Introdução

1. NOTA PRÉVIA

1.1 - Enquadramento na Candidatura Provere

O Atlas do Património Cultural do Alentejo Litoral e Costa Vicentina (APC) comporta-se como um referencial estruturante, com múltiplas aplicações. Servindo de forma diferenciada os objectivos de valorização do ambiente e do património, pretende fomentar o conhecimento, investigação e a inovação no ambiente e no sector da cultura, cumprindo desta forma os objectivos da candidatura PE1, com integração nas operações Provere OP1.1 e OP1.2

O APC do Alentejo Litoral e da Costa Vicentina, a Costa Sudoeste Portuguesa (Figs. 1-3) será um instrumento estratégico para a boa utilização de importante parcela dos recursos endógenos a mobilizar para o desenvolvimento regional (sectores das indústrias e serviços do turismo), bem como um meio de fomento da investigação e educação, da coesão social, enfim, do reforço da identidade sociocultural da região em apreço.

O conceito de cultura aqui seguido inspira-se na formulação de Gordon Childe (1947), que enquadra no sistema cultural o conjunto das realizações produzidas pelas sociedades humanas, na longa diacronia e no seu esforço de adaptação a diferentes contextos biofisícos - os múltiplos ecossistemas em que a Natureza se desdobra. Este conceito abrangente de património cultural comporta, pois, numerosas modalidades, de que destacamos o património arqueológico, o qual permite apreender no tempo longo a história das sociedades humanas no território considerado e criar as grandes narrativas da aventura humana, bem como perceber as distintas estratégias de interacção entre cultura e natureza aí ensaiadas e plasmadas em algumas emblemáticas paisagens culturais. O tema “Landscape and Memory” (Schama,1995) conduz-nos, insensivelmente, das paisagens culturais únicas do sudoeste português1 à dinâmica transformadora da memória das suas gentes e ao património imaterial a ela associado (por exemplo, lendas de S. Torpes ou do sobreiro dourado).

O património arqueológico ficou a cargo do MAEDS e o restante foi distribuído pelos técnicos dos serviços culturais representantes das Autarquias abrangidas pelo Atlas.

1 Por exemplo, a mítica ilha de Achale actualmente transformada na península de Tróia (Figs. 54A e B), a paisagem ribeirinha neolítica da Comporta-Carrasqueira (Figs. 24 a 26), a ilha do Pessegueiro - antiga ilha de Poetanion(Figs. 44 a 46), as necrópoles de cistas da planície litoral (Fig. 35B), as paisagens da cortiça de S. Francisco da Serra (Fig. 36C), as dunas de São Torpes e Nascedios (Figs. 6, 10 e 11), o Ribat de Arrifana (Figs. 64A a C), a paisagem simbólica do Promontório Sacro (Cabo de S. Vicente/Ponta de Sagres) (Figs.17A a G).

1.2. Do local ao global

O Sudoeste português (Figs. 1-3), que inclui o Alentejo Litoral e a Costa Vicentina, configura uma “finisterra” europeia, onde tendemos a ler uma narrativa histórica marcada pelos conceitos de fronteira e de isolamento, mas onde somos igualmente convocados, pelos cenários biogeográficos, a descobrir o carácter “selvagem e único” de ambientes só aparentemente pouco antropizados e extraordinariamente originais pois trata-se de paisagens culturais criadas pela sedimentação de ocupações humanas milenares, portadoras de um património cultural ímpar, que foi objecto de inventário, descrição e valorização através do Atlas do Património Cultural Regional. A internacionalização deste sector do território português conta com importantes componentes patrimoniais, a saber:

Processo de neolitização na interface Mediterrâneo/Europa Atlântica (Figs. 18-21):

Matriz refundadora da Europa Moderna, com expressão na simbólica “Escola de Sagres” e na figura do navegador Vasco da Gama (Sines) (Figs. 17C-17G, 67-70);

As antigas centralidades detidas pela região, primeiro no dominio da precoce adopção da economia de produção de alimentos, há 7500 anos, face à restante Europa atlântica, depois no domínio da ciência e tecnologia náuticas e do empreendedorismo, no despertar da Idade Moderna (séculos XV-XVI) são importantes “trunfos” que podem e devem ser jogados no tabuleiro da política internacional, através da valorização das capacidades de inovação e da nossa vocação comunicacional à escala intercontinental: Europa/África; Europa/África/América do Sul; Europa/África/Ásia (Fig. 25).

O APC assume-se, desta forma, como um veículo de informação ou mediador entre realidade patrimonializada no território da chamada Costa Sudoeste Portuguesa e os públicos potenciais às escalas local, nacional e global e, nessa medida, será em si mesmo um meio de criação cultural que produzirá mais-valias diferenciadoras da região no quadro dos novos padrões de consumo de bens culturais e de procura crescente de destinos diversificados para ocupação dos tempos de lazer, recriação e turismo.

Como já antes referimos, sublinhamos de novo a longa abrangência diacrónica do APC, que incluiu o património móvel deixado pelo Homem do Paleolítico inferior nos contextos geológicos de sua pertença, até às produções humanas contemporâneas, integradoras da memória colectiva.

Procurou-se incorporar as marcas persistentes da intervenção sociocultural no espaço em apreço sob a forma de narrativa verosímil e acessível a um público alargado, permitindo por esta via democratizar o conhecimento inerente à própria aventura das sociedades humanas que nos precederam na região, e possibilitar a fruição informada desse património cultural inscrito nas paisagens, nos aglomerados urbanos, nos monumentos, nas colecções museológicas.

