizou obras de restauro, concluídas em 2006, mantendo o traçado original do edifício. A igreja apresenta planta longitudinal, composta por nave única, capela-mor e sacristia, com cobertura em telhado de duas águas. A fachada principal é definida lateralmente por duas pilastras, rematadas por pináculos de bolbo, e tem terminação em frontão de curva e contracurva, decorado com o baixo-relevo de uma águia bicéfala, símbolo das igrejas Agostinianas, encimada por um óculo emoldurado por motivos vegetalistas. Nesta fachada abrem-se o portal principal, de vão rectangular e com frontão decorado com baixos-relevos, e um janelão. Toda a fachada é animada pela alternância da cor branca, da parede, com apontamentos azuis nas molduras e nos baixos-relevos. No interior, sobre a entrada principal, encontramos um coro alto, com balaustrada de madeira. No espaço da nave, no lado esquerdo, temos um púlpito em madeira pintada a imitar a talha dourada.

A.P. Matos

Fig 1 - Localização da igreja de Nª Sª da Graça na área urbana de Alcácer do Sal em extracto de Carta Militar Portuguesa na esc. 1:25.000.

Fig. 2 - Panorâmica geral da igreja de Nossa Senhora da Graça. Foto Arquivo municipal de Alcácer do Sal.

Fig. 3 - Fachada principal da igreja. Foto Arquivo municipal de Alcácer do Sal.

 

Freguesia de São Martinho

 

Igreja de Nossa Senhora da Graça de Santa Serrinha

Localização: 38°30'12.87"N; 8°31'33.26"W. Casebres. (CMP. 1:25.000, Folha 458)

Cronologia: Século XVIII.

Descrição:Localizado na freguesia de São Martinho, no concelho de Alcácer do Sal, perto da localidade de Casebres. Trata-se de um edifício datado, provavelmente, do séc. XVIII, com elementos de barroco e rococó. Possui uma planta longitudinal composta pelo corpo da nave e por um corpo posterior constituído pela capela-mor e pela sacristia, existindo também adossada a sudoeste do corpo principal uma construção posterior que serviria de residência ao pároco local. O corpo principal tem um telhado curvo de duas águas, a entrada principal possui ombreiras com recortes simples e um frontão curvo sem base. Sobre o lado esquerdo do telhado do corpo central existe também uma pequena torre sineira com vão em arco de volta perfeita. Todo o pano murário e abobada da capela-mor estão cobertos de pinturas murais com ornamentação em estilo rococó. Existe púlpito e coro em madeira.

D. Jesus

 

Igreja de Vale de Reis ou de Nossa Senhora dos Reis

Localização: 38º25’08.06’’N; 8º29’55.36’’W. Vale de Reis. (CMP. 1:25.000, Folha 458)

Cronologia: Século XVII

Descrição: Templo datado conjecturalmente como sendo do séc. XVII. Estilo maneirista/chão com planta longitudinal composta por nave, capela-mor, sacristia e anexo.

D. Jesus

 

União das Freguesias de Alcácer do Sal e de Santa Susana (antiga freguesia de Santa Susana)

 

Igreja de Santa Susana

Localização: 38°26'48.19"N; 8°23'29.19"W. Alcácer do Sal(CMP. 1:25.000, Folha 468)

Cronologia: Século XVI.

Descrição:Edificada na freguesia de Santa Susana em Alcácer do Sal data a sua construção inicial do séc. XVI. É um edifício com uma única nave em abóbada de berço redondo e telhado em duas águas, tem adossada uma torre sineira de construção do séc. XX. No seu interior existem e três altares, um retábulo-mor que possui dois painéis do séc. XVI atribuídos ao Mestre da Lourinhã, deste mesmo período datam também as suas pinturas murais. O altar-mor encontra-se revestido a azulejos que datam do séc. XVII. Existe ainda um coro-alto em madeira e um púlpito.

D. Jesus

 

União das Freguesias de Alcácer do Sal e de Santa Susana (antiga freguesia de Santiago)

 

Igreja do Convento de Santo António e Capela das Onze Mil Virgens

Localização: 38°22'26.81"N; 8°30'36.88"W. (CMP. 1:25.000, Folha 476)

Cronologia: Século XVI

Descrição: A igreja de Santo António e a Capela das Onze Mil Virgens1, pertencentes ao Antigo Convento Franciscano de Santo António, no concelho de Alcácer do Sal, estão classificadas, em conjunto, como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 43073 de 14 de Setembro de 1960, com Z.E.P. definida em 8/07/61, D.G. 2ª série, nº 159 (Figs. 1 e 2).

