Tempo Histórico e Dinâmicas Patrimoniais: Uma Introdução

Joaquina Soares

Abordaremos, em traços muito gerais, algumas das passagens da história multimilenar que deixaram marcas legíveis nas paisagens que desde a foz do Sado (Fig. 54A) se estendem até à Praia do Burgau (Fig. 3), já no Barlavento algarvio. Será, pois, uma versão muito resumida da História da Costa Sudoeste Portuguesa, com cerca de 500 mil anos; o próprio cenário fisico está longe de se ter mantido estável, igual a si mesmo e ao que nós hoje conhecemos (Figs. 4A e 23). Em termos geomorfológicos, a região conta com um longo corredor aplanado, a plataforma litoral, de cujas formações de cobertura, de idade recente ou quaternária, importa destacar, pela sua grande visibilidade, areias eólicas e dunas (Fig. 10). Este corredor, de grande acessibilidade, que articula a costa alentejana com a costa vicentina, contacta do lado continental com as serras de Grândola, Cercal e Monchique e, do lado oceânico, termina, frequentemente, em arribas talhadas emxistos do Carbónico, na costa alentejana (Figs. 13B e 64B), e em calcários meso-cenozóicos, na costa vicentina (Figs. 17B e 17F). As praias, em geral pouco extensas, excepção para a Península de Tróia (Fig. 54A), têm alguma expressão na desembocadura dos principais cursos de água: Ribeira da Comporta, de Melides, da Cascalheira, da Junqueira e Morgavel, Rio Mira, ribeiras de Seixe e de Aljezur. A plataforma litoral sofreu profundas alterações ao longo do Quaternário, por reflexo de uma neotectónica activa, mas sobretudo em resultado de movimentos eustáticos, associados à alternância de períodos glaciários e interglaciários. O máximo regressivo da glaciação do Wurm, de -120m, ocorrido há cerca de 18 000 anos, esteve na origem da formação de um extenso campo dunar que viria a consolidar e cujo vestígio mais expressivo é a ilha da Pessegueiro (Figs. 45 e 46). O registo arqueológico foi provavelmente muito truncado em resultado desta instabilidade do nível médio das águas do mar. A abundância de recursos marinhos e as modalidades da sua exploração conferiram um cunho particular à história da ocupação humana da Costa Sudoeste portuguesa (Tavares da Silva & Soares, 1997).

SOCIEDADES CAÇADORAS-RECOLECTORAS

As primeiras sociedades humanas estabelecidas na região

Dos primeiros humanos que viveram na costa sudoeste, provavelmente da espécie Homo heidelbergensis1 possuímos artefactos, que na sua maioria correspondem a um nível tecnológico primário dominado por choppers, chopping-tools e core-choppers executados sobre seixos rolados de grauvaque e quartzito através da técnica da percussão directa, com baixa selectividade da matéria-prima. Mas surgem também os primeiros artefactos dotados de simetria, tipicamente acheulenses, os bifaces, que denunciam uma percepção e intervenção crescentes sobre o meio.

Aqueles vestígios da presença humana atribuídos ao Paleolítico inferior foram localizados (Breuil, Ribeiro, Zbyszewski, 1943; Breuil & Zbyszewsk, 1946; Zbyszewsk, 1943, 1958) de um modo geral, em situação de remobilização no seio de praias levantadas entre Sines (Fig. 5) e o Cabo Sardão, como as da base do forte do Pessegueiro e na camada subjacente à duna consolidada da arriba do Burrinho, no concelho de Sines (Figs. 7 e 8). Na década de 70, Carlos Penalva (1978, 1979) empreendeu a revisitação das arribas da Costa Sudoeste, tendo assinalado a presença de manchas de artefactos de tipologia pré-acheulense, como no Cabo Sardão ou na enseada da Santoleira (Zambujeira do Mar), que atribuiu a um Paleolítico inferior arcaico. Estes achados como os anteriores carecem de uma sólida contextualização, já que se encontram remobilizados, as suas formas e tecnologia elementares são recorrentes e o critério altitudimétrico de datação das praias levantadas (em função das variações eustáticas do nível medio das águas do mar) tem vindo a ser questionado pela activa neotectónica na região.ível médio das águas do mar) tem vindo a ser questionado face à intensa neotectónica registada na região.

 

Atribuída ao Plistocénico superior (125 000 a 35 000 anos BP), a jazida de pegadas de vertebrados do Malhão (concelho de Odemira) forneceu informação interessante para a caracterização faunística da Pré-história antiga na região (Carvalho, 2001 + link), sendo de assinalar a presença quer de pequenos mamíferos como cervídeos e lobos, quer de elefante (Elephas antiquDo Paleolítico médio existem vestígios confirmados no concelho de Vila do Bispo (p. ex. no sítio da Lagoa do Bordoal). A inexistência de jazidas moustierenses no litoral alentejano pode dever-se ao facto de não ter sido até agora desenvolvido nenhum projecto de investigação focado nessa problemática. Entre 40 000 e 30 000 anos atrás, o nível médio das águas do mar estaria a cerca de - 60m em relação ao actual, e o clima seria frio. Na Praia de Vale Figueira - São Torpes, uma formação turfosa, datada de 39 490 BP, dá-nos conta de um coberto vegetal constituído por tundra arbórea, intercalada por áreas húmidas relativamente extensas (Teixeira & Pais, 1976).

O Paleolítico Superior, situado entre 28 000/27 000 e 10 000 anos BP, de clima frio, periglaciário, com crises de grande rigor climático, foi marcado pela expansão do Homo sapiens, organizado em grupos dotados de intensa sociabilidade, não obstante o carácter nómada da sua forma de habitar. A sociabilidade está bem expressa no ritual funerário e no vigoroso sistema artístico parietal e móvel que pela primeira vez surge no registo arqueológico, revelando o profundo conhecimento detido pelos humanos no que concerne à vida animal. Tenha-se presente o núcleo de pintura e gravura rupestres da gruta do Escoural, a menos de 50 Km de distância em linha recta.

Este período encontra-se bem representado no concelho de Vila do Bispo, pelos sítios de Lagoa Mosqueiro, Lagoa Bordoal, Ponta Garcia, Vale Santo 4, Vale Boi, abrangendo os tecno-complexos Gravetense, Solutrense e Magdalenense (Cascalheira, 2010). Com algumas reservas, podem ser atribuídos ao Magdalenense final conjuntos artefactuais recolhidos no Cabo de Sines (Roche, 1960), e na Praia dos Nascedios norte, na costa alentejana.

O último máximo glaciário (21 000-17 000 BP), a que terá correspondido uma descida do nível médio das águas a cerca de -120m em relação ao actual (Fig. 4A), implicouprofundas alterações ambientais na costa sudoeste, com a formação de uma ampla planície litoral coberta por extensos campos dunares. O clima seria árido e frio e o coberto vegetal aberto e constituído maioritariamente por herbáceas (Turon et al., 2003) (Fig. 4B). EmVale Boi, a ocupação solutrense revelou uma economia assente na caça de mamíferos de médio e grande porte (equídeos e cervídeos), com nítida redução da contribuição dos lagomorfos e invertebrados marinhos da fase anterior. A regressão marinha pode ter prolongado a planície litoral meridional em cerca de 20Km para sul, reduzindo drasticamente o interesse económico do marisqueio (Cascalheira, 2010).

Epipaleolítico: as grandes transformações ambientais

É a partir do final da glaciação do Wurm, quando o clima sofre um aquecimento generalizado, há cerca de 12 000/10 000 anos, que as evidências arqueológicas se mostram mais numerosas e melhor conservadas na Costa Sudoeste. Com efeito, desde ofinal do Tardiglaciar (Dryas III), desde 10 500 BP até há cerca de 8500/8200 anos BP, multiplicam-se os acampamentos de ar livre localizados no litoral (Fig. 4D): Oliveirinha (Sines), Espigão, Aivados (Fig. 9), Pedra do Patacho (Fig. 12) e Palheirões do Alegra (Odemira), Montes de Baixo (Ribeira de Seixe), Medo da Fonte Santa (Aljezur) (Figs. 13A-13C, Castelejo (Figs. 14A-14C) e Barranco das Quebradas 1 e 3 (Vila do Bispo).

O aquecimento a partir de 10 000 BP e os correlativos efeitos da transgressão flandriana provocaram acentuada redução da planície litoral, que tinha atingido grande desenvolvimento durante o máximo da regressão wurmiana, com a descida do nível médio das águas do mar a -120m. A área dos territórios de captação de recursos sofreu significativa contracção, alterando o equilíbrio das relações demográfico-ecológicas. Estas transformações rápidas e profundas nos ecossistemas litorais terão provocado um progressivo stress ambiental a que os grupos humanos responderam através da diversificação dos recursos alimentares. Na Costa Sudoeste surgem os primeiros acampamentos especializados no marisqueio: Pedra do Patacho em Vila Nova de Milfontes (Soares & Tavares da Silva, 1993, 2004), que dispõe de um conjunto de datas (10760±80; 10740±60; 10450±60; 10380±100) sobre conchas (ICEN-748,207,267,266) que permite calcular um intervalo de tempo, calibrado a 2 sigma entre 10576 a 9036 anos antes de Cristo; Medo da Fonte Santa em Aljezur (Soares & Tavares da Silva, 2004). É provável que a maioria das jazidas dos alvores do Epipaleolítico se encontre actualmente submersa. Os dados recolhidos permitem supor que a valorização dos recursos marino-estuarinos constituiu, desde o início do Epipaleolítico, um factor indutor da litoralização do povoamento durante o Pré-Boreal e Boreal. Atinge-se então o óptimo climático com temperaturas médias de verão superiores em cerca de 2ºC às actuais (Whyte, 1995). Os estudos polínicos (Queiroz, 1999) (Fig. 4C) mostram que nesse período ocorre a máxima expansão da área florestal, cuja espécie dominante é o pinheiro bravo (Pinus pinaster). Progressivamente, vão-se desenvolvendo carvalhais decíduos, diversifica-se o mosaico de vegetação regional, surge a mata esclerófila supra e meso-mediterrânea. A caça ao veado, javali e auroque continuou a ter um papel económico relevante, como se observou no acampamento de caça da Barca do Xerez de Baixo (médio vale do Guadiana), datado de 8640±50 BP (Almeida et al., 1999). Este sítio revelou uma economia de caça, dominada pelo auroque e veado, estando também presentes cavalo, raposa e leporídeos. A indústria lítica, expedita, foi realizada a partir de seixos rolados de quartzito e quartzo, abundantes nas cascalheiras do rio, estando ausentes produtos leptolíticos em sílex. No litoral, multiplicaram-se os concheiros, claramente sazonais, vocacionados para o marisqueio: Pedra do Patacho, Medo da Fonte Santa, Castelejo, Barranco das Quebradas 1 e 3 (Bicho et al., 2003).

Jazidas como o extenso habitat (cerca de 8 000 m2) de Palheirões do Alegra (Cabo Sardão), datado por amostra de carvão (ICEN-136) de 8400 ± 70 BP (Vierra, 1992), pela sua área, densidade de estruturas domésticas e de artefactos (cerca de 30 000 exs.), parece corresponder a um estabelecimento mais permanente que os sítios anteriores, ao qual se deveria associar economia diversificada e tecnologia lítica em consonância com uma maior amplitude funcional. Com efeito, a utensilagem lítica integra os dois subsistemas tecnológicos da pedra talhada: expedito, de base macrolítica, pouco especializado e, em geral, produzido a partir de seixos rolados de grauvaque e quartzito, e uso-intensivo, microlítico, dotado de grupos tipológicos especializados, manufacturado sobre sílex, como lamelas de dorso e raspadores unguiformes que se enraízam em tradição do final do Magdalenense.

A presença de restos de peixes em sítios do interior (Bicho, 1997), a mais de 60 Km do litoral (Gruta do Caldeirão Eb topo), reforça o modelo de integração de recursos terrestres e marítimos em sistemas socio-territoriais provavelmente de grande amplitude, onde dominaria, por hipótese, a mobilidade residencial recorrente – forma de exploração do território que pressupõe a deslocação de todo o grupo, segundo percursos estabelecidos de acordo com a disponibilidade de recursos. Esta disponibilidade originaria, pois, movimentos cíclicos, com retorno aos acampamentos preexistentes. A estratégia de mobilidade residencial recorrente, também designada por nomadismo recorrente, mostra-se eficaz em situações de baixa densidade demográfica (0,1hab/km2) e para pequenos grupos humanos (Alday, 2002; Soares, 1992; Soares e Tavares da Silva, 2004).