1.3 - Um projecto aberto

O acto de construção do Atlas do Património Cultural do Alentejo Litoral e da Costa Vicentina foi em si mesmo um processo de criação patrimonial, por natureza inacabado, ou seja, aberto a continuada actualização, o que não impedirá esta obra de cumprir a sua vocação de referencial indispensável às intervenções de planeamento e gestão suscitadas pelo desenvolvimento regional.

Esperamos que este projecto continue a estimular intervenções em Arqueologia, História e outros domínios das Ciências Sociais. É expressão da participação de produtores culturais e investigadores que prestam serviço nomeadamente em autarquias, museus, empresas de arqueologia, universidades. Privilegiaram-se abordagens de proximidade, trazendo à construção do Atlas diversidade, democratização e participação, na linha do pensamento e acção defendidos por Boaventura de Sousa Santos e Maria Paula Menezes (2009) nas suas Epistemologias do Sul.

2. PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

A investigação arqueológica, os estudos de história local e de história da arte no Sudoeste do território português foram, nos últimos 30 anos, incrementados por projectos que de um modo geral contaram com a participação do Poder Local, em parceria com museus, universidades, institutos públicos, asso­ciações de cidadãos mais ou menos formalizadas, e mesmo com personalidades que se demarcaram pelo seu labor intelectual e reconhecido mérito. Nesta abordagem regionalizada, sublinha-se necessariamente a dimensão espacial do Passado e dos seus vestígios. O conceito de “espírito do lugar” pode mesmo, em alguns casos, sobrepor-se ao critério, quanto a nós igualmente estruturante, de espessura temporal: “una cultura humana no es primeramente una so­ciedad en el tiempo, sino que es ante todo una sociedad en el espacio” (Criado Boado, 1988, p. 67). Trata-se, evidentemente, de resistir à massificação, à estandardização dos modos de vida, à desvincu­lação do ser humano face às suas envolventes ambiental e cultural próximas. Esta primazia é coerente com a lógica de afirmação da identidade regional, em que o Património se converte em instrumento operativo da Memória e por essa razão, recurso socioeconómico precioso, que deve ser preservado e mobilizado enquanto identificador social, meio de conhecimento e de representação do universo humano considerado, de criação de sentido e de valor económico.

O património cultural possui hoje uma extraordinária abrangência, ditada pela valorização e incorporação das arquitecturas não-monumentais, das expressões artísticas não-eruditas inscritas/produzidas em meio urbano, periurbano ou rural, da cultura imaterial de sociedades onde a comunicação oral se sobrepõe à escrita. Nas sociedades camponesas tradicionais, a título de exemplo, os vestígios arqueológicos integram a sua tradição oral através do folclore, e fazem parte de um passado mítico, sendo, genericamente, conotados com os mouros, criaturas fantásticas, carac­terizadas por possuirem propriedades supra-sensíveis ou mágicas. A herança ainda muito viva dessa forma de percepcionar o Passado e conceber a ordenação do mundo constitui uma componente do património imaterial que não pode ser esquecida: “en las sociedades campesinas tradicio­nais ya se admite el pasado más antiguo cuyos restos se integran en el presente social no como un continuo, sino marcando una discontinuidad entre los autores de los vestigios y la comunidad cam­pesina actual” (González, 1999, p. 180). Como bem mostrou Lévi-Strauss (1987), a ciência detém na sociedade actual a função desempenhada pelo mito nas sociedades “ primitivas” ou tradicionais; na sociedade moderna, o discurso científico substituiu o relato lendário. Foi necessário percorrer um longo caminho, timidamente iniciado no Renascimento, até à concepção moderna de património, atingida no século XIX, quando a história e a arqueologia autonomizam e identificam o seu objecto de estudo com o devir das sociedades humanas, atribuindo às evidências do Passado o carácter de documentos.

Independentemente da forma como distintas formações socioculturais percepcionam o Passado e integram no seu quotidiano e racionalidade os vestígios do mesmo, o património cultural (González Méndez, 2000) assume-se como estruturante no ordenamento da vida social e nas dinâmicas de análise e projecção do tempo histórico.

3. PRINCIPAIS UNIDADES GEOGRÁFICAS PARA UM PROJECTO ESPACIALMENTE ANCORADO

Na região abrangida pelo Atlas do Património Cultural do Alentejo Litoral e da Costa Vicentina evidenciam-setrês sub-regiões muito diferenciadas em termos geológicos, geográficos e culturais: Vale do Sado, Alentejo Litoral e Costa Vicentina, às quais acabou por se sobrepôr a divisão administrativa municipal, retirando nitidez a essa diferenciação territorial. A ocorrência de eventuais sobreposições parciais, ou a necessidade de alterar limites nos processos de adequação e de interpretação de territórios, variáveis em conformidade com o tempo histórico, não pôde ser completamente evitada.

O cabo de S. Vicente e Ponta de Sagres, notável superfície de aplanamento, rasoirada pelo mar pliocénico, faz parte da orla meso-cenozóica meridional. Finisterra avançada sobre o oceano, com baixas amplitudes térmicas diurnas e anuais, separa uma paisagem atlântica e agreste, fustigada pelos ventos de oeste, do ambiente mediterrâneo da costa meridional, anunciado, na dobragem do cabo, pelo cheiro a figueira e pela aquietação do mar. Possui uma história marcada pelo sagrado e por sonhos visionários, mas também pelo quotidiano de populações que encontraram nos frutos do mar uma im­portante parcela da sua dieta, desde o Paleolítico até à Pré-história recente, e nos tempos históricos, até à actualidade.