O convento foi fundado em 1524 por iniciativa de D. Violante Henriques, mulher de D. Fernão Mascarenhas “... um nobre de alta estirpe, que foi alcaide da vila na época de D. João III...” (Duarte, 1993, p. 43). A igreja foi construída posteriormente, talvez no ano de 1528. Em relação à possível autoria desta igreja, a historiadora Maria da Conceição Pires Coelho refere os nomes de João de Castilho e Pero de la Gorreta, pois “a decoração do portal da igreja do Convento de Alcácer (Fig. 3 ) denota afinidades manifestas com a das pilastras do piso inferior do primitivo claustro de D. João III, executado por Pero de la Gorreta, artista espanhol que ali trabalhou sob a orientação do arquitecto João de Castilho.” (Coelho, 1981, p. 24)

A construção da capela das Onze Mil Virgens2, anexada à nave da igreja, por iniciativa de D. Pedro Mascarenhas, filho de D. Fernão Mascarenhas e vice-rei da Índia, ter-se-á dado nos anos seguintes a 1540. Como atesta uma inscrição na capela, D. Pedro faleceu a 23 de Julho de 1556 e foi sua mulher, D. Helena Mascarenhas, quem terminou a construção da capela.

Um dos elementos mais particulares deste conjunto é o facto de a capela (Fig. 6) ter sido construída paralelamente à nave da igreja e com a mesma longitude (Fig. 5). Horta Correia descreve a capela como um dos monumentos mais significativos da arquitectura italianizante (Correia, 1993, p. 98). Já a historiadora, Maria da Conceição Pires Coelho, refere-a como uma “obra arquitectónica de vanguarda em relação à época em que foi traçada, [que] ainda hoje nos deslumbra pela harmonia do espaço interior, equilíbrio de formas, robustez dos suportes e beleza do paramento cerâmico e marmóreo”. (Coelho, 1981, p. 16).

A fachada da igreja é antecedida por uma galilé (Fig. 1), construída já no século XVIII, de forma rectangular com dois andares: no inferior é rasgada por cinco vãos em arco de volta perfeita e assente em pilares toscanos; no registo superior rasgam-se vãos de iluminação e, na lateral, encontramos o brasão de armas da família Mascarenhas. Na fachada abrem-se dois portais, um de acesso à igreja, o principal, e o outro de acesso à capela. O portal principal (Fig. 3), “...de tipo genovês3...” (Coelho, 1981, p. 17), é de vão rectangular com uma moldura lisa e duas pilastras, decoradas com grotescos em baixo-relevo, rematadas por pináculos. A encimar este vão encontramos o brasão das famílias Mascarenhas (Fig. 4) e Henriques, o que comprova a importância de D. Violante Henriques na fundação do convento e da igreja. O portal da capela é mais simples, apresenta um vão rectangular com moldura lisa e frontão triangular.

No interior, a nave, de cobertura em abóbada de berço, abre para a capela-mor através de um arco triunfal assente em pilastras. No lado norte da nave estão anexadas duas capelas com um púlpito ao centro. Esta parede é decorada, até cerca de um terço, por um silhar de azulejos com motivos vegetalistas, do século XVIII (Fig. 5).

A capela das Onze Mil Virgens (Fig. 6) situa-se no lado Sul da Igreja e comunica, com esta, através duma tripla arcada - uma serliana invertida. Esta capela apresenta planta rectangular composta por nave única, falso transepto e ousia. A cobertura é de abóbada de berço na nave, cúpula no transepto (Fig. 7), rematada por zimbório no exterior, e recta na ousia. Sobre a porta de entrada da capela encontramos uma janela, agora tapada pela galilé, que atesta a sua tardia construção. No alçado Sul, abrem-se cinco vãos rectos de iluminação e, no altar, uma pequena fresta ilumina o espaço. “Por último, resta referir a escultura do Cristo crucificado existente na parede de fundo do relicário: pequena de dimensões mas monumental no tratamento dos valores plásticos e no «pathos» da expressão” (Coelho, 1981, p. 18).

Esta capela sintetiza os princípios da arquitectura renascentista italiana, sendo notórias as influências das obras de Brunelleschi, Bramante, Miguel Ângelo e Palladio, bem como os escritos de Serlio4. A influência de Bruneleschi é notória na solução encontrada para ligar o tramo quadrado do transepto com a cobertura em cúpula, através de quatro arcos, à semelhança da Sacristia Velha de S. Lourenço, em Florença. Podemos encontrar algumas parecenças com o trabalho decorativo da cúpula da Sacristia Nova de S. Lourenço, em Florença, de Miguel Ângelo, com a decoração do intradorso da cúpula e da cobertura da nave da capela das 11 Mil Virgens, através de um sistema de inscrição de losangos e círculos, com óculo cego ao centro, em caixotões. O jogo de luz do interior assemelha-se ao tratamento dado por Bramante na Igreja de Santa Maria del Popolo, em Roma. A ligação entre a capela e a nave da igreja, feita através de três vãos – dois laterais em arco de volta perfeita e um central, de verga recta, mais baixo que os outros -, demonstra o conhecimento que o arquitecto teria do tratado de Serlio. Dos tratados de Andrea Palladio encontramos o tratamento austero das fachadas, quase despidas de decoração5. Tipicamente português encontramos os azulejos que cobrem tanto as paredes da capela como da igreja.