Mesolítico: adaptações ribeirinhas e modo de produção de caça-pesca-recolecção-armazenamento

A partir do período Atlântico, há cerca de 8500/8200 BP, intensifica-se a litoralização do povoamento e a ocupação dos baixos-vales do Sado e Mira, bem como o crescimento demográfico. Ocorre a territorialização dos grupos humanos, os quais adoptam estratégias de subsistência de largo espectro (caça, pesca, recolecção de marisco e de produtos vegetais) e de mobilidade logística (Fig. 15C): acampamentos de base e acampamentos temporários, economicamente especializados (Soares,1996; Soares,Tavares da Silva & Canilho, 2005-07). Os acampamentos de base incorporam estruturas de armazenamento, reveladoras da intensificação económica (Fig. 22C) que antecede a neolitização. Os índices de sociabilidade possuem agora maior visibilidade. A função funerária está presente através de cemitérios, com sepulturas de inumação em fossa (Fig. 22D), no interior dos acampamentos de base (Fig. 22C). Homens e mulheres possuiriam idêntico estatuto social. As formações sociais regem-se por normas igualitárias. A tecnologia lítica é dominada pelo microlitismo geométrico.

Na Costa Sudoeste registaram-se vários concheiros mesolíticos concentrados nas margens do Sado (núcleo do Baixo Sado - São Romão do Sado e Médio Sado - Gaspeia), na faixa litoral (Santa Marinha, Vale Marim I, Samouqueira I – Fig. 16, Castelejo, Armação Nova – Fig. 17A) e vale do Mira, em Fiais (Soares, 2013) (Figs. 15A e 15B).

SOCIEDADES AGRO-PASTORIS

Revolução neolítica: as primeiras sociedades agro-pastoris

As alterações económicas e tecnológicas desencadeadas pela Revolução Neolítica – selecção e alteração genética de espécies animais e vegetais, tecnologia da pedra polida e olaria – desencadearam significativo desenvolvimento das forças produtivas e um novo quadro de relações sociais de produção associado a sistemas de parentesco. Estas transformações económico-sociais configuraram o modo de produção doméstico, indutor de novos sistemas culturais.

A transição das últimas sociedades de caçadores-recolectores mesolíticas para o modo de produção doméstico não foi um processo linear e homogéneo. A adopção das inovações neolíticas ao implicar uma intensificação económica seria apenas desencadeada em situações de pressão demográfica e de consequente desequilíbrio demográfico-ecológico. Nem todos os grupos mesolíticos se neolitizaram ao mesmo tempo, ao mesmo ritmo e segundo o mesmo modelo, mesmo em uma área restrita como o Sul de Portugal. Desta constatação ressalta o protagonismo que deve ser reconhecido às populações do Mesolítico final na chamada neolitização. Foram elas que escolheram das novidades neolíticas disponíveis na bacia mediterrânea as que mais interessavam às suas necessidades, que as reelaboraram e integraram no seu universo cognitivo e histórico-social, segundo um processo de osmose cultural (Soares, 1995, 1997; Tavares da Silva & Soares, 2007 ). Sendo possível admitir pequenas deslocação de pessoas no processo de circulação de cereais e de animais domésticos originários do Crescente Fértil, supomos que esses bens e associada informação se dispersaram sucessivamente através das fronteiras fluidas de grupos vizinhos (relações de vizinhança e prática de exogamia), sem substancial migração de populações. No caso português, são flagrantes as semelhanças biológicas entre comunidades mesolíticas e neolíticas, facto que sugere uma continuidade démica ao longo do processo de neolitização (Lubell & Jackes, 1985). A presença da herança mesolítica pode ainda ler-se na estratégia de mobilidade logística, na economia de largo espectro, no padrão locativo dos habitats, na integração da função funerária em espaço residencial, e na indústria lítica do Neolítico antigo. Esta fase de transição ocorre precocemente na Costa Sudoeste, entre 5700/5500 a 5300 BC e por volta de 5200-4500 BC no Vale do Sado (Figs. 22A, 22B e 22E).

O dinamismo sociodemográfico das comunidades mesolíticas da costa sudoeste terá suscitado a precoce assimilação, há cerca de 7500 anos, das primeiras formas de produção de alimentos: agricultura cerealífera e criação de gado, inovações em circulação, como já referido, na bacia mediterrânea. Na fachada atlântica sudoeste foram localizados os mais extensos povoados do Neolítico antigo do actual território português, como o paradigmático sítio de Vale Pincel I (Tavares da Silva & Soares, 1981). Os territórios eram explorados através de um sistema de mobilidade logística que contava, por um lado, com estabelecimentos de base, semi-sedentários (Vale Pincel I, Samouqueira II, Cabranosa) e, por outro, com acampamentos especializados, designadamente na recolecção de marisco de muito curta duração, como Oliveirinha, Medo Tojeiro (Tavares da Silva, Soares & Penalva, 1985), Castelejo (Soares, 1997).

Megalitismo e economia agro-pastoril

A consolidação da economia agro-pastoril, afirmada durante o Neolítico antigo evolucionado (5300-4500 BC), exigiu uma nova organização social, distinta do bando. Mais estável, articulada por relações de parentesco. Os grupos identificam-se e distinguem-se pela sua linhagem, que entronca em um antepassado comum, o fundador mítico do grupo. Esta nova estrutura social e correlativo modo de produção doméstico seria incomparavelmente mais exigente em recursos e trabalho. O Neolítico médio, da segunda metade do V ao terceiro quartel do IV milénios BC, ao contrário do período anterior, terá sido uma fase crítica, face ao suposto crescimento demográfico desencadeado durante o Neolítico antigo evolucionado, e ao fraco desenvolvimento das forças produtivas (agricultura de sacho e queimada). Os testemunhos arqueológicos mais visíveis desta fase estão representados por realizações funerário-religiosas conutadas com a consolidacão do novo sistema de organização e coesão social alicerçado sobre o conceito de antepassado comum e culto da fertilidade (Tavares da Silva, 1997). Referimo-nos às sepulturas pétreas dissociadas dos povoados, com autonomia e funções no ordenamento dos territórios, primeiro individuais (protomegalíticas), como a do Marco Branco (Tavares da Silva & Soares, 1983) (Figs. 27A a 27C),posteriormente colectivas e megalíticas, como as de Palhota (Soares & Tavares da Silva, 1976-77a), Pedra Branca (Melides) (Ferreira et al., 1975; Soares, 2010) (Figs. 28A-28D), Pedra Escorregadia em Vila do Bispo (Gomes, 1994); de carácter marcadamente religioso há a referir recintos megalíticos como o de Monte Novo (Sines) (Fig. 31), e numerosos menires que ainda hoje povoam a paisagem da costa vicentina.

Por Megalitismo entende-se a superstrutura ideológica (e sua materialização nos domínios funerário e mágico-religioso) característica das fases de afirmação e consolidação das sociedades camponesas, ou seja, do V ao III milénios BC. A humanização da paisagem muito deve às marcas persistentes deixadas pela arqueologia da morte; pelo contrário, os povoados, de cabanas em materiais perecíveis, em geral de curta duração, de acordo com o ritmo da agricultura itinerante, de sacho e queimada, e da pastorícia semi-nómada, rapidamente desapareciam do horizonte físico e essa invisibilidade do habitat espelha-se na arqueologia dos espaços domésticos. São as sepulturas dos antepassados que referenciam os territórios. Através da sua perenidade garantia-se a própria coesão social. Assim, as sepulturas construídas para a “eternidade” separam-se dos lugares efémeros de residência. São edificadas em pedra, protegidas por colinas artificiais, e comportam, além da função funerária, outras valências de carácter sócio-ideológico. Pela via dos antepassados, assegurava-se, pois, a continuidade do grupo, tal como através das sementes da colheita anterior se garantiam as searas futuras.

Protomegalitismo

As primeiras sepulturas pétreas, de câmara fechada, de pequenas dimensões, sob tumuli, localizadas no exterior dos povoados (Fig. 27A), são construídas na transição para o Neolítico médio, provavelmente na segunda metade do V milénio BC. Possuem raríssimo espólio. O investimento era dirigido para a construção do monumento, ou seja, para a construção social do antepassado comum, noção polarizadora da estrutura de parentesco subjacente à organização societal segmentária. Este tipo de monumento funerário pode ter sido construído para receber somente os restos mortais do ancião fundador do grupo, mas a sua dimensão de representação colectiva sobrepõe-se claramente à esfera individual. Encontra-se bem representado pela sepultura do Marco Branco (S. Francisco da Serra, Santiago do Cacém), pelo cemitério que inaugura o chão funerário da Herdade do Pessegueiro (Tavares da Silva & Soares, 1983) e em algumas sepulturas, infelizmente violadas, das necrópoles megalíticas de Lousal e Boiças (Fig. 27D) (Leisner & Leisner, 1959) no concelho de Grândola.

Megalitismo médio

Durante o pleno Neolítico médio, a partir de inícios do IV milénio BC, os monumentos funerários megalíticos possuem, em geral, estrutura de acesso à câmara funerária. Este acesso configura o carácter colectivo das sepulturas. Assiste-se a um certo polimorfismo associado a expressões regionalizadas da arquitectura megalítica. No espólio artefactual que acompanha os mortos têm presença relevante os instrumentos em pedra polida, pontas de projéctil, em sílex, utilizadas na caça, de formas geométricas, na sua maioria trapezoidais, e recipientes cerâmicos esferoidais, não decorados. Registam-se vestígios de rituais de fogo e de deposição de ocre, segundo alguns autores com fins práticos de higienização. A sepultura megalítica da Palhota (S. Francisco da Serra, Santiago do Cacém) possuía um pequeno altar no interior da câmara funerária, onde se realizavam combustões, certamente ritualizadas, no quadro de cerimónias fúnebres que estamos longe de recuperar.

Megalitismo não funerário

As mais antigas “pedras levantadas” (ou menires) surgiram em contexto habitacional do Neolítico antigo, datado do VI milénio BC, em Vale Pincel I (Sines). Porém, a sua integração em estruturas arquitectónicas (alinhamentos, recintos, cromeleques) de carácter mágico-religioso, transformadoras da paisagem, parece ocorrer somente a partir do Neolítico médio. Acompanhando o ritmo do Megalitismo funerário, terão atingido o seu máximo desenvolvimento no final do Neolítico.

Tanto no recinto do Xarez (Reguengos de Monsaraz), como no cromeleque dos Almendres (Évora), identificaram-se duas grandes fases construtivas. Na última dessas fases, do final do Neolítico/alvores do Calcolítico, os menires adquirem, regra geral, morfologia marcadamente fálica. Essa evidência arqueológica permite uma abordagem social na perspectiva do género. Mais do que uma divisão sexual do trabalho, estes marcadores territoriais assinalam o sucesso e o poder da construção social correspondente ao género masculino, ou seja, à família patriarcal, cuja longevidade milenar podemos ainda hoje comprovar nas sociedades ocidentais. O género feminino parece iniciar então uma longa viagem subterrânea. Desde o ventre da terra, onde tece a vida e vigia pela sua conservação, abriga e encaminha para si os estragos da morte. Está representado pela deusa-mãe, sim bolicamente corporizada na placa de xisto gravada.

Na Costa Sudoeste, o megalitismo menirico encontra-se particularmente bem representado no concelho de Vila do Bispo, no Promontório Sacro, quer através de menires isolados, quer através de cromeleques, com o dos Namorados. Na costa alentejana, foi identificado um recinto megalítico em Monte Novo (Chãos de Sines), o qual viria a ser reutilizado como recinto defensivo durante o Calcolítico (Fig. 31).

Formações sociais agro-marítimas. Primeira divisão socioterritorial do trabalho

A partir dos alvores do Neolítico médio (meados/finais do V milénio BC) e sobretudo durante o Neolítico final, com a Revolução dos Produtos Secundários da Criação de gado, ocorre, na costa sudoeste da Península Ibérica, a primeira grande divisão socioterritorial do trabalho (Cassen & Weller, 2013; Escacena et al., 1996; Soares, 2008, 2013; Valera et al., 2006).