O Vale do Sado, aproximadamente paralelo à linha de costa, apresenta grandes amplitudes térmicas anuais e, em geral, verões de características sub-tropicais, especialmente a montante de Alcácer do Sal. O rio atravessa uma área aplanada onde dominam formações ceno-antropozóicas. Em meados do século XX, era ainda navegável até Porto Rei (Figs. 77A e B) e comportou-se como importante via de acesso à faixa piritosa alentejana, de elevada riqueza mineira. Durante o Mesolítico (Atlântico inicial), o actual médio Sado, da Barrosinha a Alvalade, foi significativamente ocupado por comunidades de caçadores-recolectores complexos que protagonizaram um processo de neolitização tardio e sui generis, em presença de um prolongado equilíbrio demográfico-ecológico (Soares, 2013).

O baixo/médio Sado e seus afluentes foram e continuam a ser o sistema circulatório de um povoamento rural aglomerado, onde se destacam somente dois núcleos populacionais com vida propriamente urbana: Alcácer do Sal (Fig. 78) e Torrão (Fig. 33A). A par de uma agro-pastorícia pouco desenvolvida, a história económica desta sub-região na Idade Moderna foi marcada pela salinicultura (Figs. 81-86) e pela actividade do seu rosário de portinhos subordinados ao de Alcácer do sal (Figs. 72, 73, 77-80); já no século XIX, instala-se plenamente o quase monocultivo do arroz nas várzeas do Sado (Figs. 87-90); mais recentemente, o incremento do ecoturismo esteve na base de alguns investimentos significativos, nomeadamente na margem esquerda do rio. Infelizmente, este objectivo não levou devidamente em conta o rico e diverso património cultural, estando ainda, obviamente, a tempo de o fazer relativamente aos sítios que têm resistido a alguma afectação negativa e prolongado abandono (p. ex. concheiros neolíticos da Comporta, fortificação calcolítica do Monte da Tumba, feitoria fenícia de Abul, colina dos Castelos do Torrão).

Na costa sudoeste, a principal unidade geomorfológica é constituída pela plataforma litoral, limitada a nascente pelas serras de Grândola e Cercal e interrom­pida pelo maciço subvulcânico de Sines, do final do Neocretácico e pelo vale do Mira. Este longo e estreito corredor com 3 a 10 km de largura é uma unidade de aplanamento poligénica, resultante do arrasamento de xistos, grauvaques e bancadas quartzíticas do Maciço Antigo e de acumulações mais ou menos localizadas de coluviões, aluviões, areias e arenitos eólicos quaternários. A plataforma litoral individualizou-se a partir da crise tectónica vilafranquiana, igualmente responsável pelo levan­tamento das serras de Grândola e do Cercal. A evolução quaternária, sem perder de vista a continuada deformação tectónica, foi essencialmente comandada pelas variações climáticas e correlativas altera­ções eustáticas do nível do mar. A vertente litoral a norte do Cabo de S. Vicente é predominantemente talhada em arriba, nos xistos do Carbónico, e sujeita a dinâmicas erosivas (Figs. 17B e 64B). A planície litoral sofreu (Pereira, 1997), no decurso da transgressão flandriana, acentuada redução (Dias, 1985; Dias et al., 1997), a par de progressiva colmatação dos estuários e da formação de cordões dunares que criaram diversos siste­mas lagunares (p. ex., lagoas de Santo André e Melides). Sem cairmos em determinismos geográficos, é admissível que esta dinâmica transgressiva possa ter con­tribuído para a precoce neolitização da região, favorecendo o desequilíbrio demográfico-ecológico. A escassez de abrigos neste litoral, ora talhado em arribas, ora regularizado por depósitos quaternários, impôs sérios constrangimentos à navegação costeira, e contribuíu para o seu isolamento. Atenda-se ao texto clássico “Ora Marítima”, escrito por Rufio Avieno, no século IV d. C., a partir de relatos diversos e de um périplo massaliota realizado no século VI a. C. (Ferreira, 1985) e à discussão desta problemática em Tavares da Silva & Soares, 1993. Neste contexto é compreensível que apenas os estuários do Sado (Soares, 2008) e do Mira (Quaresma, 2014), a baía de Sines, e os portinhos de Porto Covo/abrigo da Ilha do Pessegueiro e Arrifana possuam uma tradição marítima e piscatória consolidada (Baldaque da Silva, 1891). O mar e a paisagem litoral de charneca do Alentejo litoral, de baixo interesse para a agricultura tradicional, converteram-se em alternativa para camponeses sem terra empurrados do interior por uma vida de miséria, nomeadamente no mega-concelho de Odemira. Nem a campanha nacional de florestação e o plano de irrigação do Mira da década de 1960, nem a instalação de empresas de agricultura intensiva apoiadas em estufas e intensa adubação quimíca, já nos anos 90, criaram a riqueza e desenvolvimento local expectáveis. Daquele movimento migratório, de pequena escala, resultou a criação de novas comunidades piscatórias dotadas de baixa e expedita tecnologia, mas que rapidamente se adaptaram à restrita dimensão das enseadas disponíveis (Moreira, 1987; Mendes, 1997, 2013). Além da pesca, praticam a recolha de algas (Aghar-aghar), de marisco, alguma trasfega de produtos de contrabando bem como agricultura de subsistência (Meneses & Mendes, 1966; Mendes, 2013; Polanah, 1969). Esta realidade sociocultural está porém em rápida mutação pelo efeito do turismo internacional.

