Bibliotecas Municipais do Concelho de Santiago do Cacém

Santiago do Cacém foi, na década de 1950, sede da 2ª Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian no território português e mais tarde, na década de 1960, da Biblioteca Fixa nº 20.

Os tempos modernos justificaram contudo que se sonhasse com uma nova Biblioteca, ampla, viva e participada, promotora de um serviço de leitura pública à medida de um grande município que aspira ao desenvolvimento.

De um esforço concertado entre a Câmara Municipal de Santiago do Cacém e a Secretaria de Estado da Cultura nasceu assim a nova Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, instalada em edifício próprio e organizada em moldes modernos e funcionais.

Ponto de referência enquanto espaço de práticas culturais, científicas e artísticas do Município, esta Biblioteca ganhou, pela sua atividade permanente, o estatuto do nosso ponto de encontro com o Mundo, o novo "Largo", no dizer do patrono, o escritor e poeta Manuel da Fonseca.

A instalação da Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca em 1997, a primeira Biblioteca Municipal do Concelho de Santiago do Cacém, contribuiu para a dinamização da vida cultural do município, nas vertentes de acesso livre à informação e da oferta de muitas e variadas atividades de animação e promoção do livro e da leitura.

Mercê da dinâmica da 1ª Biblioteca e do entendimento da importância destes equipamentos para o desenvolvimento dos cidadãos, entendidos individual e coletivamente, a Câmara Municipal propôs-se construir e instalar a 2ª Biblioteca do Município na cidade de Vila Nova de Santo André.

A Inauguração em 2005 da segunda Biblioteca Municipal do Concelho, Biblioteca Municipal Manuel José “do Tojal”, marcou o início da Rede de Leitura Pública do Concelho.

As Bibliotecas Municipais, informatizadas e ligadas em rede, assumem-se como os principais espaços da cultura e apoio à formação, bem como um centro de recolha, processamento e difusão da informação.

Promovem o desenvolvimento de ações de extensão educativa e programam atividades em parceria com as escolas dos diferentes graus de ensino, contribuindo para a promoção do livro no espaço escolar e para o incentivo da educação não formal.

Proporcionam também variadíssimas atividades no âmbito da Cultura, tais como encontros com escritores, espetáculos musicais e de teatro com artistas locais e nacionais, apresentando assim uma importante faceta mediadora entre o público de todas as idades e as realidades culturais da atualidade.

Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca – Santiago do Cacém

A Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, de tipologia BM 2, abriu as suas portas à comunidade no dia 22 de março de 1997.

O Edifício foi construído de raiz, dispõe de 4 pisos, albergando a Biblioteca Municipal e o Arquivo Histórico Municipal, e fica localizado na zona central da cidade de Santiago do Cacém, ao lado da estação rodoviária, beneficiando ainda da proximidade das duas escolas, EB Integrada Frei André da Veiga e Escola Secundária Manuel da Fonseca.

A Biblioteca instalada num espaço amplo e luminoso é composta por 4 espaços de utilização pública, tendo em conta os diversos grupos etários e as variadas atividades que oferece (setor de adultos, setor infantojuvenil, audiovisuais e balcão principal de atendimento), sala polivalente, bar e serviços internos.

Biblioteca Municipal Manuel José “do Tojal” – Vila Nova de Santo André

A cidade de Vila Nova de Santo André viu nascer a Biblioteca Municipal no dia 10 de setembro de 2005, com uma inauguração comemorada por toda cidade, que contou com o contributo da população e dos grupos culturais de vários pontos do Concelho.

É de tipologia BM2 e fica localizada na Zona Central da cidade Vila Nova de Santo André. A Biblioteca Municipal ocupa o rés-do-chão de 2 prédios de habitação e está rodeada de uma zona pedonal.

A Biblioteca é composta por 4 espaços de utilização pública (adultos, infantojuvenil, audiovisuais e balcão principal de atendimento), sala polivalente, bar e serviços internos.

Patronos

Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca – Santiago do Cacém

Manuel da Fonseca

Manuel Lopes da Fonseca, natural de Santiago do Cacém, oriundo de uma família com origens em Castro Verde e Cercal do Alentejo foi escritor, poeta, contista, romancista e cronista.

