O AMAC - Auditório Municipal António Chainho

O Auditório Municipal António Chainho (AMAC) foi inaugurado no dia 29 de maio de 2009 e cumpre mais um compromisso do Município com a população acrescentando mais um recurso ao serviço das artes e da cultura.

É missão deste equipamento municipal constituir um espaço de cultura, de aprendizagem e de atualidade artística, prestando um serviço público e promovendo o acesso da população a diferentes atividades culturais.

A programação do AMAC é pautada pela qualidade e diversidade dos diferentes tipos de arte e assume-se como um espaço que associa de forma integrada no mesmo espaço físico, valências direcionadas à realização de espetáculos e iniciativas de géneros diversos, não esquecendo que as componentes do ensino, da educação, da aprendizagem mas também a vertente lúdica, são transversais e omnipresentes na programação que este equipamento já proporcionou nas atividades feitas e que, pretende continuar a proporcionar.

Estas características conferem ao AMAC no seu conjunto, uma dinâmica constante, potenciada também, pela frequência do espaço por públicos diferenciados, mas diga-se, com algum privilégio na abordagem dos públicos mais jovens.

Em termos de abrangência territorial, a Câmara Municipal de Santiago do Cacém, procura que o AMAC reforce a sua atividade fundamentalmente no contexto cultural de âmbito imediatamente local e regional, mas também, é certo que, ao contribuir para a diversidade cultural, está a fomentar e a alargar a vitalidade das atividades culturais numa abrangência muito mais amplificada, e deste modo, contribui em sintonia com outros agentes culturais ou intervenientes como por exemplo o Instituto do Cinema e Audiovisual, na missão de valorização e democratização da cultura numa lógica o mais justa e equitativa possível.

O AMAC tem capacidade para 242 lugares, incluídos três lugares para pessoas com mobilidade reduzida.

A Câmara Municipal de Santiago do Cacém proporciona no AMAC anualmente uma programação cultural regular e no cinema centra a sua grande aposta, esta aposta revela-se conseguida e provada numa investigação levada a cabo pelo Jornal Expresso, na sua edição de 17 de agosto de 2013, onde se destacam as salas de cinema alentejanas como aquelas que registam mais sessões com lotação esgotada e onde Santiago do Cacém entra no “Top 5” nacional no número médio de espectadores por sessão de cinema, ocupando a 4.ª posição numa lista liderada pelo Município de CampoMaior. Mas os domínios relacionados com a música, o teatro, e as artes plásticas são também uma realidade, não esquecendo, a realização de conferências, colóquios, seminários, reuniões, e jornadas culturais, e também, o apoio e o incentivo à realização das mesmas quando realizadas por outras entidades / organizações.

Estas dinâmicas, dedicadas às mais diversas temáticas, pela sua pertinência, atualidade e contribuição para a formação de públicos, correspondem ao propósito de identificar o AMAC como um espaço cultural de fruição artística e multidisciplinar.

A equipa do Auditório Municipal António Chainho é composta por um Técnico Superior e uma Assistente Técnica a tempo inteiro, dois Técnicos de som / luz e projeção, cerca de 20 Assistentes Técnicos que compõem a equipa frente sala e duas Assistentes Operacionais da Limpeza. Esta equipa está integrada na Divisão de Cultura e Desporto por sua vez sob a responsabilidade de uma Chefe de Divisão e uma Vereadora do respetivo Pelouro.

António Chainho

Com a atribuição da designação de António Chainho ao Auditório Municipal, o Município de Santiago do Cacém pretendeu prestar uma homenagem ao mestre da guitarra portuguesa, tendo como fundamento a valorização de um marco da identidade local, assim como estimular a aproximação dos munícipes e de quem nos procura ao inigualável património cultural do município de Santiago do Cacém.

Quando saiu da tropa, estava decidido que o seu destino seria a guitarra portuguesa. Corriam os anos sessenta e António Chainho, alentejano e no vigor dos vinte anos, logo demonstrou o seu virtuosismo nas doze cordas. Para trás, ficava o café dos pais, em São Francisco da Serra (Santiago do Cacém), onde, aos oito anos, se tinha iniciado nas lides. O pai manejava a guitarra, pousada sobre a mesa de bilhar e sempre à disposição, com destreza; e o filho, aos treze anos, já se apresentava em público.

Inspirado em mestres como Armandinho, estreia-se na casa de fados A Severa, em meados dos anos sessenta, a que se seguiram atuações n’O Faia, n’O Folclore e no Picadeiro, de que aliás seria proprietário e onde foi dando azo ao seu amor pela guitarra portuguesa, acabando por formar o seu próprio conjunto de guitarras. Mas é quando acompanha Maria Teresa de Noronha, Lucília do Carmo, Carlos do Carmo, Francisco José, Tony de Matos, António Mourão, Frei Hermano da Câmara ou Hermínia Silva que Mestre Chainho começa a deixar marcas na história da guitarra portuguesa. Ela seria a sua noiva para o resto da vida. E, desde aí, não se cansou de a mostrar ao resto do mundo. 