A par da generalização da economia agro-pastoril, praticada em moldes extensivos, e consequentemente do modo de produção doméstico, cuja superstrutura ideológica tem nas arquitecturas megalíticas a sua melhor expressão, radicam-se no litoral, em áreas estuarinas, grupos humanos que praticando embora a agricultura e a criação de gado baseiam a sua subsistência na exploração dos recursos marino-estuarinos (pesca, marisqueio e sal).

Os vestígios destas formações sociais agro-marítimas encontram-se muito bem representados no estuário do Sado (Comporta-Carrasqueira), onde se identificou um rosário de povoados de ar livre (Soares & Tavares da Silva, 2013), em geral com níveis de concheiro, que desenvolveram a pesca sobretudo de espécies da família dos Sparídeos, com destaque para a dourada (Sparus aurata), a recolecção de moluscos, especialmente de amêijoa e lingueirão e a extracção de sal por via ígnea; subsidiariamente, praticaram a agro-pastorícia. Estes povoados ocuparam interflúvios arenosos que delimitavam rias inseridas no estuário do Sado (Figs. 24-26).

Os sítios melhor conhecidos correspondem aos alvores do Neolítico médio (Pontal) e a diversas fases do pleno Neolítico médio (Malhada Alta, Celeiro Velho, Barrosinha e Sapalinho).

No ritual funerário, prossegue a tradição mesolítica e do Neolítico antigo de enterramento em fossa, no interior do habitat. Este ritual foi documentado no povoado de Malhada Alta.

Revolução dos produtos secundários da criação de gado (RPS) / Crescimento demográfico / Apogeu do Megalitismo / Povoados de fossos / Hierarquização do povoamento

No final do IV milénio BC ocorre uma transformação tecno-económica rápida, a chamada Revolução dos Produtos Secundários da Criação de Gado (RPS), cujas consequências sociais e culturais irão consubstanciar-se nas primeiras sociedades paleometalúrgicas, do III milénio BC.

A Revolução dos Produtos Secundários (RPS) viabiliza as sociedades camponeses. Ocorre importante integração da agricultura e criação de gado através da descoberta do carro e arado (Soares, 2003). A aplicação de uma emergente fonte de energia (tracção animal) à agricultura desencadeia significativos aumentos do volume da produção e de produtividade, criando novas possibilidades de divisão e especialização do trabalho, condições que irão permitir importantes inovações tecnológicas, como a metalurgia, primeiro do cobre e ouro, posteriormente do bronze (Soares, 2014).

A RPS tem, pois, o seu núcleo duro na aplicação da força de tracção do gado bovino à agricultura. A nova agricultura de arado permitiu a exploração de solos pesados e férteis até então inacessíveis com a tecnologia do Neolítico médio. A intensificação da produção associa-se à acumulação de excedentes que sustentam o crescimento demográfico colocado em evidência pelo registo arqueológico (Soares, 2013). Surgem os primeiros povoados verdadeiramente estáveis, nas imediações de importantes manchas de solos férteis. Para os povoados delimitados por fossos que teriam funções de sinalização e defesa, mas também de acumulação de reserva de água, convergiam os excedentes de cada segmento do grupo.

No final do Neolítico, um importante sobreproduto económico é investido na arquitectura e espólio funerários. O Megalitismo atinge a sua maior expansão e complexidade arquitectural. Generalizam-se as sepulturas de câmara funerária de planta poligonal, a tender para circular, com estrutura de acesso diferenciada (p. ex. dólmen da Pedra Branca, Melides). Algumas sepulturas como a Anta Grande do Zambujeiro (Soares e Tavares da Silva, 2010) atingem acentuado gigantismo. O espólio que acompanha os mortos é agora mais numeroso e diversificado, com relevância para os adornos e peças idoliformes, de que se destaca a placa de xisto gravada (Fig. 29A). A construção dos grandes monumentos megalíticos pressupôs a existência de importante corpo de conhecimentos técnicos que permitiu a extracção, transporte, manuseamento e equilíbrio de esteios com vários metros de altura e várias toneladas; exigiu, igualmente, apreciáveis excedentes, sob controlo e gestão restritas. Estes monumentos exprimem bem a emergente desigualdade social intra e inter-grupal. O poder político, por hipótese de carácter teocrático, tem no báculo o símbolo mais expressivo, quer integrando raros espólios funerários, quer graficamente expresso em menires e outras composições de arte rupestre. Nesta fase, consolidam-se verdadeiras paisagens megalíticas, onde arquitectura funerária, arte megalítica e menires se encontram e se articulam. Regra geral, as sepulturas megalíticas, nos últimos momentos da sua utilização, adquirem o carácter de ossuários, refectindo o surto demográfico desencadeado pela Revolução dos Produtos Secundários da Criação de Gado (RPS). Muitas grutas naturais são também utilizadas como necrópole no contexto da ideologia megalítica (grutas de Melides. Em afloramentos calcários brandos são escavadas grutas artificiais, organizadas em necrópoles, com se verificou em Aljezur (Leisner, 1965).

SOCIEDADES AGRO-METALÚRGICAS

Calcolítico e desigualdade social

As formações sociais do III milénio BC da Península Ibérica beneficiaram do extraordinário desenvolvimento das forças produtivas induzido pela Revolução dos Produtos Secundários da Criação de Gado. Estavam criadas as condições para novo incremento demográfico, aumento dos índices de sedentarização e divisão social do trabalho.

Surgem povoados de grandes dimensões (mega-aldeias, com dezenas de hectares) como Perdigões, Porto Torrão, Alcalar. Ao contrário da sepultura dos antepassados do período anterior, o povoado central de cada sistema produtivo local é agora o elemento polarizador do território; é defendido directamente por fossos e muralhas, e indirectamente, por fortins com várias linhas de muralhas, torres e bastiões, localizados nas fronteiras onde o conflito inter-tribal poderia ser mais disruptivo (Escoural, Monte da Tumba, Porto das Carretas, S. Brás). As redes de povoamento do Calcolítico do Sudoeste da Península ibérica são claramente hierarquizadas (Soares, 2013) (Fig. 30).

O ritual de enterramento continua a ser colectivo, em sepulturas preexistentes, em grutas naturais e nas novas sepulturas de falsa cúpula, tipo tholos, cuja construção é incompavelmente menos exigente que a dos dólmens, em matéria-prima, tecnologia e trabalho. Na Costa Sudoeste, estes monumentos têm sido infelizmente destruídos . Os tholoi de Salema (Fig. 29B) e de S. Bartolomeu da Serra (Soares, 2014), ambos no concelho de Santiago do Cacém, foram destruídos sem quaisquer registos arqueológicos da arquitectura, tendo apenas sido salvos alguns artefactos integrantes do mobiliário funerário, depositados no Museu Municipal de Santiago do Cacém (Tavares da Silva & Soares, 1981; Soares, 2014); o tholos de Amendoeira Nova (Colos) (Viana et al., 1959), escavado na década de 50, e logo destruído por trabalhos agrícolas (Fig. 27E); os tholoi de Porto da Beiçuda (Castelão, em S. Martinho das Amoreiras) e de Monte do Paço (Relíquias) encontram-se também destruídos. Esperemos que o tholos de Vila Formosa 2 objecto de recente intervenção no âmbito de minimização de impactes da construção de unidade hoteleira, na margem esquerda da foz do Mira, seja preservado. Também as necrópoles megalíticas do Lousal e de Boiças, no concelho de Grândola, que se iniciam logo na fase proto-megalítica e que atingem a segunda metade do III milénio BC, com monumentos de tipo tholos, deveriam ser objecto de valorização (Ferreira e Cavaco, 1952; Viana et al., 1959; Leisner & Leisner, 1959; Tavares da Silva, 2008).

A arte calcolítica é vincadamente simbólica. Surgem peças cerâmicas em contexto habitacional decoradas sobretudo por representações solares e linhas quebradas (Fig. 32D). É possível afirmar que a religiosidade e arte são marcadamente heliocênticas. Um conjunto de símbolos gráficos, muitos deles enraizados nas sociedades megalíticas, surgem nas composições pictóricas calcolíticas, mas geralmente subordinadas ao tema solar. Nos contextos sepulcrais destacam-se os ídolos-cilindro, por vezes com a representação de olhos e tatuagens (Fig. 29A).

A sociedade complexifica-se. Embora se possa ter mantido a estrutura social linhageira herdada do Neolítico, crescem as evidências de desigualdade social, sobretudo de carácter inter-grupal, associada à guerra (arquitectura de carácter defensivo e evidências de morte ocorrida junto de panos de muralha, nomeadamente no povoado de Monte da Tumba (Figs. 32A-32D).

A descoberta e prática da mineração e metalurgia do cobre, da liga de cobre arsenical, e do ouro, foram possíveis graças à existência de sobreproduto económico que permitiu uma maior divisão social do trabalho. Este sector de actividade desencadeou, por sua vez, nova intensificação da produção e acréscimos de complexidade social.

No último quartel do III milénio e alvores do II milénio BC (Horizonte Campaniforme Tardio, Horizonte de Ferradeira ou Bronze Antigo), ocorrem profundas transformações, que suportam uma nova organização social mais acentuadamente hierarquizada e de carácter tributário.

Povoamento calcolítico do Sudoeste da Península Ibérica

O povoado fortificado do Monte da Tumba

O Calcolítico do Sudoeste Peninsular só viria a sair da obscuridade, timidamente, nos anos 70 e 80 do século XX, com a descoberta dos primeiros povoados fortificados, arquitectonicamente semelhantes aos da Estremadura, com cerca de 1-3ha de extensão (p. ex. Monte da Tumba), e de forma espectacular na década de 90, com a escavação de mega-aldeias, com mais de 50 hectares, cingidas por linhas de fossos e/ou de muralhas (p.ex. Pijotilla, San Blás, Valencina de la Concepción, Marroquíes Bajos, Porto Torrão), povoados rodeados por fossos com cerca ou mais de 10 hectares, como Perdigões, Julioa 4/ Luz 20; Alcalar. Identificaram-se, igualmente, povoados abertos, com áreas que em geral não excedem 1 ha, como os sítios costeiros de Montes de Baixo (margem direita da foz da Rib.º de Seixe), Etar de Vila Nova de Milfontes, Vila Formosa 3.

Esta rede de povoamento reflecte uma estrutura social de tipo tribal complexa (Fig. 30) fundada em sistema de parentesco controlado verticamentel por linhagens de prestígio, que no topo dos vários níveis da formação social, garantiam o funcionamento dos seus segmentos e sua interacção (nível intergrupal), através de mecanismos de tributação “voluntária”, por hipótese encapsulados na estrutura linhageira tradicional, garantindo a acumulação de mais-valias no centro do sistema. O controlo da força de trabalho/extração de mais-valia seria legitimado pela estrutura integradora tribopatriarcal e pela acumulação centralizada de capital simbólico. Eficaz ao longo de toda a primeira metade do III milénio BC, o modelo de organização social calcolítico entra em declínio na segunda metade deste, não sobrevivendo aos alvores do II milénio BC.

O sítio do Monte da Tumba (Torrão) (Figs. 32A-32D), de que se escavou somente a fortificação central com cerca de 1ha, localizou-se junto de solos de elevada fertilidade (ceralífera e hortícola) e de um curso de água, afluente do Xarrama, marginado à época por floresta ripícola. A envolvente do povoado era coberta por floresta esclerófila supra-mediterrânea (presença de Quercusfaginea e Acer monspessulanum). O auroque, cavalo selvagem, cervo e javali abundavam na região e constituíram importante recurso proteíco, caçado sobretudo na primeira fase de vida do povoado. Este, dotado de território particularmente favorável, viria a assentar a sua economia, ao longo de cerca de um milénio, no desenvolvimento da agricultura, criação de gado e actividades artesanais, de que destacamos a olaria, tecelagem e metalurgia do cobre. A integração do Monte da Tumba no sistema de povoamento regional deverá ter ocorrido na órbita do mega-povoado de Porto Torrão, para o qual terá representado uma das fortificações mais avançadas a NW. As funções de defesa tiveram um lugar cimeiro na vida deste grupo humano, que periodicamente investiu na construção, adaptação e reparação da sua fortificação, onde a comunidade se protegia e aos seus bens, mas de onde garantia igualmente a posse do território do grupo. É provável que o Monte da Tumba tivesse na sua dependência povoados abertos, como o sítio de Castelos do Torrão (Fig. 33A e 33B). A maior descontinuidade observada quer na arquitectura, quer na cultura material reporta-se à última fase da sua ocupação – período campaniforme – na segunda metade do III milénio BC. A fortificação central reduz-se então a uma única e gigantesca torre circular, com cerca de 12m de diâmetro externo. No repertório das peças cerâmicas surgem preciosos vasos campaniformes pontilhados, destinados muito provavelmente à ingestão de bebidas fermentadas, e como tal potenciais indicadores de diferenciação social.