4. UM PROJECTO QUE SE QUER AMPLAMENTE PARTICIPADO

O projecto Atlas do Património Cultural do Alentejo Litoral e Costa Vicentina, que agora apresenta a sua primeira edição, integra, como antes referido, contribuições de elevado número de produtores culturais que trabalham na região. Construiu-se um documento-base necessário ao desenvolvimento de políticas de valorização do património à escala local de cada concelho, necessário à implementação de estratégias de envolvimento das populações nesse processo, e avançámos no sentido da reconfiguração cultural e identitária que a região Costa Sudoeste Portuguesa reclama. Porém, os objectivos mais transversais de divulgar e discutir o presente documento com diferentes grupos e agentes socioculturais, com os decisores políticos e com a população em geral, só poderão ser concretizados posteriormente, através do trabalho de comissão de monitorização e de actualização do Atlas. Assim, foram definidos os seguintes objectivos a atingir na fase de divulgação e discussão pública do documento:

  • Assegurar a multivocalidade das narrativas que, fruto da investigação já desenvolvida ou a incrementar (colmatando lacunas à partida reconhecidas), venham a ser produzidas;Garantir a divulgação junto das comunidades locais de informação compreensível (discurso histórico para a cidadania) e que atribua sentido aos bens culturais;
  • Encontrar meios de comunicação e procedimentos por forma a responder aos actuais pa­drões sociais de fruição do património cultural;
  • Integrar estudos parciais em narrativas gerais sobre a evolução dos modos de vida das sociedades humanas que nos antecederam;
  • Debater as estratégias de revalorização do património nas perspectivas científico-cultural, ambiental, social e económica;
  • Debater e construir modelos de valorização patrimonial in situ, por forma a fornecer aos visitantes a dimensão espacial dos vestígios, mas também a sua lógica na sucessão dos acontecimentos históricos e na ilustração da dimensão social, recuperando também os significados técnico e estético dessas realidades materiais;
  • Realizar sessões, destinadas à generalidade dos cidadãos, com o duplo objectivo de divulgar o conhecimento produzido e de auscultar a sua própria experiência enquanto fruidores de bens culturais. Este será um procedimento com inequívoco interesse no que concerne à consideração da importância da oralidade na ordenação e explicação do Passado (o público parece continuar a preferir guias-intérpretes a formas escritas de transmissão de sentido).

Em suma, O APC deverá ser considerado um documento-base para o desenvolvimento regional. As potencialidades culturais da região em apreço são grandes, mas a sua mobilização exige um esforço bem dirigido para a reabilitação da paisagem (Cardoso, 2013; Covas & Covas, 2012)), para a correcção/remoção de “esqueletos de urbanizações” semi-abandonadas que se encontram desde o Cabo de S. Vicente, para a valorização e integração do património cultural (AA.VV., 1997; Brito e Silva, 2014) em circuitos de visitas organizadas, que passem tanto pelos sítios, monumentos e museus como pelos restaurantes/tabernas de gastronomia qualificada, oficinas artesanais e espaços de intervenção cultural contemporânea, pela criação de emprego local.

Ao património cultural a reabilitar devem corresponder programas funcionais actualizados, de acordo com os novos padrões de vida e consumo cultural (Mármol, Frigolé & Narotzky, 2010), bem como em consonância com as necessidades das comunidades a que o mesmo pertence.

A conservação e dinamização da herança cultural é uma responsabilidade colectiva; para este objectivo devem ser motivadas as populações, mas também os sectores económicos que com ela directamente se relacionam como o do Turismo. Os agentes económicos privados e públicos de sucesso, implantados na região, devem ser igualmente sensibilizados para este objectivo estratégico.

Melhorar as acessibilidades (intra-regional e inter-regional), a sinalética e a rede de informação (não só em português) é vital para a valorização patrimonial. O porto de Sines (APS), cujas mais-valias são recolhidas por Lisboa, deveria ser um parceiro importante neste processo de valorização do património da Costa Sudoeste Portuguesa, canalizando para a região uma pequena parte dos seus lucros. As acessibilidades com o Exterior (continente europeu) de que a região e o porto carecem como “pão para a boca” têm forçosamente de ser implementadas através dos modos rodoviário, ferroviário e aéreo.

Finalmente, a questão da investigação. Embora de menor visibilidade, é determinante para o incremento de qualquer projecto de desenvolvimento. Porém, importa ter presente que o ritmo daquela não se compagina com “necessidades de última hora”, requer o seu próprio tempo para criar massa critica e conhecimento aplicável. Assim, defendemos uma particular atenção da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), da Secretaria de Estado da Cultura, da Direcção Geral do Património Cultural, do Instituto de Conservação da Natureza, da Fundação Calouste Gulbenkian e obviamente das Câmaras Municipais para o apoio à investigação em Arqueologia, Património e Ciências Sociais e Humanas em geral. Potenciar as capacidades já instaladas no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) e seu centro de investigação (CEA), a instituição museológica mais representativa da região Costa Sudoeste Portuguesa. Muito embora por questões circunstanciais se encontre no seu limite setentrional, onde começa a AML, parece-nos desejável e altamente vantajoso reforçar as capacidades de intervenção científica e sociocultural do MAEDS à escala da nossa região.

5. ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO ATLAS

5.1. Organização geral da informação

Os textos apresentados focam os principais aspectos do património cultural regional, desde o Paleolítico à Época Contemporâ­nea. Além dos inventários patrimoniais geo-referenciados, juntaram-se fichas desenvolvidas sobre sítios visitáveis e/ou essenciais para a compreensão das ocupações humanas do território considerado.

