Ruinas Romanas de Tróia

Freguesia/Concelho:Carvalhal/Grândola

Localização:38o29.183N e 8o53.160W (C.M.P. 1:25.000; Folha 465)

Cronologia: Época Romana (1ª metade do século I até ao século VI d.C.).

Classificação: Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, D.G. nº 136, de 23 de Junho de 1910.

 

Introdução

Localização

As Ruínas Romanas de Tróia situam-se no braço nordeste da ponta da península de Tróia e estão integradas no troiaresort (Figs. 1 e 2). Pertencem à freguesia do Carvalhal, concelho de Grândola, distrito de Setúbal.

Acesso

Vindo do Norte, apanhar o ferry desde Setúbal (cais da Doca das Fontainhas) até Tróia, virando à direita à saída do cais em direcção a Tróia; cerca de 1,2 km adiante, virar à direita na sinalização “Ruínas Romanas” e percorrer uma estrada de terra batida com c. de 2,7 km.

Em alternativa, seguir pela auto-estrada A2 de Lisboa para Sul e virar para Tróia depois de Alcácer do Sal, seguindo pela estrada EN 253 em direcção à Comporta e virando aí para Tróia. O acesso às ruínas é antes de chegar a Tróia, c. de 1,2 km depois do cais dos ferries.

Do Sul, fazer o percurso Grândola-Comporta pela estrada EN 261 e Comporta-Tróia pela EN 253.

Visitas

As Ruínas Romanas de Tróia estão abertas todos os sábados do ano, e de terça a sábado em Junho, Julho e Agosto. O calendário e horário de abertura e de visitas guiadas são consultáveis em www.troiaresort.pt.

Está aberto à visita um percurso com painéis explicativos (Fig. 3), adequado a mobilidade reduzida, que permite visitar uma grande fábrica de salga com a maior oficina de salga conhecida em Tróia e outra mais pequena, um mausoléu, um cemitério, as casas da rua da Princesa e as termas. Nas visitas guiadas, é possível visitar também a basílica paleocristã com pinturas murais.

Cronologia

O sítio arqueológico de Tróia foi ocupado desde a primeira metade do século I d.C. até provavelmente ao século VI.

 

Fases de ocupação

O sítio arqueológico de Tróia foi continuamente ocupado em época romana, desde os primeiros decénios do século I até ao século VI, ou mesmo VII. Neste longo período, podem-se distinguir duas fases distintas. Os séculos I e II foram o período de apogeu, em que grandes fábricas de salga com dezenas de tanques produziriam grandes quantidades de peixe salgado e molhos de peixe. Estes produtos, embalados em ânforas, eram vendidos nas cidades e campos da Lusitânia e exportados para outras zonas mais distantes, em particular para Roma, a capital do Império.

Após uma interrupção da produção na segunda metade do século II, as grandes fábricas foram divididas em unidades mais pequenas e começou um novo ciclo produtivo que durou do século III ao século V. Neste período as ânforas utilizadas diversificam-se, sugerindo uma maior variedade de produtos, e sabe-se que o principal peixe utilizado era a sardinha. Nas fábricas que foram escavadas, a produção cessou na primeira metade do século V, acompanhando o declínio do Império Romano do Ocidente, mas o sítio continuou a ser ocupado pelo menos por mais um século.

Tendo em conta os inúmeros vestígios de fábricas e tanques de salga, pode-se considerar que a Tróia romana foi o maior centro de produção de salgas de peixe que se conhece no mundo romano. Esta capacidade e dinamismo produtivo devem-se às condições naturais da região do Baixo Sado, junto ao Oceano Atlântico, com águas muito ricas em peixe e com salinas e olarias instaladas na margem norte do estuário.

No século V, com o encerramento das fábricas de salga melhor conhecidas, inicia-se um processo longo de abandono e destruição da povoação, que pode ter durado até ao século VII, se se tiver em conta o achado de algumas raras loiças dessa época.O sítio romano foi totalmente coberto por dunas de areia e no século XVI apenas ali existia a Ermida de Nossa Senhora de Tróia com a casa do ermitão e uma hospedaria, e um moinho de maré na lagoa perto (Caldeira). A grande casa que se situa junto às Ruínas, conhecida como Palácio Sottomayor, foi construída pelo proprietário da Herdade de Tróia nos anos 20/30 do século XX sobre uma casa mais antiga. O armazém, telheiro e rampa para barcos hoje visíveis foram instalados pela Torralta, a primeira empresa turística que construiu apartamentos e hotéis em Tróia, na década de 70 do século XX.

Actualmente a manutenção, conservação, investigação, valorização e visitação turística das Ruínas Romanas de Tróia são responsabilidade do troiaresort, proprietário dos terrenos em que se situam.