Os mega-povoados continuam em utilização durante o período campaniforme ou Idade do Bronze antigo, mas as fortificações de pequenas-médias dimensões entram em ruinas e são abandonadas, dando lugar, em alguns casos, a torres monumentalizadas ao serviço de uma “aristocracia” dotada de grande mobilidade, em extensos territórios, cujas lideranças ou chefaturas se afirmam pelo mérito próprio e se fazem representar com armas e bens raros, integradores de economia de bens de prestígio, a uma escala continental.

O ritual funerário, de inumação, é agora individual, mesmo quando as sepulturas se instalam em sepulcros colectivos. Na Costa Sudoeste existem diversos exemplos de reutilização de sepulturas megalíticas durante o período campaniforme ou Bronze antigo: dólmen da Pedra Branca (Melides); Lousal 1 (Grândola); tholos de Vila Formosa 2 (cerâmica campaniforme incisa, com taça tipo Palmela). Mas identificaram-se também, desde longa data (Veiga, 1891), sepulturas de tipo cista de planta rectangular ou trapezoidal (Fig. 35A) construídas por vários esteios, nas quais o inumado era acompanhado por machado e ponta de tipo Palmela em cobre (V. N. Milfontes). Na necrópole de Odemira, o mobiliário funerário era constituído por enxó em pedra polida e ponta tipo Palmela em cobre. Estas e outras sepulturas com idêntica arquitectura e espólio metálico filiável na metaluigia campaniforme foram a base de partida para a criação do Horizonte de Ferradeira por H. Schubart (1975).

Identificaram-se na nossa região diversos sítios de habitat desta fase epicampaniforme ou Idade do Bronze antigo, pelo menos aparentemente abertos e de curta duração: na plataforma litoral, Palheirão Furado e Vale Vistoso cuja cerâmica campaniforme é exclusivamente incisa (Tavares da Silva e Soares, 1997; Soares e Tavares da Silva, 1976-77b) no vale do Mira, Telheiro 1 (Jorge Vilhena, neste volume); no vale do Sado, Barrada do Grilo (Santos, Soares e Tavares da Silva, 1972).

Cultura do Bronze do Sudoeste

Se as Idades do Cobre e do Bronze antigo não se encontram particularmente bem representadas na região (povoados de Monte da Tumba e Castelos do Torrão no vale do Sado, Monte Novo, em Sines, Etar de V. N. de Milfontes, Vila Formosa 3 e Palheirão Furado, no concelho de Odemira), que se integrou perifericamente na organização territorial tribal preconizada, observa-se para a Idade do Bronze médio um notório crescimento demográfico. São particularmente visíveis no registo arqueológico necrópoles de sepulturas individuais de tipo cista, construídas em xisto, mais raramente, em arenito dunar e calcário, e agregadas em monumentos, pertencentes à chamada cultura do Bronze do Sudoeste (Schubart, 1975) que abrangeu o Alentejo e Algarve e as províncias espanholas de Andaluzia e Extremadura. Com representação em todos os concelhos da Costa Sudoeste (Figs. 35B-35F), têm sido datadas de cerca de 1750 a 1250 BC.. A sua visibilidade é maior no concelho de Sines, onde escavações em extensão realizadas pelo Gabinete da Área de Sines em colaboração com o MAEDS, sob a direcção de Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares, permitiram não só caracterizar os cemitérios, mas descobrir os povoados associados aos mesmos. Estes confinavam directamente com o espaço funerário (Tavares da Silva & Soares, 1981, 2009; Gomes, 2015); Tenha-se presente que a ligação estreita entre espaços residencial e funerário é ainda mais nítida na coetânea cultura de El Argar, no SE espanhol.

Os povoados de cabanas, abertos e planos, confinantes com esses cemitérios (Quitéria, Provença e Pessegueiro em Sines, Vale da Telha em Aljezur), possuem, de acordo com a perecibilidade da sua arquitectura, menor visibilidade. No entanto, em alguns casos foi possível recuperar a planta de cabanas, rectangular, e lareiras estruturadas por pequenos esteios. Algumas (raras) cabanas diferenciavam-se nitidamente das demais pelo cuidado posto na sua construção: pavimento lajeado, paredes inferiormente reforçadas por esteios, vestíbulo bem definido e igualmente lajeado (Herdade do Pessegueiro). Neste último povoado, a prática da metalurgia está bem documentada, bem como outras actividades: pesca, agricultura, tecelagem.

As necrópoles são constituídas por um ou mais monumentos sepulcrais. Cada monumento integra número variável de sepulturas de tipo cista. Estas raramente ultrapassam o comprimento de 1m e eram cobertas por tampa monolítica. Nas necrópoles de Sines, cada sepultura possuía um tumulus, cuja base, de planta rectangular, era delimitada por esteios; os recintos assim definidos confinam entre si, conferindo ao monumento o aspecto geral de favo. Em cada monumento sepulcral é em geral possível identificar a sepultura mais antiga, “fundadora” , que apresenta maiores dimensões. O morto, colocado em posição fetal, e não coberto por terra, era, na maior parte dos casos, acompanhado por um recipiente em cerâmica (Fig. 35G). Algumas sepulturas intactas não continham qualquer oferenda funerária não perecível; raramente, surgiram sepulturas com “ricos” mobiliários funerários como a nº 12 do monumento I da Provença que continha dois recipientes de cerâmica, um punhal de rebites em cobre, contas perfuradas de mineral de cor verde e uma conta espiralada de ouro (Tavares da Silva & Soares, 1981). No monumento II do Pessegueiro (Tavares da Silva & Soares, 2009) verificou-se ser possível diferenciar 4 núcleos, possivelmente familiares, e que os depósitos funerários de prestígio se concentravam em duas sepulturas do núcleo A, infelizmente desprovidas de restos bioantropológicos. Em uma delas (fundadora), o mobiliário funerário era constituído por punhal de rebites em cobre arsenical e recipiente cerâmico, e na outra por 3 braceletes em prata, espiralados, de criança, e por 23 contas de colar em minerais exógenos. Esta informação permite supor não só a existência de desigualdade social, mas a transmissão hereditária de riqueza e poder dentro de um determinado grupo social (núcleo A do Mon. II do Pessegueiro), o que é um bom indicador de sociedade de chefatura complexa na via para a organização estatal. Este modelo social é igualmente suportado pelas estelas insculturadas de tipo alentejano (Gomes, 2006), com figurações de armas e símbolo de poder, presentes nas freguesias mais interiores do concelho de Santiago do Cacém, das herdades de Abela e Defesa (Figs. 36A e B)

Idade do Bronze final e centralidade atlântica (?)

Na Idade do Bronze final, de 1250 a 750 BC,multiplicam-se as evidências de uma sociedade proto-estatal, dirigida por chefaturas complexas, guerreiro-metalurgistas, mais abertas à interacção e comércio. A produção e circulação de armas, adornos, alfaias de banquete e instrumentos de trabalho em bronze irão alimentar fluxos de trocas a longa distância, proporcionando o estabelecimento de rotas mediterrâneo-atlânticas, condicio-nadas pela localização das fontes de aprovisionamento de cobre e estanho. Alguns autores designam por período pré-colonial a Idade do Bronze final II para acentuar a aproximação da colonização fenícia e a prévia criação de amplas redes de interacção atlântico-mediterrânea, Neste sistema-mundi estimulado pela metalurgia do bronze, a fachada atlântica ibérica adquire uma centralidade até então desconhecida. Tenha-se presente que a metalurgia do cobre arsenical se manteve quase exclusiva no decurso da Idade do Bronze médio, com raras excepções de peças em bronze cuja crono-estratigrafia deverá de ser ratificada por novos achados (Valério et al., 2014).

As paisagens habitadas e construídas no Bronze final comportam o estigma da desigualdade social através de sistemas de povoamento hierarquizado, comandado por relações de tipo centro-periferia (Soares & Tavares da Silva, 1998). As periferias e margens deste sistema de povoamento interagem com o centro através de trocas desiguais. Na região em apreço, a par de aldeias abertas (Cerradinha – Lagoa de Santo André – ou Casa Nova da Eira – Santo André), surgem povoados de cumeada dotados de condições naturais de defesa (Castelo Velho de Miróbriga, colinas de N. S. do Livramento, do castelo de Alcácer do Sal e do castelo de Aljezur). Neles residiria a elite, ocupada no controlo do comércio de matérias-primas e metais; senhores da guerra e da paz, mantidos pelo sobreproduto económico gerado pelas comunidades camponesas, fizeram-se representar para a posteridade através de uma arte heroicizada (Vilaça, 2011), expressa sobretudo em estelas funerárias (de tipo estremenho) onde o guerreiro/herói surge esquematicamente figurado com suas armas e atributos de prestígio; a estela de Figueira 3, em Vila do Bispo (Fig. 36D), embora de tosca execução, assinala a ideologia marcadamente guerreira e a personalização do poder político característicos deste período. Achados soltos de armas no Medo do Espartal em Aljezur assinalam igualmente a passagem destas elites. Os territórios da Idade do Bronze final politicamente organizados e supostamente de grandes dimensões poderiam ter maior desenvolvimento para o interior, ultrapassando os limites da região abrangida pelo Atlas. Os grandes povoados fortificados, como Mangancha, Outeiro do Circo, Ratinhos, localizam-se no interior. Os povoados de altura reconhecidos na Costa Sudoeste apresentam pequenas dimensões, configurando evidências de um poder intermédio entre a pequena aldeia agro-pastoril e eventualmente piscatória (p. ex. Cerradinha) e o poder central instalado em grandes fortificações interiores.

ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL E COLONIZAÇÃO FENÍCIA

I Idade do Ferro. Período orientalizante

Durante os séculos IX-VIII antes de Cristo, intensificam-se as relações comerciais na bacia mediterrânea. Navegadores fenícios em busca de prata para o pagamento do tributo a impérios asiáticos (assírio) de que dependiam, mas também na procura de terras agrícolas e de oportunidades de negócio, atingem o Estreito de Gibraltar, fundam a colónia de Gadir, à semelhança da cidade-estado de Tiro. Gadir será a metrópole de um verdadeiro império comercial atlântico, estendido ao longo do litoral da Península Ibérica (Abul/Sado, Santa Olaia/Mondego) e de África Ocidental (Lixus, Mogador). Do final do século VIII a.C. a meados do século VII a.C. teriam ocorrido os primeiros contactos regulares entre os mercadores fenícios da área do Estreito de Gibraltar e as populações autóctones da Costa Sudoeste talvez ainda sem a instalação permanente daqueles mercadores. Por meados do século VII a.C., assiste-se à instalação dos fenícios em estabelecimento próprio: é fundada a feitoria de Abul, no estuário do Sado, cujas relações com Gadir foram amplamente demonstradas (Mayet & Tavares da Silva, 2000), reforçando, naturalmente, os laços entre a metrópole de Gadir, a cidade de Alcácer, provavelmente designada por Beuipo e a Setúbal do Bronze final. A roda de oleiro, o ferro, a escrita (estela de Pére Jacques em Aljezur – Fig- 37A, Estela 1 da necrópole de Pardieiro, S. Martinho das Amoreiras – Fig.37B) penetram no ocidente peninsular.

A colonização mercantil desenvolvida pelos fenícios do Ocidente (Gadir) na Costa Sudoeste e o respectivo processo de orientalização realizou-se certamente através de alianças estabelecidas com os grupos dirigentes autóctones, controladores das redes de intercâmbio prévias, das matérias-primas e da força de trabalho. Deste modo, emergiram formas de estratificação social, surgindo, por conseguinte, aparelhos de carácter político-administrativo e coercitivo, ou seja, estatal, ao serviço da classe dominante.