Cedo rumou a Lisboa, tendo iniciado a caminhada da sua formação académica no Colégio Vasco da Gama, passando pelo Liceu Camões, Escola Lusitânia e, ainda, pela Escola de Belas-Artes.

A sua atividade jornalística tomou lugar nesta altura da sua vida, tendo sido colaborador em diversas publicações como as revistas Afinidades, Árvore, Vértice, Altitude e os jornais O diabo e O diário. Aí encetou também a sua atividade literária, como poeta, romancista, contista e cronista – toda a sua obra retrata, porém, como poucas, a vida dura do Alentejo e do seu povo.

Por volta de 1937, estabelece relações com um grupo de neo-realistas de que fazem parte Alves Redol, Soeiro Pereira Gomes, Mário Dionísio, Armando Gomes, Fernando Namora, entre outros.

O Neo – Realismo refere-se a um movimento literário que em Portugal se manifestou entre meados dos anos 30 e finais dos anos 50 do último século, tempo cultural atravessado por fortes tensões literárias e ideológicas.

Assente no Neo – Realismo surge o primeiro livro de poemas do Movimento Rosa dos Ventos. Trata-se de uma reviravolta temática da poesia portuguesa de clara feição militante e ideológica. Manuel da Fonseca cria o primeiro livro sobre a realidade do Alentejo. Todo o Alentejo é parte importante na sua Obra Literária.

Contador de histórias reinventou o mundo à semelhança do seu. O centro desse mundo chama-se Cerromaior. Cerromaior é Santiago do Cacém.

Como era um criador, amalgamou a realidade e fez nascer histórias de embasbacar, nobres e antigas, poéticas e reais. Gerador de um cenário pitoresco, dramático ou épico, a tudo deu a vida através da narração.

Não sou um orador… sou um homem que conversa.”

Manuel da Fonseca

Biblioteca Municipal Manuel José “do Tojal” – Vila Nova de Santo André

Manuel José Santinhos

Considerado um dos maiores poetas populares da região, Manuel José Santinhos nasceu em 24 de dezembro de 1905, no Tojal de Baixo da Ribeira de Baleizão, na freguesia de Santo André.

Manel Zé do Tojal”, com menos de 10 anos começou a ajudar no pastoreio e aos 11 fez o primeiro poema - que se lembre -, para ser recitado numa venda; como prémio, obteve um rebuçado. Foi boieiro, ganhão e um dos bons porcariços, abegão, servente de pedreiro, cadeireiro, cesteiro, seareiro, agricultor, poeta popular e um profanista afamado. Foi objeto de estudo de muitos investigadores, o que lhe valeu uma considerável divulgação na comunicação social, a redação de obras académicas sobre o seu trabalho e uma projeção nacional.

Na sua poesia popular a fonte de inspiração é o mundo rural e os seus habitantes nas suas múltiplas atividades e facetas. As suas composições, tipicamente românticas, impregnadas de cultura popular e expressões e vocábulos de origens rurais, apresentam uma força expressiva objetiva, sem maneirismos de qualquer natureza, revelando um talento e intuição poética de grande riqueza.

A sua obra poética é composta por quadras livres e obrigadas a mote, quintilhas, sextilhas, quadras de 40 pontos, com rima inteira e com sezura, outras com mote de um ponto e quadras de 60 pontos. O seu verso, regido por uma estrutura simples, demonstra um lirismo encantador e um tom melódico e rítmico intenso.

Este poeta é um dos muitos exemplos de figuras populares a retratar a alma das gentes da região, com louvável improvisação, nos mais variados temas: amor, sofrimento, tristeza, solidão, sentimentalismo, amor à terra, lirismo, vícios e defeitos humanos, quotidiano campesino e até a História, tanto em quadras soltas, como em quintilhas, sextilhas ou outras estruturas.