Estava há três anos em Lisboa quando a Emissora Nacional o convida para um programa de rádio - “Fados e Guitarradas” - em que atua, ao vivo e em direto, com o seu conjunto. Nele se agrupavam guitarristas como José Luís Nobre Costa e tocadores de viola como Raúl Silva e José Maria Nóbrega.  

Atua então em recitais por todo o mundo: a solo ou dividindo o palco com Paco de Lucía ou John Williams; em concertos isolados ou em festivais dedicados à guitarra como aconteceu em Córdova.Abre uma nova frente ao iniciar uma discografia em nome próprio com o álbum Guitarra Portuguesa e um segundo disco gravado com a Orquestra Sinfónica de Londres, abraçando decididamente uma carreira discográfica, exclusivamente composta por temas originais, agora com o selo Movieplay.

Num mesmo movimento, explora novas direções para o fado. Toca guitarra portuguesa no álbum Fura Fura de José Afonso e, com Rão Kyao, participa no álbum Fado Bailado. É altura de experimentar o contacto com outras culturas e abre a guitarra portuguesa à voz de cantoras como as brasileiras Gal Costa e Fafá de Belém, a espanhola Maria Dolores Pradera e a japonesa Saki Kubota. Os convites sucedem-se e tomam formas insondáveis para quem não partilha o gosto pela reinvenção constante da guitarra portuguesa. Na coletânea Red Hot + Lisbon, acompanha a norte-americana kd lang no tradicional “Fado Hilário”.

Em 1998, já não consegue esconder a sua paixão e grava A Guitarra e Outras Mulheres, em que  é acompanhado por Teresa Salgueiro (Madredeus), Marta Dias, Filipa Pais, Ana Sofia Varela, Elba Ramalho ou Nina Miranda (Smoke City), e por alguns dos músicos mais prestigiados da downtown de Nova Iorque (Bruce Swedien, Greg Cohen, Peter Scherer). A sua dedicação e talento são finalmente reconhecidos e o disco vende mais de vinte mil cópias, tornando-se uma referência na arte de bem tocar a guitarra portuguesa.  

Mas é no Brasil – uma das suas paixões - que reencontra um brilho  perdido e restabelece a ligação entre a música brasileira e a portuguesa. Com Celso Fonseca e Jaques Morelenbaum, habitual arranjador de Caetano Veloso, protagoniza o álbum Lisboa – Rio, cruzamento da tradição portuguesa com alguns clássicos da música brasileira. Sabendo da vocação universal da guitarra portuguesa, ergue então um novo marco da sua divulgação.

Os papéis voltam a inverter-se e Chainho é convidado para acompanhar algumas das maiores vozes. O cantor lírico José Carreras não dispensa a sua colaboração num concerto no Pavilhão Atlântico; Adriana Calcanhotto chamou-o para junto de si numa das suas digressões em Portugal e Maria Bethânia convida-o para se apresentar em espetáculos no Rio de Janeiro e São Paulo. No Brasil, em Itália, ou no Japão, António Chainho insiste em divulgar a guitarra portuguesa. Em Portugal, é o mentor de um projeto que acalentou durante doze anos: a Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa e hoje é respeitado como um renovador da tradição que outros lhe deixaram.

A admiração e o respeito que sentem um pelo outro, aliadas a uma grande cumplicidade musical própria dos mestres, fazem com que em todos os novos projetos de António Chainho, o amigo, esteja sempre presente.  

As apresentações de Chainho continuam a surpreender um pouco por todo o mundo e fazem escola entre alunos na Índia, Japão, Marrocos e Brasil, mas foi a criação da escola de Guitarra Portuguesa em Santiago do Cacém, sua terra natal, que lhe deu um especial orgulho, pois permite-lhe ensinar esta arte que tanto gosta.

Outras informações:

Morada / contactos

  • Largo Santiago de Compostela

7540 Santiago do Cacém

Horário de Funcionamento – reserva / venda de bilhetes

  • Terça a sexta-feira: 09H30 às 12H30 / 13H30 às 17H30

  • Encerra às segundas-feiras e feriados, salvo se nesses dias estiver agendado algum espetáculo.

  • Dias de espetáculo e cinema: 1h antes

  • A venda de bilhetes apenas será efetuada na semana da realização do espetáculo / cinema.

Reserva de bilhetes - Telefone: 269 750 410

Terça a sexta-feira: 09h30 às 12h30/ 13h30 às 17h30

e-mail: auditorio@cm-santiagocacem.pt

As reservas deverão ser levantadas até meia hora antes do início do espetáculo / cinema.

Em casos pontuais, as reservas poderão  ser levantadas até à véspera do espetáculo. Para o efeito, será efetuada a devida referência nos materiais de divulgação.

As reservas solicitadas por mail só são válidas mediante confirmação do auditório.

Jorge Justo

 

Fig. 1 – Vista de exterior do Auditório Municipal António Chainho (Santiago do Cacém).

Fig. 1 – Vista de interior do Auditório Municipal António Chainho (Santiago do Cacém).