Em ambiente de profunda orientalização, formam-se, no decurso do século VI a.C., importantes aglomerados urbanos, como o do Castelo de Alcácer do Sal. Neste novo contexto, a feitoria de Abul deixa de fazer sentido como pequeno estabelecimento especializado no comércio marítimo e é abandonada; no século V a.C., surgirá aí um santuário (Abul B), memória do lugar pioneiro da fixação e criação da matriz cultural fenícia, que irá permanecer, no estuário do Sado, subjacente à “violenta e massiva” colonização romana.

Os achados arqueológicos mais emblemáticos deste período são pois constituídos pela feitoria de Abul, pela cidade orientalizante da colina do castelo de Alcácer do Sal (Tavares da Silva et al., 1980-81) e pelo tesouro do Gaio (Costa, 1967), proveniente de duas sepulturas de tipo cista, localizadas e destruídas na herdade do Gaio (Sines), na margem direita da Ribeira de Morgavel; o seu rico conteúdo (Figs. 38A e 38B) só pode ser associado a personagem principesca. O carácter isolado deste achado ocasional, num troço de costa propício a naufrágios pela intensa ressaca, permite associá-lo à actividade comercial fenícia e à viagem de importante personagem, talvez de origem gaditana.

De facto, a costa sudoeste constitui uma rota difícil para a navegação à vela (Figs. 47-50) (Alves et al., 1988-89): os abrigos são escassos e a nortada, persistente ao longo do Verão. Pela foz do Mira ter-se-ão aventurado, nem sempre com sucesso, mercadores sidéricos (II Idade do Ferro), pelo menos até Odemira (Vilhena & Rodrigues, 2009). A ilha do Pessegueiro foi utilizada, com fins portuários, comprovadamente a partir da II Idade do Ferro (Tavares da Silva & Soares, 1993).

O mosaico cultural da II Idade do Ferro

Enquanto no Castelo de Alcácer do Sal os níveis arqueológicos posteriores ao século V continuaram a revelar uma cultura material de tradição marcadamente fenícia, nos povoados sidéricos do Castelo Velho de Miróbriga (Soares & Tavares da Silva, 1979) (Figs. 40A – 40C) e da Pedra da Atalaia também no concelho de Santiago do Cacém (Tavares da Silva, 1978). surge, bem documentada, uma cultura de filiação continental ou celtizante. Estes locais de cumeada, ocupados a partir dos séculos IV-III a.C., apresentam, ao contrário do Castelo de Alcácer, numerosa cerâmica com decoração plástica (frequentemente de fabrico manual) e estampilhada (Fig. 40C), a qual permite integrá-los numa vasta região que abrangia grande parte do interior alentejano e se prolongava pela Extremadura espanhola.

A partir do século IV a. C. multiplicam-se os contactos e as movimentações etno-sociológicas de cariz continental e céltico, atingindo, pois, o extremo ocidental da costa alentejana. Instala-se no sul de Portugal um complexo mosaico cultural, gerador de intensa miscigenização, que tem no santuário provavelmente, dedicado a Tanit, em Garvão (junto do limite administrativo nascente da nossa região), a sua expressão mais sincrética (Figs. 42-43). A popularidade deste santuário, que terá atingido o seu apogeu no século III a. C. (Beirão et al., 1985) parece ter justificado a sua deslocalização e recontextualização na vizinha ermida medieval cristã de Santa Luzia.

Durante a segunda Idade do Ferro, Gadir continuará a controlar o comércio atlântico de preparados piscícolas, vinho, azeite e produtos manufacturados de luxo, como cerâmicas áticas, jóias, provavelmente tecidos de púrpura, mas os fluxos comerciais de origem continental estão também presentes, como é sugerido pela tipologia de algumas das armas, nomeadamente espadas de antenas, da necrópole do Senhor dos Mártires em Alcácer do Sal (Figs. 41A e 41B).

ARQUEOLOGIA ROMANA

Período romano republicano

Os primeiros contactos das populações da Idade do Ferro da região com o mundo romano ocorreram durante o período tardo-republicano, nos séculos II-I a. C., principalmente através do processo de invasão pelos exércitos de Roma, no último terço do século II a.C.

As populações indígenas habitavam povoados fortificados, cujo urbanismo, orgânico, era configurado por muralhas, e bem adaptado à morfologia das cumeadas de assentamento.

Com a invasão pelos exércitos de Roma, que se encontra ainda pouco conhecida, parece assistir-se a situações de aliança e de resistência por parte das populações indígenas: mantêm-se defendidas nos seus povoados de altura, rodeados de muralhas, ou fundam novos povoados igualmente de altura e fortificados. Porém, rapidamente, o modo de vida das populações do final da Idade do Ferro é transformado pela imposição da cultura romana. Alguns centros urbanos, como a cidade sidérica imediatamente anterior a Salacia, cunham moeda sob a influência da metrologia romana. Esta fase encontra-se bem representada no castelo de Alcácer do Sal; Miróbriga vive uma fase de prosperidade comercial como ficou documentado pela abrangência da sua rede de trocas, colocada em evidência pelo espólio numismático, de proveniência itálica, mas também oriundo de numeroso conjunto de cidades hispânicas, em emissões anteriores e coetâneas da dominação romana, do interior e do litoral, nomeadamente de Carmo, Cordoba, Saguntum-Arse, Castulo, Carthagonova, Ebora, Gades, Murtilis (Mértola), Ketovion (Alcácer do Sal) Celsa, Sexs, Gades (Cádiz) (Pereira & Silva, 2007). A cerâmica campaniense, bom indicador da actividade comercial dos principais centros de consumo do período romano-republicano encontra-se bem representada em Alcácer do Sal (Soares, 1978), mas sobretudo em Miróbriga, que a devia receber por via marítima através do seu núcleo portuário instalado na baía de Sines. Odemira (Coelho-Soares, 1986) revela igualmente acentuado dinamismo durante este período, controlando o comércio marítimo que de Gades se difundia, por sua mediação, pelo interior baixo alentejano.

Os Tempos do Império Romano

Os vestígios arqueológicos da Época Romana na região documentam um extraordinário programa colonizador, ditado talvez a partir do exterior da própria província da Lusitânia, da qual a Costa Sudoeste era uma distante periferia (Edmondson, 1987). A economia regional, de carácter mercantilista foi planeada à escala do Império e, apoiada nos recursos endógenos disponíveis (peixe, sal, escravos e estradas oceânicas), centrou-se na produção e comércio de salgas e molhos de peixe, complementada por minérios (faixa piritosa de Aljustrel). Os sítios arqueológicos mais expressivos desta fase são a “cidade-industrial” de Tróia (Soares, 1980; Etienne et al, 1994), provável cidade satélite de Caetobriga (Setúbal)2 (Fig. 54B), porto e complexo de produção de salgas de peixe da ilha do Pessegueiro (Figs. 44-46B) e de Sines, que funcionaram até ao século V (Tavares da Silva & Soares, 1993), o núcleo romano da Boca do Rio e os complexos oleiros de produção de ânforas do Sado (Fig. 53) (Mayet & Tavares da Silva,1998 e 2002) e da Praia do Martinhal, no concelho de Vila do Bispo (Tavares da Silva et al., 1990). A pesca e a actividade de transformação do pescado (peixe salgado e molhos) e sua comercialização individualizam durante a Época Romana o oeste do Baixo Alentejo e costa algarvia. Miróbriga (Figs. 51A-51C) evoca outra realidade, com o seu urbanismo, forum, templos, e hipódromo, integrando-se melhor no conceito de cidade romana e revelando uma maior articulação com o agro envolvente, do qual faziam parte explorações mais ou menos importantes, como por exemplo a villa de Conqueiros em Alvalade-Sado, infelizmente tão pouco estudada e mal preservada. Na romanização da costa sudoeste, uma particular cidade portuária desmpenhou, por certo, papel relevante até meados do século I d. C.. altura em que entra em declínio a favor do porto de Caetobriga, referimo-nos à Salacia Urbs Imperatoria principal preexistência do actual aglomerado urbano de Alcácer do Sal. Dos alvores da Idade do Ferro até aos tempos do Império romano, Gadir/Gades operou a mediação, como placa giratória, da costa sudoeste portuguesa, primeiro consigo própria, metrópole de um vasto império comercial, e por fim com a voraz cidade de Roma.

DO PÓS-ROMANO À ACTUALIDADE.

À queda do Império Romano do Ocidente sucedeu um período de desurbanização, de grande fragmentação do poder e talvez mesmo de anarquia, no sentido de ausência de poder político centralizado. A ocupação visigótica, nos séculos VI/VII d. C., mesmo que com capital em Toledo, deixou marcas persistentes, mas quase somente no domínio da arquitectura religiosa. O domínio do profano dilui-se em confrangedora invisibilidade arqueológica. O poder político e religioso estão agora claramente controlados pelos bispos; trata-se, pois, de um poder teocrático. A presença do bispo é o melhor indicador da existência de cidade. No contexto do conventus Pacensis que aqui nos interessa, a nossa região terá ficado sob o domínio de sede de bispado instalada em Pax Iulia, actual Beja (Fig. 63). No final do Império romano, o Cristianismo tinha-se disseminado largamente, vindo a ser declarado a religião oficial por édito de Teodósio, em 378. De poderoso factor de desagregação do império romano, passou a instrumento de poder político das elites eclesiásticas do novo domínio visigótico. Estas investem (séculos VI-VII) na construção de arquitecturas monumentalizadas, com novas gramáticas decorativas (Wrench, 2000) quer em sedes episcopais, com catedral, paço do bispo, baptisterium, quer em capelas no espaço rural consagradas a santos-mártires, como observado no aedificium de S. João dos Azinhais (Figs. 61 e 62), dedicado aos meninos mártires, santos Justo e Pastor de Complutum (Alcalá de Henares), sacrificados durante o principado de Domiciano e Galério, no início do século IV. Na cultura oral da nossa região persistem ainda activas as lendas dos santos mártires, S. Vicente (Promontório Sacro), São Fausto ou Fraústo, S. Torpes, que nos remetem para o colapso do império romano e reconstrução visigótica. O topónimo Vila do Bispo pode remontar a essa fase, como bem sugerem Mário Varela Gomes e Luis Campos Paulo (2011, p. 639). A destruição massiva desencadeada encarniçadamente contra o santuário menírico do concelho de Vila do Bispo, hoje verdadeiro cemitério de fragmentos de menires que teimam em persistir, só pode ser explicada por uma acção deliberada, incentivada contra cultos pagãos; aliás nos concílios de Arles (452), Nantes (658), Tours (567), Ruão (698), Braga (561 e 572), Toledo (682 e 693) são definidas recomendações condenatórias da idolatria, nomeadadmente o culto às pedras; recomendações que se prolongarão até ao século XVII, cabendo aos bispados desenvolver com eficácia essa guerra santa.

De norte para sul, podemos ler claramente a presença visigótica na basílica de Tróia, com seus notáveis frescos (Maciel, 1996) e cultura móvel (Figs. 57-60); no provável monasterium de S. João dos Azinhais (Almeida et.al., 1978; Feio, 2010), nas margens do Sado, bem próximo da vila do Torrão, na época possivelmente com estatuto de paróquia (Feio, 2010); na basílica do Roxo, em Alvalade do Sado (Feio, 2009); na basílica de Sines (Almeida, 1962). Durante a ocupação muçulmana, inciada no século VIII, a nossa região integrou o Garb al-Andaluz (as terras a oeste do Andaluz). Este domínio islâmico só terminou com a conquista do Algarve por D. Afonso III, após a tomada de Faro em 1249, mas deixou profundas marcas no património cultural da região, quer material, quer imaterial. Alcácer do Sal (Figs. 55-56), o castelo de Aljezur e o Ribat de Arrifana (Figs. 64A-64C) são as principais evidências arqueológicos deste período; no primeiro caso é sobejamente conhecida a importância estratégica detida pela porto de Alcácer e seus estaleiros navais, o que lhe grangeou poder político competente para gerir os destinos de ampla área de influência. Aljezur estaria sob o domínio de Silves, que em período avançado da ocupação islâmica, terá controlado todo o território algarvio, inicialmente polarizado pela cora de Faro (Macias, 2006). No limite mais interior da área em apreço, actualmente já no concelho de Ourique, mas relacionado com Odemira, refira-se o Castro da Cola, antiga povoação de Marachique cujo concelho só foi extinto no século XIV, originando os de Almodôvar e Ourique (Quaresma, 2006). A função religiosa nas particulares paisagens da Arrábida e da Costa Sudoeste motivou a construção de importantes santuários, o da Arrábida, por conhecer, mas o extenso Ribat de Arrifana, em escavação e estudo por Rosa e Mário Varela Gomes. Foi possível, mesmo em pleno Algarve, a sobrevivência de comunidades cristãs (moçárabes), que podemos assinalar na necrópole da Raposeira, ou nos santuários de S. Vicente do Corvo, no Cabo de S. Vicente, de Santa Maria de Faro e possivelmente da Senhora da Rocha. Porém, a convivência entre cristianismo e islamismo nem sempre foi pacífica. Os Emires Al-Hakam I (796-822), Abd-ar-Rahmãn II (822-852) e Muhammad I (852-886) empreenderam perseguições contra as comunidades moçárabes, que em muitas situações foram forçadas a refugiar-se no norte da Península Ibérica; a construção de novos edifícios ou a realização de obras de ampliação dos templos cristãos foi igualmente proibida (Millet-Gérard, 1984).