Sobre a autoria desta capela vários nomes têm sido apontados, no entanto a falta de documentação impossibilita a identificação, com rigor, do autor do traçado do edifício. Jorge Segurado atribui esta obra a Francisco de Holanda. A autora Maria da Conceição Pires Coelho aponta, através da leitura da correspondência entre D. Pedro e D. João III, dois nomes como possíveis autores do risco da Capela: Jam Francisco de Solle, é referido como arquitecto ou engenheiro Veneziano por D. Pedro Mascarenhas, para o monarca chamar a trabalhar em Portugal, e Frei António Lisboa, Dom Prior do Convento de Tomar e responsável pelo supervisionamento das obras do mesmo. A autora coloca logo de parte os nomes de João de Castilho, pois “...embora se possa admitir a intervenção de João de Castilho na Igreja do Convento, de modo algum cabe no estilo do mestre biscainho o purismo geométrico do templo das Onze Mil Virgens” (Coelho, 1981, p. 24), e de Diogo de Torralva, mencionando que “...nem a vida nem as obras deste «archytector» são apodícticas de capacidade para gerar um «capo-lavoro» como é a capela de Alcácer.” (Coelho, 1981, p. 24). O nome de Filippo Terzi é também apontado na conclusão da obra. O professor Rafael Moreira atribui esta obra a António Rodrigues através de comparações com outros projectos do arquitecto, nomeadamente, a Igreja de Santa Maria da Graça, em Setúbal.

 

1 - Embora a capela seja conhecida por Capela das Onze Mil Virgens, a designação original seria Capela das Onze Mártires Virgens. Esta alteração na designação do templo deve-se, provavelmente, a um erro de leitura epigráfica. “Seriam apenas 11 M. V., isto é, 11 Mártires Virgens mas o intérprete atribuiu à letra M o valor de 1000, numero notoriamente exagerado” (Coelho, 1981 , p. 16)

2 - Nesta capela guardaram-se as relíquias trazidas por D. Pedro de Mascarenhas da Alemanha e de Itália: a cabeça de Santa Responsa, uma das Onze Mártires Virgens, um pelo da barba de Cristo, um retalho da sua túnica, partículas do Santo Lenho, um dos 30 dinheiros, gotas do leite da Virgem, entre outras.

3 - Segundo a historiadora Maria da Conceição Pires Coelho, o portal de tipo genovês tem raízes no pictoricismo arquitectónico lombardo.

4 - Estas influências estarão, certamente, ligadas ao gosto artístico de D. Pedro, o encomendante da obra, do qual se sabe ter estado “...inserido na ambiência politica, religiosa, filosófica e artística da Roma de meados de quinhentos.” (Coelho, 1981, p. 15).

5 - Sobre estas comparações ver o trabalho de Maria da Conceição Pires Coelho, “Dom Pedro Mascarenhas e a capela das Onze Mil Virgens”, p. 19-21.

A.P. Matos

Fig. 1 - Galilé que antecede a entrada na Igreja de Santo António e na Capela das Onze Mil Virgens. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 2 - Vista da fachada lateral da Galilé e da Capela das Onze Mil Virgens. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 3 - Portal principal de entrada na Igreja de Santo António. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 4 - Brasão de Armas da Familia Mascarenhas, inserido no exterior da galilé que antecede a Igreja de Santo António. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 5 - Interior da Igreja de Santo António. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 6 - Interior da Capela das Onze Mil Virgens. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 7 - Pormenor do interior da cúpula que cobre o cruzeira da Capela. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Igreja de Santiago

Localização: 38°22’18.41”N; 8°30’28.32”W. (CMP. 1:25.000, Folha 486).

Cronologia: 1º quartel do século XVIII

Descrição:A Igreja de Santiago situa-se na freguesia de Santiago, no concelho de Alcácer do Sal, e está classificada como Imóvel de Interesse Público por Decreto de 1993. O templo está integrado na malha urbana, impondo-se pela verticalidade das torres da fachada. A construção desta igreja deu-se no primeiro quartel do século XVIII, com o apoio de D. João V, na sua qualidade de Grão Mestre da Ordem de Santiago.

A fachada principal compõe-se e três panos verticais: um central ladeado por duas torres sineiras. No pano central abre-se o portal principal de vão rectangular e frontão curvo, flanqueado por duas pilastras. No interior, a nave é coberta por abóbada de berço com decoração pictórica, representado as armas da Ordem de Santiago. Nos alçados da nave abrem-se seis capelas laterais e duas colaterais, em talha dourada e policroma- da. As paredes apresentam-se integralmente revestidas de azulejos azuis e brancos, com cenas da vida da Virgem, da infância de Cristo e da vida de Santiago. A passagem para a capela-mor faz-se através de um arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras. Também a capela-mor é decorada com painéis de azulejos, com cenas ligadas à Ordem de Santiago. A cobertura é em abóbada de berço com a representação do Santíssimo Sacramento. O altar-mor apresenta um retábulo de talha dourada com uma pintura central.

A.P. Matos

Fig. 1 - Fachada principal da Igreja de Santiago. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 2 - Interior da Igreja, visto a partir do portal de entrada. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 3 - Interior da Igreja, visto a partir da Capela-mor. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 4 - Altar lateral. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Fig. 5 - Altar lateral. Foto: Rosa Nunes, MAEDS.