Os textos destinam-se a públicos informados e a profissionais, apoiados em remissivas bibliográficas, que contextualizam sítios e problemáticas. Procurou-se evitar o modelo de “manual escolar”, ou mesmo de colectânea de artigos dispersos. Todos os municípios estão representados, e foram chamados a contribuir para a imagem patrimonial do seu concelho. A informação desigual reflecte as diferentes realidades autárquicas em presença. No entanto, nunca é demais referir que sendo o Atlas pensado em termos dinâmicos, pode e deve sofrer actualizações regulares.

Os textos são ilustrados por fotografias, desenhos e mapas, que constituem importantes vias de acesso do leitor às diversas perspectivas de leitura. A imagem poderá ser mais do que um complemento, impondo-se como meio próprio de comunicação sempre que tal se justifique.

Sínteses de carácter cronológico, sectorial ou temático, reflectindo as distintas perspectivas teóricas autorais em presença, abrem espaço para a pluralidade de pensamento arqueológico, histórico e patrimonial.

5.2. Estrutura do Atlas

O APC foi organizado em função de três critérios fundamentais: tipologia do património, cronologia e distribuição espacial dos bens culturais, apresentados de Norte para Sul e de Oeste para Este no contexto dos territórios concelhios. As actuais divisões administrativas municipais impuseram-se por questões operativas. Uma visão regional (indispensável ao planeamento da oferta turística) nomeadamente através da integração dos elementos do património cultural em algumas das grandes unidades biogeográficas que caracterizam este território terá no futuro um vasto campo de realização e de aplicações . Merecem destaque:

  1. Planície litoral (plataforma litoral ocidental), a unidade mais extensa, da desembocadura do Sado a Sagres, que confere identidade especifica à região e que atravessa todos os concelhos incluídos no Atlas a sul de Alcácer do Sal;
  2. Estuário e médio vale do Sado, que engloba os concelhos de Alcácer do Sal, Grândola e Santiago do Cacém;
  3. Vale do rio Mira/Terras de Odemira, o mais extenso concelho do país, constitui pela sua ruralidade, baixa densidade demográfica e particularismos culturais um estimulante campo de investigação para as Ciências Sociais e Humanas. Mas por mais extensa que seja esta unidade administrativa é ainda necessário subir o Mira até à nascente, e penetrar em terras de Ourique para se apreenderem as dinâmicas do povoamento antigo, que a partir da Idade do Bronze e até à I Idade do Ferro (séculos VII-VI a. C.) transformaram este território baixo-alentejano, em centralidade civilizacional, com a mais antiga escrita da Península Ibérica;
  4. Promontório Sacro: Cabo de S.Vicente e Ponta de Sagres. Embora integrado na Planície litoral, a carga simbólica deste lugar impõe o seu destaque;

Desta forma, o Atlas será constituído por oito volumes:

Vol. I – Cap. I - INTRODUÇÃO

           Ficha técnica; contexto e condições de produção do Atlas; referências bibliográficas.

           Cap. II – PATRIMÓNIO CULTURAL EM ABORDAGENS REGIONAIS. A PROCURA DE UMA MATRIZ COMUM

           História e património regional na longa diacronia: uma introdução; as fortalezas marítimas da Costa Sudoeste; Paisagens de Pão; Paisagens de cortiça. Bibliografia.

Vol. II – PATRIMÓNIO CULTURAL DO CONCELHO DE ALCÁCER DO SAL

Vol. III – PATRIMÓNIO CULTURAL DO CONCELHO DE GRÂNDOLA

Vol. IV – PATRIMÓNIO CULTURAL DO CONCELHO DE SANTIAGO DO CACÉM

Vol. V – PATRIMÓNIO CULTURAL DO CONCELHO DE SINES

Vol. VI– PATRIMÓNIO CULTURAL DO CONCELHO DE ODEMIRA

Vol. VII – PATRIMÓNIO CULTURAL DO CONCELHO DE ALJEZUR

Vol. VIII – PATRIMÓNIO CULTURAL DO CONCELHO DE VILA DO BISPO

Fig. 1 – Localização da Costa Sudoeste Portuguesa (rectângulo vermelho) no continente europeu.

Fig. 2 – Localização da Costa Sudoeste Portuguesa (rectângulo vermelho) na Península Ibérica.

Fig. 3 – Municípios do Alentejo Litoral e Costa Vicentina considerados no Atlas do Património Cultural.

Fig. 4A – Evolução da linha de costa do Sudoeste desde o ultimo máximo glaciário. Adaptado de Dias et al., 1997.

Fig. 4B – Diagrama polínico da coluna sedimentar marinha Su81-18, recolhida ao largo da costa alentejana desde 22850 a 1000 BP. Seg. Turon et al., 2003.

Fig. 4C – Evolução do coberto vegetal do Sudoeste português, do Tardiglaciar ao Holocénico médio. Seg. Queiroz, 1999.

Fig. 4D – Evolução geomorfológica holocénica da Costa Sudoeste Portuguesa e localização dos principais acampamentos epipaleolíticos.