O sítio arqueológico

As Ruínas Romanas de Tróia foram um grande centro de produção de peixe salgado e molhos de peixe, continuamente ocupado ao longo de cerca de seis séculos.

Situam-se na actual restinga de areia que separa o estuário do rio Sado do Oceano Atlântico, conhecida como península de Tróia, mas é muito provável que na época romana esta restinga fosse ainda um cordão de ilhas, numa das quais se construiu a Tróia romana. Ácala, uma ilha situada a sul do Cabo Espichel que é referida pelo escritor latino Avieno na sua obra Orla Marítima, do século IV, pode ter sido a ilha em que se situava a Tróia romana.

Tróia aparece na literatura desde o século XVI como um sítio de época romana com tanques em que se salgava o peixe (Fig. 4) e é frequentemente visitada e referida por diversos autores nos séculos seguintes.

A primeira escavação de que há notícia teve lugar no século XVIII, por iniciativa da futura rainha D. Maria I, e em meados do século XIX têm lugar várias campanhas de escavação da Sociedade Arqueológica Lusitana, a primeira sociedade arqueológica do país fundada em Setúbal em 1849 com o propósito de escavar Tróia. A estes trabalhos se deve a descoberta de edifícios de habitação e de umas termas. No século XX, de 1948 até aos anos 70, foi alvo de escavações promovidas pelos directores do actual Museu Nacional de Arqueologia que puseram a descoberto, em particular, várias oficinas de salga de peixe, umas termas, cemitérios e uma basílica paleocristã.

Ao longo dos séculos, as marés foram pondo à vista, na margem do estuário do Sado, inúmeras construções romanas, muitas delas fábricas de salga de peixe, numa extensão de 1,5 km, que mostram que este sítio foi um povoado importante.

O complexo industrial construído no século I desenvolveu-se num aglomerado urbano-industrial que, além das fábricas de salga, tinha casas, termas, estruturas hidráulicas, necrópoles, um mausoléu e uma basílica paleocristã.

Outros edifícios jazem ainda sob as dunas que soterraram o sítio arqueológico, conhecendo-se apenas uma pequena parcela da outrora Tróia Romana, que mantém ainda uma vasta área por desvendar.

 

Oficinas de salga

Os tanques de salga são, sem dúvida, os elementos mais típicos deste sítio arqueológico. Alinhados à volta de um pátio, formavam “oficinas de salga”, que por sua vez se integravam em “fábricas de salga”, conjuntos de diferentes espaços que asseguravam o ciclo da produção (Fig. 5).

Em Tróia foram identificadas 25 oficinas de salga, muitas delas com grandes tanques, que fazem deste sítio o maior complexo de produção de salga de peixe conhecido no mundo romano (Fig. 6).

Casas da rua da Princesa

A Rua da Princesa é a designação dada ao núcleo residencial escavado pela primeira vez no século XVIII pela futura rainha D. Maria I. No século XIX foi extensamente escavado pela Sociedade Arqueológica Lusitana, que pôs a descoberto um edifício com rés-do-chão e primeiro andar que à data da escavação ainda tinha restos de pavimentos em mosaico e pintura mural, infelizmente hoje desaparecidos. Segundo a mais recente interpretação, trata-se de uma grande casa, provavelmente com um pátio interior que não está ainda a descoberto.

Termas

As termas situam-se junto à maior fábrica de salga que se conhece em Tróia e têm as partes habituais numas termas romanas: a zona aquecida (caldarium) com um sistema de aquecimento subterrâneo e pequenos tanques para banhos de vapor e de água quente; a sala de transição com temperatura morna (tepidarium); uma zona fria (frigidarium) com dois pequenos tanques para banhos de água fria; e ainda um vestiário (apodyterium) e uma grande sala junto à entrada para convívio e exercício físico (palaestra). Pertenciam certamente ao dono da fábrica de salga situada ao lado, pois no século III foram alargadas incorporando um dos seus tanques de salga que foi convertido num vestiário. Destinavam-se a facultar o banho diário a todos os que trabalhavam na fábrica e poderiam estar abertas a outras pessoas que pagassem entrada.

Poços e estruturas de captação de água

Como não havia nascentes no solo arenoso de Tróia, a água tinha que ser captada no nível freático, apesar de salobra, através de poços. Na área visitável pode-se ver o poço de mergulho, com uma escada de acesso, situada no pátio da maior oficina de salga, e também o poço que abastecia as termas, imediatamente a sudeste deste edifício.