Igreja de Nossa Senhora do Monte/Igreja de Vale de Guizos

Localização: 38°17'44.20"N; 8°28'22.56"W. Vale de Guiso. (CMP. 1:25.000, Folha 486)

Cronologia: Século XVII.

Descrição:Templo do séc. XVII em estilo barroco/rococó, cujo início da construção está datado de 1752, no mesmo local onde anteriormente já existiria uma igreja, situa-se na localidade de Vale de Guiso, no concelho de Alcácer do Sal, freguesia de Santiago. É um edifício composto por nave, capela-mor, sacristia e anexo, tem também torre sineira sobre o corpo da nave. O telhado é de duas águas no corpo da nave e capela mor, a torre sineira possui uma cúpula bolbosa. A fachada principal tem três panos divididos por pilastras toscanas, a entrada principal tem um portal em cantaria moldurado e decorado, tem frontão com curva e contracurva rematado por uma cornija. O interior é decorado com cobertura parcial em azulejos de temática mariana, tem coro-alto com baluastrada de madeira, duas capelas colaterais com entrada em arco de volta perfeita, bem como altar-mor e retábulo em talha pintada e dourada.

D. Jesus

Freguesia do Torrão

 

 

Capela de São João Nepomoceno

Localização: 38°17'58.56"N; 8°13'46.10"W. Torrão. (CMP. 1:25.000, Folha 487).

Cronologia: Século XVIII

Descrição: A capela de São João Nepomoceno, ou São João da Ponte, como é também conhecida, situa-se à entrada da Vila do Torrão, no concelho de Alcácer do Sal, junto à ponte sobre o rio Xamarra.

Construído no século XVIII, este templo caracteriza-se pelas suas reduzidas dimensões e pela simplicidade de traços. A planta é quadrangular com pilastras toscanas encimadas por pináculos, nos ângulos. A fachada principal, onde se abre o portal de entrada em arco abatido, apresenta um remate em frontão de lanços, com um pássaro ao centro, e por cima um arco sineiro, encimado por uma cruz. A animar as fachadas exteriores observamos a alternância da cor branca com apontamentos azuis – na terminação dos pináculos, na cruz, no pássaro e na base do edifício. O interior apresenta-se como um espaço unificado, com vestígios de pintura mural, em tons de azul e cinza, nas paredes e na cobertura, em abóbada de aresta.

A.P.Matos

 

Fig. 1 - Fachada principal da Capela de S. João Napomoceno. Foto: IHRU.

Ermida de Nossa Senhora do Sucesso

Localização: 38°17'52.91"N; 8°12'53.61"W. Vila Nova da Baronia. Torrão. (CMP. 1:25.000, Folha 487)

Cronologia: Século XVIII

Descrição: A Ermida de Nossa Senhora do Sucesso localiza-se em meio rural, isolada numa planície, em Vila Nova da Baronia a cerca de 700m do Torrão, no concelho de Alcácer do Sal. Está classificada como Monumento de Interesse Público, desde Novembro 2012.

Foi construída no século XVIII, pelos irmãos da Confraria do Bom Sucesso, com o apoio de D. João V, no local onde existiria uma capela mandada erguer por D. Manuel, no século XVI.

A capela é composta por galilé, nave, capela-mor, torre sineira, sacristia e anexos. A galilé, que antecede a nave, tem três aberturas em arcos de volta perfeita, suportados por pilastras toscanas, remate com balaustrada de terraço e cobertura interior em abóbada de cruzaria de ogivas. A fachada principal, de remate em empena, é composta por dois registos: no inferior rasgam-se o portal principal e duas janelas a ladeá-lo; no superior abre-se outra janela. A torre sineira, elevada sobre os anexos do lado direito, é de planta quadrangular, com as faces rasgadas por arcos de volta perfeita e rematada, nos cunhais, por quatro pináculos. O interior, profusamente iluminado, é de uma só nave, com os alçados decorados com estuques marmoreados e coberta por abóbada de berço, também decorada com estuque pintado. A meio da nave encontramos um púlpito, de caixa em talha dourada pintada. Um arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas decoradas com talha dourada, faz a divisão entre a nave e a capela-mor com cobertura em abóbada de berço, decorada com pintura mural.

A.P. Matos


Fig. 1 - Vista geral da Ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Foto: Câmara Municipal de Alcácer do Sal.

 

Igreja de Nossa Senhora da Assunção

Localização: 38°17'45.66"N; 8°13'47.79"W. Torrão. (CMP. 1:25.000, Folha 487).

Cronologia: Século XVI

Descrição: A igreja matriz da vila do Torrão é um edifício com três naves, cujas divisões espaciais assentam em cinco tramos de arcos quebrados sobre colunas com capiteis com motivos manuelinos, a nave principal é complementada pela capela-mor; este espaço é ainda adossado pelas sacristias, três capelas e uma torre sineira. A primeira fase da sua construção data do séc. XVI e refere-se provavelmente às naves e à capela baptismal, já do séc. XVII datam a capela-mor, as capelas laterais e a torre sineira. A entrada principal possui um portal em estilo manuelino com motivos vegetalistas. No interior existe um púlpito em cantaria, a capela-mor tem as paredes forradas a azulejo, provavelmente do séc. XVI, e a tribuna em talha dourada.