Legenda da carta geomorfológica de Vanney e Mougenot, 1981 (adaptada em Soares, 1992):1: linha de falha (a: confirmada; b: provável); 2: escarpa da cobertura (a: relevo em cornija, b: talude); 3: escarpa no soco; 4: escarpa de falha múltipla com carreamento; 5: inselberg de resistência (rocha eruptiva); 6: falésia viva (a: no soco; b: na cobertura resistente; c: nas formações móveis); 7: falésia afundada (a: no soco; b: na cobertura resistente); falésia fóssil (c); 8: superfície de acumulação (glacis, e bolsa sedimentar); 9: dunas e areias eólicas; 10: praia litoral ou submarina; 11: raso de maré (a); pântano de maré e de estuário assoreado (b); 12: terraço fluvial (a); vale encaixado (b); 13: superfície culminante da Meseta ibérica talhada no soco; 14: superfície de aplanamento periférica no soco (a), na cobertura (b).

 Localização de jazidas epipaleolíticas e reconstituição das linhas de costa correspondentes ao Tardiglaciar-Preboreal: 1- Cabo de Sines; 2-Oliveirinha I (Sines); 3 – Aivados (Vila Nova de Milfontes); 4 – Espigão(Vila Nova de Milfontes); 5 – Nascedios (Vila Nova de Milfontes); 6 - Pedra do Patacho (Vila Nova de Milfontes); 7- Palheirões do Alegra (Odemira); 8- Medo da Fonte Santa (Arrifana-Aljezur); 9- Castelejo I (Vila do Bispo); 10 – Quebradas 1 e 3 (Vila do Bispo).

Fig. 5 – Falésias de Sines. Pintura de Celestino Alves, óleo sobre tela, 45x54cm, 1962. Colecção MAEDS. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 6 - Dunas a sul de S. Torpes. Foto de Joaquina Soares.

Figs. 7 – Arriba do Burrinho (Sines). Pormenor de duna consolidada, provavelmente wurmiana. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 8 – Arriba do Burrinho (Sines). Na base, xistos do Carbónico, sobrepostos por arenitos ferruginosos mal consolidados, de idade plistocénica, onde surgem artefactos do Paleolítico inferior. No topo, duna consolidada, provavelmente wurmiana. Ao fundo, a povoação de Porto Covo. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 9 – Aivados. Localização de acampamento epipaleolítico. Em último plano, Serra do Cercal. Foto de Carlos Tavares da Silva.

Fig. 10 – Duna da Praia dos Nascedios. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 11 – Praia dos Nascedios. Ocupação do Epipaleolítico (extremidade norte) e do Neolítico antigo evolucionado (extremidade sul). Foto de Joaquina Soares.

Fig. 12 – Foz do Mira. Representam-se o sítio epipaleolítico da Pedra do Patacho (elipse a vermelho), o habitat calcolítico da Etar de Vila Nova de Milfontes (círculo vermelho), o forte seiscentista de V. N. Milfontes (seta). Imagem satélite Google Earth.

Fig. 13A – Localização do concheiro epipaleolítico do Medo da Fonte Santa. Imagem satélite Google Earth.

Fig. 13B – Aljezur. Litoral escarpado visto a partir do concheiro epipaleolítico do Medo da Fonte Santa. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 13C – Pormenor da camada conquífera de Fonte Santa (Aljezur). Foto de Joaquina Soares.

Fig. 14 A – Praia do Castelejo (Vila do Bispo) com localização de concheiro com ocupações desde o Epipaleolítico até ao Neolítico antigo. Imagem satélite Google Earth.

Fig. 14 B - Praia do Castelejo (Vila do Bispo), vista de montante, com o concheiro assinalado por elipse. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 14 C - Praia do Castelejo (Vila do Bispo), vendo-se a foz do barranco que limita o concheiro pré-histórico. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 15A- Sítios mesolíticos da Costa Sudoeste e do Vale do Sado. Seg. Soares, 2013.

Fig. 15B - Território mesolítico do paleoestuário do Sado com a delimitação do leito de cheia do rio.

1 - Arapouco; 2 - Cabeço do Rebolador; 3 - Barrada das Vieiras; 4 - Amoreiras; 5 - Vale de Romeiras; 6 - Cabeço do Pez; 7 - Várzea da Mó; 8 - Barrada do Grilo; 9 - Fonte da Mina; 10 - Poças de São Bento; 11 - Barranco da Moura. Adaptado de Arnaud, 1989. Seg. Soares, 2013.

Fig. 15C- Modelo de mobilidade logística praticada na Costa Sudoeste durante o Mesolítico. Seg. Seg. Soares et al., 2005-07.

Fig. 16 – Sítio mesolítico e do Neolítico antigo de Samouqueira, vendo-se ao fundo a povoação de Porto Covo planeada durante o século XVIII, e as arribas talhadas nos xistos do Carbónico actuadas por dinâmica erosiva. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 17A – Acampamento mesolítico de Armação Nova especializado na exploração de sílex. do Cabo de S. Vicente. Seg. Soares et al., 2005-07.

Fig. 17 B – Ponta de Sagres. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 17 C – Entrada da fortaleza da Ponta de Sagres. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 17 D – Forte do Belixe. Foto de Rosa Nunes.

Figs. 17 E-F – Cabo de S. Vicente. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 17 G – Entrada da Fortaleza do Cabo de S. Vicente. Foto de Rosa Nunes.

Figs. 17B e G - A plataforma de abrasão da Ponta de Sagres e Cabo de S. Vicente, finisterra para onde convergiram temor e mitos, foi na Pré-história território de exploração de sílex (sítio mesolítico de Armação Nova), e de agro-pastorícia (sítio neolítico de Cabranosa). Nos séculos XV-XVI, ponto de vigilância sobre o Atlântico e lugar mítico de planeamento da Expansão. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 18 – Vertente meridional do maciço ígneo dos Chãos de Sines. Povoado do neolítico antigo de Vale Pincel I (Sines). Fotos de Carlos Tavares da Silva.