A reconquista cristã impôs uma nova ordem, mas as comunidades rurais ou piscatórias talvez não tenham sentido a diferença; mudaram os senhores, mas não a sujeição. A reconquista cristã impôs a concentração da propriedade e da sua jurisdição na Ordem de Santiago (Figs. 65A-65B) que detinha o domínio do vale do Sado e e de grande parte do Baixo Alentejo “ [...] de uma forma ou de outra, até finais do Antigo Regime: no século XV os barões de Alvito, no século XVI os condes da Vidigueira. No extremo oposto do Baixo Alentejo, com as terras de Santiago de um lado e o mar do outro, imperavam os condes de Odemira. Para além desta nobreza cujos proventos não derivavam apenas da posse da terra, mas sobretudo do exercício de poderes de jurisdição delegados pelo rei, o verdadeiro topo da sociedade regional era ocupado por uma elite de proprietários que controlava a maior parte dos cargos concelhios e ocupava efectivamente as alcaidarias” (Mattoso et al., 2013, p. 628). A melhor expressão patrimonial desta realidade socioeconómica pode ler-se nos cascos históricos dos aglomerados urbanos de Alcácer do Sal e Santiago do Cacém, onde o castelo que coroa, protege e obriga o núcleo central da povoação representa não já o receio do inimigo muçulmano, mas a fronteira que separa espaços de profunda desigualdade intra-social. Neste contexto, as aldeias e casais agrícolas podem ser espaços de relativa liberdade entre a servidão imposta pelo castelo e a determinada pela residência nos montes das herdades mais ou menos latifundiárias, que prolongaram relações laboriais de carácter senhorial até à sub-actualidade.

Alcácer terá nos séculos XV e XVI significativo protagonismo, juntando a actividade portuária à exploração de sal e ao dinamismo imposto pelas viagens dos Descobrimentos, tal como o Barlavento algarvio.

Algumas personalidades marcantes da Idade Moderna estão ligadas por opção ou nascimento à Costa Sudoeste portuguesa, revelando, apesar da inércia do imobilismo do Passado feudal, o novíssimo ambiente de abertura e de inovação oferecido pela Expansão. Referimo-nos ao matemático e astrónomo Pedro Nunes (Alcácer do Sal), ao Infante D. Henrique (Sagres), ao poeta Bernardim Ribeiro (Torrão) (Fig. 71) e a Vasco da Gama (Fonseca, 1998; Manso, 1998) (Figs. 67). Este património humano (Fig. 70) não é menos importante que o materializado em fortificações, palácios, igrejas, conventos.

No século XIX, a região foi agitada pelo primeiro surto de industrialização, mau grado a lentidão com que o caminho de ferro se instalou; no interior, a indústria corticeira e na fachada litoral e piscatória (Fig. 93), a indústria de conservas de peixe. A região vibrou com o republicanismo e as suas promessas de igualdade, instrução e progresso social. Lembrar aqui os nomes de Jacinto Nunese do notável artista plástico sineense Emmérico Nunes é indispensável.

À semelhança do que terá ocorrido desde a Época romana, a costa sudoeste manteve um povoamento pouco denso. Talvez por essa razão mas sobretudo pela desmedida macrocefalia de Lisboa e centralização do poder político, a divisão administrativa de 1835 estende o Distrito de Lisboa até Sines. Só em 22 de Dezembro de 1926 esta situação é corrigida com a criação do Distrito de Setúbal, que abrange grande parte do Alentejo litoral, excepção para Odemira, e deixa de fora os dois concelhos do Barlavento algarvio.

Quando na primavera marcelista, em 1972, o poder instituído tenta apanhar tardiamente o comboio do progresso industrial, implementando em Sines, na lógica da teoria dos polos de crescimento económico, um grande projecto de desenvolvimento portuário e industrial (Gabinete da Área de Sines), estava-se de facto a construir o maior porto de águas profundas do país (Figs. 96-98). Decorrido quase meio século, este porto ainda não está ligado ao hinterland, ao interior da Península Ibérica, e por conseguinte ao restante continente europeu por auto-estrada, comboio rápido, linha aérea. Com extraordinárias potencialidades è escala global, permanece como um enclave, de costas viradas para a região: “Tornou-se um anexo da Área Metropolitana [de Lisboa], sem conseguir impulsionar o desenvolvimento regional. Dir-se-ia que já não pertence ao Alentejo(Mattoso et al., 2013, p. 600). Com a recente desactivação dos distritos e tentativas de regionalizar sem regionalização, a Costa Sudoeste perde um importante polo urbano, no limite setentrional. A cidade da foz do Sado, Setúbal, é incluida na área de influência de Lisboa AML).

Na Época romana, o centro do micro sistema socio-económico em que a região se integrou estava em Mérida, no período visigótico, em Toledo, no período muçulmano, em Córdova, na actualidade em Lisboa. Evidentemente que este é um forte constrangimento ao desenvolvimento regional que urge corrigir, em nossa opinião, refundando a integração de Setúbal neste corredor litoral da foz do Sado ao cabo de S. Vicente e concretizando a articulação do porto de Sines por terra e ar ao centro da Europa. A Costa Sudoeste portuguesa tem um enorme potencial humano de inovação e visionarismo e esse é quicá o seu património mais valioso, que obviamente adquire sentido num determinado percurso histórico que o património narra e cuja preservação e valorização é indispensável à nossa identidade como cidadãos e como colectivo social.

Da história recente da costa sudoeste faz parte a segunda grande intervenção urbana planeada (a primeira foi a de Porto Covo, durante o século XVIII) – a cidade de Santo André. Desenhada a régua e esquadro na procura da melhor implantação e no conceito de cidade jardim, fundada ex-nihlo, a sua história começa agora. Em Sines, na última década, foi construído o Centro de Artes (Figs. 99-100) pela excelente dupla de arquitectos irmãos Mateus; por decisão política, emergiu no casco histórico como um animal marinho adormecido ou um tufão que rompeu ferozmente a sensível malha urbana de um pequeno centro histórico piscatório. A sua real integração na cidade vai depender de apropriação ou não pela população. O risco do efeito “elefante branco” terá de ser voluntariamente controlado.

Em traços largos, tentou-se contar uma história inspirada nas evidências do património caracterizado nos volumes seguintes, que como veremos está disponível para muitas leituras, assim a sua preservação e longo futuro o permitam.

1 Tenha-se presente que em Sima de los Huesos (Atapuerca), entre 500 e 180 mil anos, surgiu o maior conjunto de fósseis destes hominídeos, pertencentes a um mínimo de 28 indivíduos. Viviam da caça e da recolecção, em pequenos grupos nómadas (Bermúdez de Castro et al., 2011).

2Por razões administrativas actuais, Setúbal fica no exterior do nosso âmbito geográfico, mas a cidade entrosa-se profundamente na história, cultura e vocação da Costa Sudoeste Portuguesa. Sendo um importante polo urbano, o seu contributo parecer-nos-ia decisivo para equilibrar a rede de cidades deste território; a sua exclusão do mesmo representa uma descapitalização desfavorável à região no seu todo. A forte relação entre as duas margens da foz do Sado, reconhecida pela sabedoria popular, exprime-se ainda hoje na designação que tradicionalmente é atribuida à Peninsula que separa o estuário do oceano: Tróia de Setúbal

 

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Fig. 1 – Localização da Costa Sudoeste Portuguesa (rectângulo vermelho) no continente europeu.

Fig. 2 – Localização da Costa Sudoeste Portuguesa (rectângulo vermelho) na Península Ibérica.

Fig. 3 – Municípios do Alentejo Litoral e Costa Vicentina considerados no Atlas do Património Cultural.

Fig. 4A – Evolução da linha de costa do Sudoeste desde o ultimo máximo glaciário. Adaptado de Dias et al., 1997.

Fig. 4B – Diagrama polínico da coluna sedimentar marinha Su81-18, recolhida ao largo da costa alentejana desde 22850 a 1000 BP. Seg. Turon et al., 2003.

Fig. 4C – Evolução do coberto vegetal do Sudoeste português, do Tardiglaciar ao Holocénico médio. Seg. Queiroz, 1999.

Fig. 4D – Evolução geomorfológica holocénica da Costa Sudoeste Portuguesa e localização dos principais acampamentos epipaleolíticos.

Legenda da carta geomorfológica de Vanney e Mougenot, 1981 (adaptada em Soares, 1992): 1: linha de falha (a: confirmada; b: provável); 2: escarpa da cobertura (a: relevo em cornija, b: talude); 3: escarpa no soco; 4: escarpa de falha múltipla com carreamento; 5: inselberg de resistência (rocha eruptiva); 6: falésia viva (a: no soco; b: na cobertura resistente; c: nas formações móveis); 7: falésia afundada (a: no soco; b: na cobertura resistente); falésia fóssil (c); 8: superfície de acumulação (glacis, e bolsa sedimentar); 9: dunas e areias eólicas; 10: praia litoral ou submarina; 11: raso de maré (a); pântano de maré e de estuário assoreado (b); 12: terraço fluvial (a); vale encaixado (b); 13: superfície culminante da Meseta ibérica talhada no soco; 14: superfície de aplanamento periférica no soco (a), na cobertura (b).

 Localização de jazidas epipaleolíticas e reconstituição das linhas de costa correspondentes ao Tardiglaciar-Preboreal: 1- Cabo de Sines; 2-Oliveirinha I (Sines); 3 – Aivados (Vila Nova de Milfontes); 4 – Espigão(Vila Nova de Milfontes); 5 – Nascedios (Vila Nova de Milfontes); 6 - Pedra do Patacho (Vila Nova de Milfontes); 7- Palheirões do Alegra (Odemira); 8- Medo da Fonte Santa (Arrifana-Aljezur); 9- Castelejo I (Vila do Bispo); 10 – Quebradas 1 e 3 (Vila do Bispo).

Fig. 5 – Falésias de Sines. Pintura de Celestino Alves, óleo sobre tela, 45x54cm, 1962. Colecção MAEDS. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 6 - Dunas a sul de S. Torpes. Foto de Joaquina Soares.

Figs. 7 – Arriba do Burrinho (Sines). Pormenor de duna consolidada, provavelmente wurmiana. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 8 – Arriba do Burrinho (Sines). Na base, xistos do Carbónico, sobrepostos por arenitos ferruginosos mal consolidados, de idade plistocénica, onde surgem artefactos do Paleolítico inferior. No topo, duna consolidada, provavelmente wurmiana. Ao fundo, a povoação de Porto Covo. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 9 – Aivados. Localização de acampamento epipaleolítico. Em último plano, Serra do Cercal. Foto de Carlos Tavares da Silva.

Fig. 10 – Duna da Praia dos Nascedios. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 11 – Praia dos Nascedios. Ocupação do Epipaleolítico (extremidade norte) e do Neolítico antigo evolucionado (extremidade sul). Foto de Joaquina Soares.

Fig. 12 – Foz do Mira. Representam-se o sítio epipaleolítico da Pedra do Patacho (elipse a vermelho), o habitat calcolítico da Etar de Vila Nova de Milfontes (círculo vermelho), o forte seiscentista de V. N. Milfontes (seta). Imagem satélite Google Earth.

Fig. 13A – Localização do concheiro epipaleolítico do Medo da Fonte Santa. Imagem satélite Google Earth.

Fig. 13B – Aljezur. Litoral escarpado visto a partir do concheiro epipaleolítico do Medo da Fonte Santa. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 13C – Pormenor da camada conquífera de Fonte Santa (Aljezur). Foto de Joaquina Soares.