 

Cemitérios e Mausoléu

Em Tróia foram descobertos diversos cemitérios que testemunham diferentes práticas funerárias, com sepulturas tanto de cremação como de corpo inteiro (inumação). Desde a cupa (em forma de barrica de vinho) à arca de pedra e tijolo, da sepultura de mesa (que reproduzia a mesa com o encosto onde os convivas se reclinavam à volta) à ânfora reutilizada como caixão nos enterramentos infantis.

Conhecem-se vários cemitérios e um mausoléu na Tróia romana: o cemitério da Caldeira,escavado nas décadas de 40 e 50 do século XX, datável do século I ao século V; o cemitério do mausoléu, prolongando-se em torno deste edifício numa vasta área, desde o século; os cemitérios na área da basílica, ainda muito mal conhecidos mas que terãoexistidodesde o século IV, e que incluem o cemitério das sepulturas de mesa.

O circuito de visita instalado ao longo do sítio permite observar o interior do mausoléu (Fig. 10), com nichos nas paredes destinados a urnas com cinzas de defuntos, além das sepulturas de corpo inteiro no seu interior. Atrás do mausoléu está a descoberto um cemitério cujas sepulturas têm orientação predominante noroeste-sudeste (Fig. 11), sendo provavelmente cristãs. Estão ainda visíveis uma cupa junto às termas e um conjunto de sepulturas de mesa num compartimento junto à basílica paleocristã (acessível apenas em visita guiada).

A grande diversidade de sepulturas nas quais os habitantes de Tróia enterraram os seus mortos é um reflexo da continuidade da ocupação do sítio ao longo de vários séculos. Revela ainda um intenso contacto com o exterior que lhes foi permitindo adoptar os novos usos e costumes que se iam propagando pelo Império.

 

Basílica paleocristã

Um dos monumentos mais bem conservados do sítio arqueológico de Tróia é a basílica paleocristã, uma igreja construída em finais do século IV ou inícios do século V.

Era um edifício de grande dimensão com três arcadas dividindo o espaço em quatro naves. As suas altas paredes estão profusamente pintadas com motivos geométricos e vegetalistas, e placas de pedra com veios de mármore na parte inferior. Um crísmon desaparecido, símbolo cristão da época de Constantino, foi registado no topo de uma parede, identificando este edifício como cristão. Para além desse motivo, um cântaro pintado num pilar (Fig. 12) é outro dos temas muito utilizado pelas comunidades cristãs mais antigas. A basílica foi construída sobre uma oficina de salga abandonada, que fora transformada em cemitério, e situa-se junto a uma casa mais antiga que no século IV foi igualmente transformada em cemitério.

Para conhecer a Basílica, é necessário participar numa visita guiada.

 

Os objectos recuperados

As escavações realizadas neste sítio arqueológico permitiram recuperar muitos objectos de época romana como altares (Fig. 13), placas de mármore com relevos e inscrições, peças em vidro, loiças variadas, ânforas que transportavam as salgas de peixe, pequenos objectos em osso e metal, como moedas, agulhas e anzóis.

A maior parte destas peças pertencem às colecções do Museu Nacional de Arqueologia, mas as peças mais emblemáticas das escavações realizadas desde 2007 estão na exposição “Tróia Romana” no troiagolf (clube de golfe de Tróia) (Fig. 14) e numa parede-vitrina no Aqualuz Suite Hotel Apartamentos de Tróia.

 

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<p " align="justify"><p ">Inês Vaz Pinto<p ">Ana Patrícia Magalhães <p ">Patrícia Brum<p "> 

 

Fig. 1 - Vista aérea de Tróia.

 

Fig. 2 - Localização das Ruínas Romanas na Península de Tróia.

 

Fig. 3 - Sítio arqueológico aberto à visita. Foto de Ricardo Ferreira.

 

Fig. 4 - Oficina de salga do complexo industrial de Tróia. Foto de Miguel Costa.

 

Fig. 5 - Esquema de produção de molhos e de conservas de peixe.

 

Fig. 6 - Reconstituição do trabalho numa oficina de salga. Seg. Pedro Ramos.

 

Fig. 7 - Área residencial conhecida como Rua da Princesa. Foto de Miguel Costa.

 

Fig. 8 - Área aquecida das termas. Foto de Miguel Costa.

 

Fig. 9 - Reconstituição da palestra, do vestiário e da área fria das termas. Seg. Pedro Ramos.

 

Fig. 10 - Interior do mausoléu. Foto de Miguel Costa.

 

Fig. 11 - Necrópole do mausoléu. Foto de Miguel Costa.

 

Fig. 12 - Pintura de um pilar da basílica. Foto de Célia Ferreira.

 

Fig. 13 - Pequeno altar funerário encontrado em Tróia.

 

Fig. 14 - Exposição “Tróia Romana” no troiagolf.