D. Jesus

 

Igreja de Nossa Senhora da Albergaria/Misericórdia do Torrão

Localização: 38°17'44.43"N; 8°13'41.17"W. Torrão. (CMP. 1:25.000, Folha 487)

Cronologia: Século XVI

Descrição:A igreja da Misericórdia do Torrão, também designada de Igreja de Nossa Senhora da Albergaria, situa-se em pleno centro histórico da vila do Torrão, no concelho de Alcácer do Sal, integrada num conjunto de casas tipicamente alentejanas. Junto ao templo ergue-se um Cruzeiro, de base quadrangular composta por dois degraus, assente em soco quadrangular.

A construção do edifício ter-se-á iniciado em 1505, por iniciativa de D. Margarida de Areda, no local onde existiria uma albergaria. A empreitada prolongou-se por mais de um século, tendo as obras terminado apenas em 1636.

Pelo exterior é possível entender a formulação interior do edifício composto por nave e capela-mor, num espaço unificado, e anexos. A fachada principal é delimitada por pilastras toscanas, que terminam em pináculos, e encontra-se dividida em dois registos: no inferior abre-se o portal principal, de vão rectangular, encimado por um escudo em baixo relevo com coroa; no registo superior rasga-se um janelão em arco de volta perfeita. A fachada é rematada em frontão, com cruz ao centro, ornado de volutas e rasgado pelo arco do janelão. A fachada é, ainda, animada pela alternância do branco e do azul, aplicado nas pilastras e nas molduras do janelão, do portal e do escudo. Em ambas as fachadas laterais rasgam-se duas janelas e, na lateral direita, abre-se um portal. O interior apresenta-se como um espaço unificado, profusamente iluminado e com cobertura em caixotões de madeira de perfil trapezoidal. A capela-mor, com altar em talha dourada, é acedida através de três degraus. Os anexos apresentam cobertura em cruzaria de ogivas.

A.P. Matos

Fig. 1 - Pormenor do portal principal e do janelão da Igreja de Nossa Senhora da Albergaria. Foto: Câmara Municipal Alcácer do Sal.

Igreja de Nossa Senhora do Carmo e antiga Câmara Municipal do Torrão

Localização: 38°17'43.88"N; 8°13'38.95"W. Torrão. (CMP. 1:25.000, Folha 487).

Cronologia: Séculos XVII/XVIII

Descrição: Edifício situado na vila do Torrão e datado conjecturalmente como sendo dos séculos XVII ou XVIII, tem um traçado algo austero e a remeter para o chamado estilo chão. Serviu as funções de igreja e de Câmara Municipal do extinto concelho do Torrão. É um edifício composto por três estruturas principais, a igreja propriamente dita, a câmara e uma torre. Quanto à igreja, esta é composta por um volume principal que se articula com a capela-mor e tem telhado em duas águas. O espaço da câmara fica entre a igreja propriamente dita e a torre sineira, é composto por dois volumes e dois pisos, e também um telhado de duas águas. A torre possui no topo aberturas em forma de arco de volta perfeita e um pináculo, tem também um relógio e sino. Actualmente funciona neste espaço a Junta de Freguesia do Torrão.

D. Jesus

 

Igreja e Convento Franciscano de Santo António do Torrão

Localização: 38°17’41.55”N; 8°13’25.43”W. Largo de São Francisco. Torrão. (CMP. 1:25.000, Folha 487)

Cronologia: Século XVII

Descrição: O Convento de São Francisco situa-se no Largo de São Francisco, na freguesia do Torrão, e está classificado como Monumento de Interesse Público por decreto de 18 de Setembro de 2012.12.27 a construção do convento ocorreu no século XVII, tendo recebido, posteriormente, várias reformas. O actual edifício apresenta elementos maneiristas, joaninos, pombalinos e neoclássicos.

Este convento é composto por vários corpos adossados e um terreno de cultivo. O claustro é definido por dois pisos, de ordens sobrepostas, toscana e dórica, rasgados por vãos, em arco de volta perfeita, no piso inferior, e em arco abatido, no piso superior. A igreja está adossada numa das extremidades das dependências do convento. A fachada principal é rematada por empena triangular, com cruz ao centro, e ladeada por duas pilastras que ter- minam em pináculos. Nesta fachada abrem-se um janelão, que ilumina o coro-alto, e a galilé em arco abatido, que antecede o portal principal, de verga recta com cornija proeminente. A cobertura da galilé é de cruzaria de ogivas. O interior do templo é composto por uma só nave e capela-mor, ambas de cobertura em abóbada de berço. Duas capelas estão adossadas às fachadas laterais da nave, uma é de desenvolvimento profundo e a outra quase rasa. A ornamentar o espaço da nave corre um silhar de azulejos de estilo neoclássico. Também a capela-mor é decorada por azulejos policromos seiscentistas, em padrão de tapete em tons de amarelo e azul sobre branco com cercadura em roxo-manganês. O altar-mor apresenta um retábulo em talha dourada.