Fig. 14 A – Praia do Castelejo (Vila do Bispo) com localização de concheiro com ocupações desde o Epipaleolítico até ao Neolítico antigo. Imagem satélite Google Earth.

Fig. 14 B - Praia do Castelejo (Vila do Bispo), vista de montante, com o concheiro assinalado por elipse. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 14 C - Praia do Castelejo (Vila do Bispo), vendo-se a foz do barranco que limita o concheiro pré-histórico. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 15A- Sítios mesolíticos da Costa Sudoeste e do Vale do Sado. Seg. Soares, 2013.

Fig. 15B - Território mesolítico do paleoestuário do Sado com a delimitação do leito de cheia do rio. 1 - Arapouco; 2 - Cabeço do Rebolador; 3 - Barrada das Vieiras; 4 - Amoreiras; 5 - Vale de Romeiras; 6 - Cabeço do Pez; 7 - Várzea da Mó; 8 - Barrada do Grilo; 9 - Fonte da Mina; 10 - Poças de São Bento; 11 - Barranco da Moura. Adaptado de Arnaud, 1989. Seg. Soares, 2013.

Fig. 15C- Modelo de mobilidade logística praticada na Costa Sudoeste durante o Mesolítico. Seg. Seg. Soares et al., 2005-07.

Fig. 16 – Sítio mesolítico e do Neolítico antigo de Samouqueira, vendo-se ao fundo a povoação de Porto Covo planeada durante o século XVIII, e as arribas talhadas nos xistos do Carbónico actuadas por dinâmica erosiva. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 17A – Acampamento mesolítico de Armação Nova especializado na exploração de sílex. do Cabo de S. Vicente. Seg. Soares et al., 2005-07.

Fig. 17 B – Ponta de Sagres. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 17 C – Entrada da fortaleza da Ponta de Sagres. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 17 D – Forte do Belixe. Foto de Rosa Nunes.

Figs. 17 E-F – Cabo de S. Vicente. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 17 G – Entrada da Fortaleza do Cabo de S. Vicente. Foto de Rosa Nunes.

Figs. 17B e G - A plataforma de abrasão da Ponta de Sagres e Cabo de S. Vicente, finisterra para onde convergiram temor e mitos, foi na Pré-história território de exploração de sílex (sítio mesolítico de Armação Nova), e de agro-pastorícia (sítio neolítico de Cabranosa). Nos séculos XV-XVI, ponto de vigilância sobre o Atlântico e lugar mítico de planeamento da Expansão. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 18 – Vertente meridional do maciço ígneo dos Chãos de Sines. Povoado do neolítico antigo de Vale Pincel I (Sines). Fotos de Carlos Tavares da Silva.

Fig. 19 - Recipientes cerâmicos do Neolítico antigo da Cabranosa (Vila do Bispo). Colecção do Museu Nacional de Arqueologia. Fotos de Rosa Nunes.

Fig. 20- Localização dos principais sítios do Neolítico antigo e antigo evolucionado da Costa Sudoeste Portuguesa. (5700 - 4500 BC). Seg. Joaquina Soares, 1997.

Fig. 21 – Modelo de neolitização da Costa Sudoeste Portuguesa. Seg. Joaquina Soares, 1997.

Fig. 22A – Dinâmica evolutiva da população mesolítica do Sado. Construção de um território e de uma identidade mesolíticos no paleoestuário do Sado. Seg. Joaquina Soares, 2013. Indicadores de identidade sociocultural: 1 - territorialidade; 2 - habitats de longa diacronia; 3 - necrópoles no inte­rior dos lugares habitados; 4 - homogeneidade dos rituais funerários; 5 - estratégias de subsistência comuns (largo espectro); 6 - homogeneidade das matérias-primas; 7 - tradição tecno-tipológica na produção artefactual.

Fig. 22B - Datações radiocarbónicas do Mesolítico do paleoestuário do Sado. A imagem ilustra uma ocupação contínua desde a segunda metade do VII à segunda metade do V milénios cal BC.

Fig. 22C – Plano da base da sequência estratigráfica de Poças de S. Bento. Adaptado deLarsson, 2010.As sepulturas nos11 e 13 do desenho original foram removidas por ter sido comprovada a sua pertença a fases de ocupação posteriores (V milénio cal BC). 1- Limite da área residencial (A - Área residencial; B - Necrópole). 2 - Orifícios de poste. 3 - Outras estruturas domésticas negativas. 4 - Grandes blocos pétreos.


Fig. 22 D - Inumações de Amoreiras em posição contraída e com orientações opostas. Escavação de 1958. Desenhos de Dario de Sousa (Arquivo do Museu Nacional de Arqueologia).

Fig. 22 E - Cabeço do Pez. Cerâmicas impressas, plásticas e incisas. Fotos do arquivo MAEDS. Seg. Soares, 2013.

Fig. 23 – Evolução paleogeográfica do estuário do Sado nos últimos 18 000 anos. Seg. Conceição Freitas e César Andrade, 2008.

Fig. 24 – Reconstituição do paleoestuário do Sado durante o Neolítico médio. (IV milénio cal. BC): 1-2 – Área urbana de Setúbal; 3- Faralhão, 4- Mitrena; 5-11- Habitats da Comporta. Seg. Soares 2008.

Fig. 25 – Paleoestuário do Sado no Neolítico médio. Localização dos concheiros neolíticos da Comporta, seg. Tavares da Silva et al., 1986. Em baixo, povoado da Malhada Alta (último plano); foto de Joaquina Soares.

Fig. 26 – Ídolo em terracota do Possanco (Comporta). Neolítico final, transição para o III milénio BC. Des. de David Jesus e foto de Rosa Nunes.

Fig. 27A - Planta e alçado da sepultura protomegalítica do Marco Branco (Santiago do Cacém). Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

Fig. 27B - Sepultura do Marco Branco. Mobiliario funerário. Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

Fig. 27C - Distribuição de artefactos nos diversos tipos de monumentos megalíticos do Alentejo Litoral: A – Marco Branco (Santiago do Cacém); B – Palhota (Melides); C – Pedra Branca (Melides). Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

Fig. 27D – Necrópole megalítica de Boiças (Grândola). Caderno de campo de O. da Veiga Ferreira (Cardoso, 2008) e desenho de G. e V. Leisner (1959).

Fig. 27E – Monumentos calcolíticos, de falsa cúpula, do Lousal (em cima) e de Amendoeira Nova/Colos. Caderno de campo de Octávio da Veiga Ferreira (Cardoso, 2008) e Vera Leisner, 1965.

Fig. 28A – Dólmen da Pedra Branca (Melides), localizado no sopé da Serra de S. Francisco. Escavação da colina tumular pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS).

Fig. 28B – O dólmen da Pedra Branca foi construído e utilizado na segunda metade do IV milénio BC.; após o seu encerramento, foi reutilizado através da instalação na câmara funerária de duas sepulturas individuais, em fossa, do período campaniforme tardio ou Idade do Bronze antigo. Planta seg. Octávio da Veiga Ferreira et al., 1975. MAEDS.

Fig. 28C - Dólmen da Pedra Branca. Colar de contas discoidais em xisto do Neolítico final (primeira fase de utilização do monumento). Foto de Rosa Nunes. MAEDS.

Foto 28D - Dólmen da Pedra Branca. Caçoila campaniforme pertencente à reutilização da Idade do Bronze antigo. Foto de Rosa Nunes. MAEDS.

Fig. 29A – Placa de xisto gravada do Neolítico final, proveniente de sepultura megalítica da baía de S. Torpes (Cerro do Banheiro), completamente destruída. Apud Tavares da Silva e Soares, 1981.

Fig. 29B – Ídolo-cilindro calcolítico (primeira metade do III milénio BC) em mármore, proveniente do tholos de Salema, destruído por pedreira. Colecção do Museu Municipal de Santiago do Cacém. Seg. Tavares da Silva & Soares, 1981.

Fig. 30 - Modelo esquemático de rede de povoamento da 1.ª metade do III milénio da margem esquerda do médio Guadiana. Neste tipo de organização social, francamente hierarquizada, poderiam existir já relações do tipo centro-periferia incipientes e de base voluntarista, encapsuladas em ideologia comunitária/parental. Aquelas relações propiciariam desigual distribuição de excedentes, favorável ao centro de cada um dos subsistemas constituintes da rede regional de povoamento. Seg. Soares, 2013.

Fig. 31 – Recinto megalítico de Monte Novo dos Chãos de Sines, adaptado a recinto habitacional durante o Calcolítico. Foto de Carlos Tavares da Silva.

Fig. 32A – Localização do Monte da Tumba (Torrão do Alentejo) em imagem de satélite Google.

Fig. 32B – Planta do Monte da Tumba (Torrão do Alentejo), um dos primeiros povoados calcolíticos da área do Sudoeste a ser escavado em extensão. Fases de construção: 1-3 - 1ª metade do III milénio; fase 4 - corresponde ao Horizonte Campaniforme (G. Internacional); fase 5 - de cronologia indeterminada. Seg. C. Tavares da Silva e J. Soares, 1987.

Fig. 32C – Reconstituição tridimensional cumulativa da fortificação calcolítica de Monte da Tumba. Desenho de Cristina Menezes.

Fig. 32D – Monte da Tumba. Cultura material: 1 - prato com decoração simbólica; 2 – enxó em pedra polida; 3 - machado em cobre arsenical. Seg. C. Tavares da Silva e J. Soares, 1987.

Fig. 33A – Povoado calcolítico de Castelos do Torrão. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 33B - Povoado calcolítico de Castelos do Torrão. Foto de Google Street.

Fig. 34A – Litoral a sul da Ilha do Pessegueiro, vendo-se o sítio do Neolítico antigo evolucionado e do Bronze antigo (Horizonte Campaniforme Tardio) de Vale Vistoso (seta branca). Foto de Joaquina Soares.

Fig. 34B – Da praia de Vale Vistoso, para norte, vendo-se a Ilha do Pessegueiro. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 35A – Sepulturas do Horizonte de Ferradeira ou Idade do Bronze antigo de Milfontes e Odemira, escavadas no séc. XIX por Abel da Silva Ribeiro. In Veiga, 1891.

Fig. 35B – Necrópole de cistas do Bronze médio do Sudoeste. Herdade do Pessegueiro. As sepulturas coloridas a verde foram construídas em xisto; as sepulturas coloridas a bege foram construídas em arenito dunar. Foto de C. Tavares da Silva. Seg. Tavares da Silva & Soares, 2009.

Fig. 35C – Necrópole de cistas do Bronze médio do Sudoeste. Levantamento topográfico da necrópole de Vale Feixe. Seg. Vilhena e Alves, 2008.

Fig. 35D e E – Sepulturas da necrópole de Vale Feixe (Odemira), vendo-se vestígios de recinto tumular e de tumuli. Fotos de Jorge Vilhena.

Fig. 35F – Necrópole de cistas do Bronze médio do Sudoeste de Vale da Telha (Aljezur). Seg. Gomes, 2015.

Fig. 35G – Cerâmicas funerárias provenientes das necrópoles de Sines. Idade do Bronze médio do Sudoeste. Colecção MAEDS. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 36A – Estela da transição para o Bronze Final I (1300/1250 B.C.), da Herdade da Defesa (Alvalade do Sado/Santiago do Cacém). Possui espada com cinturão e idoliforme insculturados, insígnias de elite guerreira, proto-estatal. Em depósito

a﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000permanente no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, por transferência do Museu Nacional de Arqueologia. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 36B – Estela da transição para o Bronze Final I (1300/1250 B.C.), da Herdade de Abela. Possui espada com cinturão, alabarda e idoliforme insculturados, insígnias de elite guerreira, proto-estatal. Colecção do Museu Municipal de Santiago do Cacém. Foto de Arquivo C.M.S.C.

Fig. 36C– Vista da colina do santuário de N. do S. do Livramento, onde parece ter existido um inexpugnável sítio da Idade Bronze, para o montado de S. Francisco da Serra. Paisagem cultural paulatinamente construída a partir do III milénio a﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽ida a partir da v00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000 BC, no âmbito da Revolução dos Produtos Secundários da Criação de Gado.

Fig. 36D – Estela da Idade do Bronze final II (tipo estremenho). Séculos X- IX a. C. Vale Figueira (Vila do Bispo). Apud ALMAGRO, 1996, p. 73.