Fig. 19 - Recipientes cerâmicos do Neolítico antigo da Cabranosa (Vila do Bispo). Colecção do Museu Nacional de Arqueologia. Fotos de Rosa Nunes.

Fig. 20- Localização dos principais sítios do Neolítico antigo e antigo evolucionado da Costa Sudoeste Portuguesa. (5700 - 4500 BC). Seg. Joaquina Soares, 1997.

Fig. 21 – Modelo de neolitização da Costa Sudoeste Portuguesa. Seg. Joaquina Soares, 1997.

Fig. 22A – Dinâmica evolutiva da população mesolítica do Sado. Construção de um território e de uma identidade mesolíticos no paleoestuário do Sado. Seg. Joaquina Soares, 2013. Indicadores de identidade sociocultural: 1 - territorialidade; 2 - habitats de longa diacronia; 3 - necrópoles no inte­rior dos lugares habitados; 4 - homogeneidade dos rituais funerários; 5 - estratégias de subsistência comuns (largo espectro); 6 - homogeneidade das matérias-primas; 7 - tradição tecno-tipológica na produção artefactual.

Fig. 22B - Datações radiocarbónicas do Mesolítico do paleoestuário do Sado. A imagem ilustra uma ocupação contínua desde a segunda metade do VII à segunda metade do V milénios cal BC.

Fig. 22C – Plano da base da sequência estratigráfica de Poças de S. Bento. Adaptado deLarsson, 2010. As sepulturas nos11 e 13 do desenho original foram removidas por ter sido comprovada a sua pertença a fases de ocupação posteriores (V milénio cal BC). 1- Limite da área residencial (A - Área residencial; B - Necrópole). 2 - Orifícios de poste. 3 - Outras estruturas domésticas negativas. 4 - Grandes blocos pétreos.


Fig. 22 D - Inumações de Amoreiras em posição contraída e com orientações opostas. Escavação de 1958. Desenhos de Dario de Sousa (Arquivo do Museu Nacional de Arqueologia).

Fig. 22 E - Cabeço do Pez. Cerâmicas impressas, plásticas e incisas. Fotos do arquivo MAEDS. Seg. Soares, 2013.

Fig. 23 – Evolução paleogeográfica do estuário do Sado nos últimos 18 000 anos. Seg. Conceição Freitas e César Andrade, 2008.

Fig. 24 – Reconstituição do paleoestuário do Sado durante o Neolítico médio. (IV milénio cal. BC): 1-2 – Área urbana de Setúbal; 3- Faralhão, 4- Mitrena; 5-11- Habitats da Comporta. Seg. Soares 2008.

Fig. 25 – Paleoestuário do Sado no Neolítico médio. Localização dos concheiros neolíticos da Comporta, seg. Tavares da Silva et al., 1986. Em baixo, povoado da Malhada Alta (último plano); foto de Joaquina Soares.

Fig. 26 – Ídolo em terracota do Possanco (Comporta). Neolítico final, transição para o III milénio BC. Des. de David Jesus e foto de Rosa Nunes.

Fig. 27A - Planta e alçado da sepultura protomegalítica do Marco Branco (Santiago do Cacém). Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

Fig. 27B - Sepultura do Marco Branco. Mobiliario funerário. Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

Fig. 27C - Distribuição de artefactos nos diversos tipos de monumentos megalíticos do Alentejo Litoral: A – Marco Branco (Santiago do Cacém); B – Palhota (Melides); C – Pedra Branca (Melides). Seg. Tavares da Silva & Soares, 1983.

Fig. 27D – Necrópole megalítica de Boiças (Grândola). Caderno de campo de O. da Veiga Ferreira (Cardoso, 2008) e desenho de G. e V. Leisner (1959).

Fig. 27E – Monumentos calcolíticos, de falsa cúpula, do Lousal (em cima) e de Amendoeira Nova/Colos. Caderno de campo de Octávio da Veiga Ferreira (Cardoso, 2008) e Vera Leisner, 1965.

Fig. 28A – Dólmen da Pedra Branca (Melides), localizado no sopé da Serra de S. Francisco. Escavação da colina tumular pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS).

Fig. 28B – O dólmen da Pedra Branca foi construído e utilizado na segunda metade do IV milénio BC.; após o seu encerramento, foi reutilizado através da instalação na câmara funerária de duas sepulturas individuais, em fossa, do período campaniforme tardio ou Idade do Bronze antigo. Planta seg. Octávio da Veiga Ferreira et al., 1975. MAEDS.

Fig. 28C - Dólmen da Pedra Branca. Colar de contas discoidais em xisto do Neolítico final (primeira fase de utilização do monumento). Foto de Rosa Nunes. MAEDS.

Foto 28D - Dólmen da Pedra Branca. Caçoila campaniforme pertencente à reutilização da Idade do Bronze antigo. Foto de Rosa Nunes. MAEDS.

Fig. 29A – Placa de xisto gravada do Neolítico final, proveniente de sepultura megalítica da baía de S. Torpes (Cerro do Banheiro), completamente destruída. Apud Tavares da Silva e Soares, 1981.

Fig. 29B – Ídolo-cilindro calcolítico (primeira metade do III milénio BC) em mármore, proveniente do tholos de Salema, destruído por pedreira. Colecção do Museu Municipal de Santiago do Cacém. Seg. Tavares da Silva & Soares, 1981.