Considerado um Poeta Maior dos Poetas Populares, Manuel José Santinhos foi exemplar na sua arte e reforçou o papel social da tradição oral ao contribuir com o seu espólio literário recheado de informações históricas, filosóficas e linguísticas através unicamente da sua Palavra.

Manuel José Santinhos morreu aos 94 anos e tinha na memória todos os seus poemas, que foram publicados em livro graças à carolice de alguns amigos.

Atividades

As Bibliotecas Municipais oferecem aos seus utilizadores ao longo do ano um vasto leque de atividades culturais: exposições, teatro, música, dança e, obviamente, literatura.

A promoção do livro e da leitura assume uma importância fundamental no quotidiano da instituição. Para o efeito, foram elaborados projetos e atividades específicos para os diferentes públicos.

A Hora do Conto para jardim-de-infância e 1.º ciclo do ensino básico do Concelho de Santiago do Cacém tem lugar 5 vezes por semana e apresenta ainda a possibilidade de execução de uma atividade complementar às histórias ouvidas (ateliers de expressão plástica, de expressão dramática, de música e de escrita criativa).

O projeto A Sacola Vai à Escola consiste no empréstimo dos fundos documentais às Bibliotecas Escolares dos Agrupamentos de Alvalade, Cercal, Santiago do Cacém e Santo André.

O projeto EntreContos oferecido aos alunos do jardim de infância e 1.º ciclo do ensino básico consiste em leituras encenadas para levar aos alunos uma nova perspetiva das histórias, tentando aliar o teatro à literatura e transformando a leitura pessoal isolada num ato comunitário e artístico.

Sábado a ler… é a atividade regular para pais e filhos, realizada uma vez por mês que consiste em experienciar histórias e atividades partilhadas, onde a cumplicidade é feita de palavras, de gestos e cores.

O fundo documental, em suporte escrito ou audiovisual, é agrupado por temas sugeridos pelas efemérides mensais e apresentado aos utilizadores, através de mostras documentais e destaques.

A Biblioteca Municipal Manuel José “do Tojal” é o palco do Projeto Contos Traquinas, atividade de promoção do livro e da leitura, no âmbito do Dia Internacional do Livro Infantil a 2 de abril.

A iniciativa tem como base a realização de sessões de hora do conto com contadores de histórias profissionais e espetáculos para o público infantojuvenil.

Quanto ao público adulto, na Biblioteca Municipal Manuel José “do Tojal”, reúne-se mensalmente a Associação Sénior de Artes e Saberes - ASAS, com a atividade Canto das Letras, uma tertúlia, num ambiente informal, para, em conjunto, partilhar leituras, conhecimento e experiências. Para reler em voz alta, discutir e relacionar com outras leituras, outras formas de arte e com a experiência pessoal de cada um.

No verão, o Serviço de Bibliotecas e Arquivo disponibiliza os seus serviços e várias iniciativas na praia, em plena época balnear, no âmbito do Projeto Biblioteca na Praia.

O objetivo é realizar atividades lúdico-educativas (ateliers e hora do conto), reforçando a componente ambiental e proporcionar momentos de leitura e lazer.

Esta iniciativa está inserida no Projeto da Bandeira Azul como forma de sensibilização para a conservação da natureza e do meio ambiente.

Contatos

Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca

Rua Eng.º Costa Serrão, n.º 5

7540-185 Santiago do Cacém

Telefone: 269829000

Fax. 269829008

E-mail: bmsc@cm-santiagocacem.pt

Horário de funcionamento:

De terça a sexta: 09h30-19h30

Segunda e sábado: 14h00-19h30

Biblioteca Municipal Manuel José “do Tojal”

Empreendimento Brasil, Edifício Copacabana, Bloco A e B

7500 – 170 Vila Nova de Santo André

Tel: 269750040

Fax: 269750049

E-mail: bmsa@cm-santiagocacem.pt

Horário de funcionamento:

De terça a sexta: 10h00-20h00

Segunda e sábado: 15h00-20h00

Irina Santos

Fig. 1 - Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca – Santiago do Cacém, CMSC, 2008.

Fig. 2 - Biblioteca Municipal Manuel José do Tojal – Santo André, CMSC, 2007.