Figs. 37A e B – Estelas com escrita do Sudoeste Peninsular, da primeira Idade do Ferro. Séculos VII/VI a. C.. A - Desenho da estela de Pére Jaques, Aljezur. B - Estela 1 da necrópole de Pardieiro (S. Martinho das Amoreiras), em exposição no Museu da Escrita do Sudoeste (Almodôvar). Foto Luís Guerreiro (C.M. Odemira, 2009).

Figs. 38A e B – Na margem direita da ribeira de Morgavel, a pouca distância da foz, herdade do Gaio, foram localizadas duas sepulturas de tipo cista em xisto, com um notável espólio funerário (tesouro do Gaio) do período orientalizante (séculos VII-VI a.C.). As peças mais características da ourivesaria fenícia (jóias leves com muito trabalho incorporado, e recurso à estandardização) são um par de arrecadas decoradas por cabeças bifrontes encimadas por flores de lótus (A) e gargantilha compósita decorada por pégasos (B).

Figs. 39A e B – Planta da feitoria fenícia de Abul (séculos VII e VI A. C.), com evidentes paralelos na faixa sírio-palestiniana. A- primeira fase construtiva do palácio-feitoria, com torre e fosso. B- segunda fase construtiva, com maior segmentação do espaço, redução do pátio central, colmatação do fosso e nova abertura a nascente. Seg. Françoise Mayet e Carlos Tavares da Silva, 2000.

Fig. 39C - Feitoria fenícia de Abul. Fragmento de uma taça em cerâmica cinzenta importada de Gadir (Cádiz) com inscrição fenícia. Seg. Françoise Mayet e Carlos Tavares da Silva, 2000.

Figs. 40A-C - Miróbriga. Durante a II Idade do Ferro, séculos IV-III a. C., chegam à costa sudoeste influências continentais ou celtizantes, que se mesclam com a matriz cultural mediterrânea/turdetana prevalecente nesta região. Aqueles influxos estão particularmente bem representados na colina do “castelo velho” de Miróbriga (oval vermelha), dotada de urbanização sidérica (A) e cultura material característica da segunda Idade do Ferro como recipientes decorados por estampilhas (B-C). Adaptado Quaresma, 2014 (A); seg. Soares & Tavares da Silva, 1979 (B); foto de Rosa Nunes (C).

Fig. 41A – Necrópole dos Senhores dos Mártires (Alcácer do Sal). Armas de tipologia celtizante. Espadas e punhais “de antenas”. Seg. Schüle, 1969, apud Arruda, 1999-2000.


Fig. 41B - Kratêr-de-sino. Cerâmica ática de figuras vermelhas, pelo pintor dos
Tirsos Negros, 375-350 a.C.. Cena dionisíaca. Ménades e Sátiros. Alt.: 29cm. Diâm. máx. 28cm. Necrópole do Senhor dos Mártires, Alcácer do Sal. Colecção do Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra. Cf. Pereira, 1962.

Fig. 42 – Depósito votivo de Garvão. Embora se localize no exterior imediato da área em análise, não pode deixar de ser referido a propósito do mosaico de culturas da II Idade do Ferro, uma vez que é o contexto arqueológico que melhor espelha esta realidade cultural, em cuja escavação e estudo participou o Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal. Nesta placa de prata pode ver-se uma provável representação da deusa fenício-púnica Tanit. Museu Nacional de Arqueologia. Foto de José Pessoa/ Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF).

Fig. 43 – Depósito votivo de Garvão. Placas votivas de ouro com representação de olhos, realizadas pelas técnicas de repuxado e incisão a buril. Museu Nacional de Arqueologia. Foto de José Pessoa/ Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF).

Fig. 44 – A ilha do Pessegueiro (Sines), referida nos textos clássicos como ilha de Poetanion, com vestígios de ocupação da II Idade do Ferro e da Época Romana, comportou-se como importante porto de escala nas navegações mediterrânico-atlânticas. Imagem satélite Google Earth.

Fig. 45 – Ilha do Pessegueiro (Sines), vista do portinho de Porto Covo. Trata-se de uma das dunas consolidadas melhor conservadas da paisagem litoral wurmiana (há 18 000 anos), altura em que o mar estava 120m abaixo do actual e se formou um extenso campo de dunas. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 46A – Ilha do Pessegueiro (Sines) vista da praia. O canal entre a ilha e terra é um dos raros abrigos para a navegação na costa sudoeste alentejana. Estas particulares condições portuárias transformaram a ilha em entreposto comercial durante a alto império e centro produtor de salgas de peixe até ao seu abandono no século V d. C. As boas condições portuárias do local estiveram na origem do projecto de construção de um grande porto artificial no reinado de Filipe I de Portugal. Projecto que se iniciou nos finais do século XVI, dele restando os fortes de terra e da ilha (incompleto), mas que seria abandonado devido a sistemática acção destrutiva imposta pelos Corsários ao serviço da coroa inglesa. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 46B –Planta esquemática com a representação das estruturas romanas postas a descoberto, diferenciadas em três fases construtivas sequenciais. A primeira fase corresponde à segunda metade do séc. I; a segunda pertence ao séc. II e a terceira, aos sécs. III-IV. Seg. Tavares da Silva e Soares, 1993.

Fig. 47 – Cepo de âncora romana em chumbo, recolhida na baía de S. Torpes, em 1967, testemunhando naufrágio muito provavelmente resultante da forte ressaca que se faz sentir neste troço litoral. Existe ainda um outro exemplar, depositado, tal como este, no Museu Municipal de Sines.

Figs. 48-50 – Praia de S. Torpes. Tríptico fotográfico de Rosa Nunes intitulado “Lenda de S. Torpes”.

Fig. 51A – Cidade romana de Miróbriga (Santiago do Cacém). Templos e fórum. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 51B – Cidade romana de Miróbriga (Santiago do Cacém). Termas. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 51C - Vista aérea do hipódromo (adaptado de Barata, 2001).

Fig. 52 – Reconstituição do paleoestuário do Sado, com a localização da Ilha de Achale. Seg. Joaquina Soares & Carlos Tavares da Silva, 2012.

Fig. 53 – Localização dos principais fornos de ânforas romanas do Baixo Sado. Seg. Françoise Mayet et al., 1996.

Fig. 54A - Península de Tróia. Vista aérea. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 54B – Estabelecimento “industrial” romano de preparados piscícolas (salgas de peixe e molhos), satélite de Caetobriga, localizado na península de Tróia. Fotos de Rosa Nunes, desenho de Yasmin Makaroun e imagem satélite Google Earth.

Figs. 55 e 56 – Castelo de Alcácer do Sal visto de Oeste e paisagem que dele se avista para sul. Nesta colina debruçada sobre o Sado localizou-se uma importante urbe, provavelmente de nome Beuipo, desde o período orientalizante (I Idade do Ferro), no século VII a. C.. Sucederam-lhe, sem descontinuidades, a cidade romana de Salacia, a medina islâmica e o castelo medieval cristão, conferindo a este espaço uma forte carga simbólica no contexto da cidade actual. Fotos de Rosa Nunes.

Fig. 57 – Tróia. Basílica visigótica. Seg. Maciel, 1996.

Fig. 58 – Desenho de frescos da basílica visigótica, com elementos característicos da simbólica paleocristã. Seg. A. I. Marques da Costa apud Maciel, 1996.

Fig. 59 – Tróia. Baptisterium. Em cima, secções transversal e longitudinal; em baixo, reconstituição do interior. Seg. Maciel, 1996.

Fig. 60 – Tróia. Lucerna paleocristã. Seg. Maciel, 1996.

Fig. 61 São João dos Azinhais (Torrão). Pé de altar com cruz pátea em alto relevo no fuste. Século VII. Periodo Visigótico Tardio. Colecção do Museu do Torrão. Foto de J. Soares.

Fig. 62 – Ermida da Idade Moderna de S. João dos Azinhais, instalada sobre o templo paleocristão. Seg. Feio, 2010.

Fig. 63 – Rede viária tardo romana/visigótica, onde fica patente a centralidade de Pax Iulia. Seg. Feio, 2010.

Fig. 64A – Localização do Ribat de Arrifana (Ponta da Atalaia). Imagem satélite Google.

Fig. 64B – Vista do promontório escarpado onde se localizou o Ribat de Arrifana. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 64C – Pormenor de edifício religioso do santuário islâmico de Arrifana. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 65A Marco de propriedade da Ordem de Santiago (pormenor da cruz da ordem). Concelho de Alcácer do Sal. Colecção Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer do Sal. Foto de Joaquina Soares


Fig 65B – Marco de propriedade da Ordem de Santiago. Concelho de Sines. Século XV. Colecção Museu de Arqueologia de Sines. Foto Arquivo C.M.S.

Fig. 66 – Prato em faiança com a cruz da Ordem de Santiago. Idade Moderna. Colecção Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer do Sal. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 67 – Galeria de retratos de Vasco da Gama. Da esq. para a dir.: pintura a óleo sobre madeira do século XVI (24,5 x 18,7 cm) de autor desconhecido. Museu Nacional de Arte Antiga; retrato incluído em Breve Tratado ou Epílogo dos Vice Reis da Índia (Paris, Biblioteca Nacional), século XVI; óleo sobre tela (120 x 80cm), século XIX, atribuído a Auguste Roquemont, Câmara Municipal de Sines.

Fig. 68 – Rotas da viagem de ida e volta de Vasco da Gama à Índia. 1497-99. Desenho de Gago Coutinho. In Adão da Fonseca, 1998.

Fig. 69 – Alvará de D. Manuel I que proíbe a entrada de Vasco da Gama em Sines, sob pena de multa de 500 cruzados. Datado de 21 de Março de 1507. Livro dos Copos, Ordem de Santiago, livro 272, fl. 257. Instituto Nacional dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo. Seg. Falcão e Pereira, 1998.

Fig. 70 – Gravura com representação do Adamastor da edição de Os Lusiadas, Paris, 1817.

Fig. 71 – Escultura do poeta de Quinhentos, Bernardim Ribeiro. Torrão. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 72 - Cais de pesca da Carrasqueira. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 73 – Bateira no cais de pesca da Carrasqueira. Ao fundo, a Serra da Arrábida. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 74 – Carrasqueira. Faina da pesca. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 75 – Carrasqueira. Mariscadores de bivalves. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 76 – Carrasqueira. Cabana tradicional de pescador. Foto de Rosa Nunes.

Figs. 77 A-B – Património edificado do período barroco do entreposto comercial do portinho fluvial de Porto Rei. Fotos de Rosa Nunes.

Figs. 78 e 79 – Frentes ribeirinhas de Alcácer do Sal. Fotos de Rosa Nunes.

Fig. 80 – Ex-voto de 1801 com representação de hiate. O porto de Alcácer do Sal era ainda nesta altura oceânico, deveria armar embarcações como a que surge aqui representada, com capacidade para realizar viagens de longo curso (Costa Ocidental de Marrocos). Seg. Cabeçadas & Soares, 1991.

Figs. 81-86 – Marinhas do Sado. Fotos de Rosa Nunes.

Figs. 87A e B – Paisagens de arroz. Alcácer do Sal. Fotos de Rosa Nunes.

Fig. 88 - Paisagens de arroz. Esteiro da Comporta/Carvalhal. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 89 – Espantalho de campo de arroz da Comporta/Carvalhal. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 90 - Paisagens de arroz (restolho). Alcácer do Sal. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 91 A – Património rural. Renque de casas unifamiliares destinadas aos trabalhadores da herdade da Barrosinha. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 91 B - Património rural. Núcleo central do assento agrícola da companhia agrícola da Barrosinha. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 92 – Vestígios materiais de antigas explorações de ostras nos lodos da margem esquerda do estuário do Sado. Esta actividade teve o seu auge nos anos 60 do século XX. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 93 – Representação esquemática dos portos e portinhos de pesca do litoral a sul de Sines. Adaptado de Mendes, 1997.

Fig. 94 – Antigo porto de pesca de Sines. Século XVII

Figs. 95 A e B – Óleo sobre tela de Francisco Maia “Lavagem das redes”. Museu Municipal de Sines.

Fig. 96 – Porto de Sines. Imagem satélite Google.

Figs. 97 e 98 – Porto de águas profundas de Sines. Em primeiro plano, porto de embarcações de recreio.

Figs. 99 e 100 – Centro de Artes de Sines (http://centrodeartesdesines.com.pt/).