A.P. Matos

Fig. 1 - Fachada principal da Igreja do Convento de S. Francisco. Foto: IHRU.

Convento de Nossa Senhora da Graça ou das Clarissas

Localização: 38°17'39.08"N; 8°13'37.13"W. Torrão. (CMP. 1:25.000, Folha 487).

Cronologia: Século XVI

Descrição:Situado na vila do Torrão, o edifício terá tido o seu primeiro momento de construção no final do séc. XVI (após a fundação do convento em 1560 ainda em casas particulares que existiam no mesmo local), tendo sofrido subsequentes intervenções nos séculos XVII, XVIII e XX. É uma construção em estilo maneirista e barroco, com um exterior bastante despojado, com uma planta quadrangular composta por: igreja, torre sineira, claustro e dependências conventuais. A igreja é composta por uma única nave, duas capelas laterais, capela-mor e coro. A torre sineira tem no topo em cada uma das quatro bandas duas janelas em arco e uma cobertura em forma de pináculo. O claustro é de planta rectangular e possui dois andares, formando galerias sobrepostas delimitadas por arcos formando uma modinatura com colunas toscanas. As dependências conventuais possuem alguns vestígios de pinturas murais. Encontra-se hoje em dia principalmente devoluto, sendo também utilizado como armazém.

D. Jesus

 

Igreja de São João dos Azinhais/Capela de São João Baptista dos Azinhais/Capela de Arranas

Localização: 38º16’24.52’’N; 8º15’41.08’’W. (CMP. 1:25.000, Folha 487).

Cronologia: Século XVI

Descrição: A capela de São João Baptista dos Azinhais localizada a cerca de 5km da vila Torrão, no concelho de Alcácer do Sal, foi construída no século XVII, no local onde teria existido um templo dedicado aos Santo Mártires, Justo e Pastor1, construído no século VIII, como atesta uma lápide, encontrada em 1974 e agora depositada na Igreja da Misericórdia do Torrão.

O templo compõe-se por alpendre, nave, capela-mor e anexo. O alpendre, que antecede a nave, é quadrangular e tem três aberturas em arco de volta perfeita. Sobre a fachada principal, onde se abre o portal de entrada, de moldura recta, ergue-se um arco sineiro. Nas paredes laterais da nave vemos oito contrafortes, quatro de cada lado, que suportam a cobertura interior de cruzaria de ogivas. A fachada posterior encontra-se ladeada por dois contrafortes cilíndricos, rematados por pináculos cónicos. No interior é possível identificar, espacialmente, a nave e a capela-mor, separadas por um arco triunfal de volta perfeita assente em impostas. A capela-mor tem cobertura em abóbada de aresta, com nervuras arrancando de mísulas angulares de mármore, decorada com pinturas murais de motivos florais e cartela central com filactera, com algumas letras invertidas. Na parede fundeira é possível ver, ainda, alguns vestígios de pintura mural, com motivos geométricos e vegetalistas.

Actualmente, a ermida encontra-se em ruínas, isolada no meio de um campo semeado. Aguarda o aprovamento da classificação como Monumento de Interesse Público.

 

1 - Justo e Pastor eram dois irmãos, de 7 e 9 anos, que foram executados pelos romanos, no ano de 304, em Castela, durante a ultima grande perseguição aos Cristãos. Este acto fez com que a população do Torrão se revoltasse contra os romanos e derrubasse o templo de Júpiter, fundado pelos Romanos naquela localidade, para erguerem um templo aos dois mártires.

A.P. Matos

Fig. 1 - Capela de São João Baptista dos Azinhais. Foto: Câmara Municipal de Alcácer do Sal.

 

Arquitectura civil:

 

Freguesia de Santa Maria do Castelo

 

Fontanário com painel de Azulejos

Localização: 38º22’21’’N; 8º30’39’’W. Largo Aragão Mascarenhas. Alcácer do Sal. (CMP. 1:25.000, Folha 476).

Cronologia: 1592

Descrição: No largo Aragão Mascarenhas, na freguesia de Santa Maria do Castelo, em Alcácer do Sal, encontra-se um fontanário de planta rectangular em que, centrado na parte superior, foi colocado um painel de 9x9 azulejos, em tons de azul, amarelo, verde e venoso, representando as armas de Alcácer do Sal, durante o período romano, e demonstrando a importância do rio Sado nesta localidade. Na representação vê-se uma caravela, com castelos na popa e na proa. O mastro da embarcação está encimado pelo Escudo de Portugal, que assenta na cruz de Santigo, ordem a que a vila pertencia. Por cima da caravela lê-se uma inscrição que remete para a datação dos azulejos: 1592. À volta da representação corre um friso de óvalos. A realização deste painel está atribuída a azulejadores de Lisboa, conhecedores da tradição flamenga. No Museu de Alcácer do Sal encontra-se uma réplica deste painel, realizada aquando de uma tentativa, não bem sucedida, de retirar o painel para restauro.

A.P. Matos

 

Fig. 1 - Pormenor do painel de azulejos do fontanário do Largo Aragão Mascarenhas. Foto: Rosa Nunes, MAEDS

Solar dos Salemas

Localização:. 38°22'16.07"N; 8°30'41.41"W. Alcácer do Sal. (CMP. 1:25.000, Folha 476).

Cronologia: Século XVI

Descrição: Situado em Alcácer do Sal na freguesia de Santa Maria do Castelo, é mandado edificar durante o séc. XVI por Rui de Salema, criado da Casa do Infante D. Luís de Portugal, filho do rei D. Manuel. O seu primeiro proprietário terá nele residido e sido também o fundador do Hospital da Misericórdia local. É uma construção com planta em U e um pátio fechado por muro com uma entrada com um frontão quebrado e as armas dos Salema. Terá sofrido algumas remodelações durante o período setecentista e posteriormente já durante o séc. XX. Do séc. XVI é de notar a loggia em arcaria redonda no pátio tipicamente renascentista, também no pátio existe uma fonte com tanque em mármore e uma carranca datada de 1762. Do período setecentista ficaram as linhas maneiristas e alguns aspectos de decoração barroca que hoje caracterizam o edifício. Terá servido já durante o séc. XX como quartel de Bombeiros e também da Guarda Nacional Republicana, utilizações que terão sido o mote para obras que levaram a alguma adulteração do seu interior. Funciona correntemente como biblioteca municipal.

D. Jesus

 

Paços do Concelho

Localização: 38°22'14.85"N; 8°30'46.09"W. Praça Pedro Nunes. Alcácer do Sal. (CMP. 1:25.000, Folha 476).

Cronologia: Século XVIII

Descrição: Situado em Alcácer do Sal na Praça Pedro Nunes, na freguesia de Santa Maria do Castelo. Edifício de estilo neoclássico/pombalino. É um edifício com dois pisos e três corpos, sendo o central rematado por um frontão triangular, cada corpo lateral possui três janelas em cada um dos pisos, sendo que o corpo central tem no primeiro piso um conjunto de três portas de entrada idênticas e no piso superior três janelas semelhantes às dos corpos laterais.

D. Jesus

 

Freguesia de São Martinho

 

Fonte Santa da Serrinha de Nossa Senhora do Carmo

Localização: 38°30'12.52"N; 8°31'33.81"W. Casebres. (CMP. 1:25.000, Folha 458)

Cronologia: Século XVIII

Descrição: Fonte do séc. XVIII localizada junto à igreja de Nossa Senhora da Graça da Santa Serrinha. Arquitectura barroca de traçado complexo e erudito, ornamentada com volutas, conchas, orelhões e cartelas, painel de azulejos no frontão com representação de Nossa Senhora do Carmo. A construção é de planta longitudinal com tanque e átrio com bancos de pedra no espaço interior e cobertura em domo.

D. Jesus

 

Freguesia de Santiago

 

Fonte Nova

Localização:38°22'19.19"N; 8°30'39.04"W. Calçada da Fonte Nova. Alcácer do Sal.(CMP. 1:25.000, Folha 476).

Cronologia: 1721

Descrição: Localizada num arruamento a que dá nome, a Calçada da Fonte Nova, na freguesia de Santiago em Alcácer do Sal, terá sido construída em 1721 (segundo lápide epigrafada presente) com a finalidade de assegurar o abastecimento de água ao Hospital da Santa Casa da Misericórdia local. Possui um espaldar decorado com um frontão curvo, barroco, apresenta elementos de traça erudita; tem em anexo um lavadouro para utilização pública construído nos anos 40 do séc. XX.

D. Jesus

 

Praça de Touros João Branco Núncio

Localização: 38°22'6.90"N; 8°30'5.20"W. Alcácer do Sal.(CMP. 1:25.000, Folha 487).

Cronologia: 1922

Descrição:Localizada na localidade de Alcácer do Sal na freguesia de Santiago, é um edifício construído em 1922 com capacidade para cinco mil espectadores, tem leves motivos art déco; foi também alvo de obras de ampliação durante os anos 50 do séc. XX.

D. Jesus

 

Freguesia do Torrão

 

Hospital da Santa Casa da Misericórdia

Localização:38°17'44.10"N; 8°13'40.92"W.Torrão.(CMP. 1:25.000, Folha 487).

Cronologia: Século XVI

Descrição: Edifício localizado na vila do Torrão cujo núcleo primitivo é datado (conjecturalmente) do séc. XVI, no séc. XVII terá sido alvo de obras de reconstrução e já no séc. XX terá sido alvo de algumas obras de ampliação. Encontra-se defronte da Igreja de Nossa Senhora da Albergaria ou da Misericórdia. É uma construção com uma arquitectura chã e despojada, tipicamente alentejana, tem uma planta longitudinal constituída por três corpos, dois correspondendo ao espaço do antigo hospital e um ao antigo anexo, sendo que os dois primeiros têm telhados de uma água e o antigo anexo um telhado de duas águas.

D. Jesus

 

Rua das Freiras, nº 8

Localização: 38°17’40.48”N; 8°13’40.14”W. Rua das Freiras, nº 8. Torrão.(CMP. 1:25.000, Folha 487).

Cronologia: Século XVI

Descrição: Na Rua das Freiras no. 8, na freguesia do Torrão, encontramos uma casa popular de piso único, com portal de traça manuelina, datada do século XVI. A habitação está homologada como Imóvel de Interesse Municipal, por Despacho de 12 de Abril de 1985. O portal, que se abre na fachada, é de arco polilobado, apontado ao centro, com moldura em cantaria. O acesso é feito por dois degraus.

A.P. Matos

Fig. 1 - Portal manuelino da casa no8, na Rua das Freiras. Foto: IHRU.

Solar dos Viscondes do Torrão

Localização: 38°17'39.99"N; 8°13'35.92"W. Torrão.(CMP. 1:25.000, Folha 487).

Cronologia: Século XVIII

Descrição: Solar do séc. XVIII localizado na vila do Torrão, é um edifício com traços de barroco final e de estilo pombalino/neo-clássico, a referência mais antiga que se conhece data de 1778, quando era conhecido como Palácio do Poço Mau e é confiscado à família dos duques de Aveiro. Tem uma planta em U, o corpo principal do edifício tem dois pisos, tem também um celeiro e uma cisterna. No seu interior existem salas completamente cobertas com pintura mural. Em 1996 foi alvo de obras de recuperação e actualmente funciona, em parte do seu espaço, um lar de terceira idade.

D. Jesus

 

Outros:

 

União das Freguesias de Alcácer do Sal e de Santa Susana (antiga freguesia de Santa Maria do Castelo)

 

Painel de azulejos na Rua da República

Localização: 38°22'16.84"N;8°30'36.83"W. Rua da República. Alcácer do Sal. (CMP. 1:25.000, Folha 476).

Cronologia: 1751

Descrição: Na rua da República, na freguesia de Santa Maria do Castelo, em Alcácer do Sal, abre-se um pequeno nicho, assente em mísula de estuque, com um painel de azulejo figurativo, representando Nossa Senhora com o Menino, ao centro, flanqueados pelas representações de São Domingos de joelhos, à esquerda, e Santa Rosa, à direita. Os tons dominantes são o azul e o branco. A cena é emoldurada por cercadura clássica, de elementos arquitectónicos, onde se inscreve, numa cartela, a data de 1751, remetendo para a produção do painel.

A.P. Matos

 

Fig. 1 - Painel de azulejos na Rua da República. Foto: IHRU.

3 - Século XX

 

Arquitectura civil:

 

União das Freguesias de Alcácer do Sal e de Santa Susana (antiga freguesia de Santa Maria do Castelo)

 

Ponte metálica rodoviária de Alcácer do Sal

Localização:. 38°22'12.40"N; 8°30'25.44"W.Alcácer do Sal. (CMP. 1:25.000, Folha 476).

Cronologia: 1945

Descrição: Construída sobre o rio Sado e atravessando o centro da localidade é inaugurada em 1945, para substituir uma em madeira existente desde finais do séc. XIX. Tendo sido desenhada pelo engenheiro Carlos Couvreur no chamado “estilo Eiffel”, como ponte metálica articulada com 107,45 metros de comprimento e 5 metros de largura, com um troço levadiço de 14 metros para permitir a passagem embarcações à vela.

D. Jesus

 

União das Freguesias de Alcácer do Sal e deSanta Susana (antiga freguesia de Santiago)

 

Ponte metálica ferroviária de Alcácer do Sal

Localização:. 38°22'8.15"N; 8°31'13.40"W. Alcácer do Sal. (CMP. 1:25.000, Folha 476).

Cronologia: 1925

Descrição: Construída sobre o rio Sado e inaugurada em 1925, cinco anos após a abertura do ramal ferroviário que liga Setúbal a Alcácer do Sal, vai permitir a ligação por caminho de ferro desde o Pinhal Novo até ao Algarve. É uma obra de engenharia em metal, possui um tramo móvel para permitir a passagem de embarcações à vela, à época essenciais para o transporte de cereais como o trigo e o arroz que utilizava o Sado como via privilegiada.

D. Jesus

 

Património Museológico:

 

Freguesia do Torrão

Museu Etnográfico do Torrão

Localização:. 38°17'45.43"N; 8°13'38.09"W. Torrão. (CMP. 1:25.000, Folha 487).

Cronologia:

Descrição: Museu localizado na vila do Torrão, funciona num edifício datado de cerca de finais do séc. XVIII e inícios do séc. XIX que terá sido anteriormente um lagar de azeite.

D. Jesus

Fig. 1 – Entrada do Museu Etnográfico do Torrão. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 2 – Aspecto da recepção do museu. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 3 – Aspecto do interior do museu. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 4 – Pormenor do sector expositivo do museu. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 5 – Pormenor do sector expositivo do museu. Foto de Joaquina Soares.

 

Principal Bibliografia do Inventário do Património Edificado do Concelho de Alcácer do Sal

Webgrafia

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