Fig. 30 - Modelo esquemático de rede de povoamento da 1.ª metade do III milénio da margem esquerda do médio Guadiana. Neste tipo de organização social, francamente hierarquizada, poderiam existir já relações do tipo centro-periferia incipientes e de base voluntarista, encapsuladas em ideologia comunitária/parental. Aquelas relações propiciariam desigual distribuição de excedentes, favorável ao centro de cada um dos subsistemas constituintes da rede regional de povoamento. Seg. Soares, 2013.

Fig. 31 – Recinto megalítico de Monte Novo dos Chãos de Sines, adaptado a recinto habitacional durante o Calcolítico. Foto de Carlos Tavares da Silva.

Fig. 32A – Localização do Monte da Tumba (Torrão do Alentejo) em imagem de satélite Google.

Fig. 32B – Planta do Monte da Tumba (Torrão do Alentejo), um dos primeiros povoados calcolíticos da área do Sudoeste a ser escavado em extensão. Fases de construção: 1-3 - 1ª metade do III milénio; fase 4 - corresponde ao Horizonte Campaniforme (G. Internacional); fase 5 - de cronologia indeterminada. Seg. C. Tavares da Silva e J. Soares, 1987.

Fig. 32C – Reconstituição tridimensional cumulativa da fortificação calcolítica de Monte da Tumba. Desenho de Cristina Menezes.

Fig. 32D – Monte da Tumba. Cultura material: 1 - prato com decoração simbólica; 2 – enxó em pedra polida; 3 - machado em cobre arsenical. Seg. C. Tavares da Silva e J. Soares, 1987.

Fig. 33A – Povoado calcolítico de Castelos do Torrão. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 33B - Povoado calcolítico de Castelos do Torrão. Foto de Google Street.

Fig. 34A – Litoral a sul da Ilha do Pessegueiro, vendo-se o sítio do Neolítico antigo evolucionado e do Bronze antigo (Horizonte Campaniforme Tardio) de Vale Vistoso (seta branca). Foto de Joaquina Soares.

Fig. 34B – Da praia de Vale Vistoso, para norte, vendo-se a Ilha do Pessegueiro. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 35A – Sepulturas do Horizonte de Ferradeira ou Idade do Bronze antigo de Milfontes e Odemira, escavadas no séc. XIX por Abel da Silva Ribeiro. In Veiga, 1891.

Fig. 35B – Necrópole de cistas do Bronze médio do Sudoeste. Herdade do Pessegueiro. As sepulturas coloridas a verde foram construídas em xisto; as sepulturas coloridas a bege foram construídas em arenito dunar. Foto de C. Tavares da Silva. Seg. Tavares da Silva & Soares, 2009.

Fig. 35C – Necrópole de cistas do Bronze médio do Sudoeste. Levantamento topográfico da necrópole de Vale Feixe. Seg. Vilhena e Alves, 2008.

Fig. 35D e E – Sepulturas da necrópole de Vale Feixe (Odemira), vendo-se vestígios de recinto tumular e de tumuli. Fotos de Jorge Vilhena.

Fig. 35F – Necrópole de cistas do Bronze médio do Sudoeste de Vale da Telha (Aljezur). Seg. Gomes, 2015.

Fig. 35G – Cerâmicas funerárias provenientes das necrópoles de Sines. Idade do Bronze médio do Sudoeste. Colecção MAEDS. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 36A – Estela da transição para o Bronze Final I (1300/1250 B.C.), da Herdade da Defesa (Alvalade do Sado/Santiago do Cacém). Possui espada com cinturão e idoliforme insculturados, insígnias de elite guerreira, proto-estatal. Em depósito permanente no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, por transferência do Museu Nacional de Arqueologia. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 36B – Estela da transição para o Bronze Final I (1300/1250 B.C.), da Herdade de Abela. Possui espada com cinturão, alabarda e idoliforme insculturados, insígnias de elite guerreira, proto-estatal. Colecção do Museu Municipal de Santiago do Cacém. Foto de Arquivo C.M.S.C.

Fig. 36C– Vista da colina do santuário de N. do S. do Livramento, onde parece ter existido um inexpugnável sítio da Idade Bronze, para o montado de S. Francisco da Serra. Paisagem cultural paulatinamente construída a partir do III milénio BC, no âmbito da Revolução dos Produtos Secundários da Criação de Gado.

Fig. 36D – Estela da Idade do Bronze final II (tipo estremenho). Séculos X- IX a. C. Vale Figueira (Vila do Bispo). Apud ALMAGRO, 1996, p. 73.

Figs. 37A e B – Estelas com escrita do Sudoeste Peninsular, da primeira Idade do Ferro. Séculos VII/VI a. C.. A - Desenho da estela de Pére Jaques, Aljezur. B - Estela 1 da necrópole de Pardieiro (S. Martinho das Amoreiras), em exposição no Museu da Escrita do Sudoeste (Almodôvar). Foto Luís Guerreiro (C.M. Odemira, 2009).

Figs. 38A e B – Na margem direita da ribeira de Morgavel, a pouca distância da foz, herdade do Gaio, foram localizadas duas sepulturas de tipo cista em xisto, com um notável espólio funerário (tesouro do Gaio) do período orientalizante (séculos VII-VI a.C.). As peças mais características da ourivesaria fenícia (jóias leves com muito trabalho incorporado, e recurso à estandardização) são um par de arrecadas decoradas por cabeças bifrontes encimadas por flores de lótus (A) e gargantilha compósita decorada por pégasos (B).

Figs. 39A e B – Planta da feitoria fenícia de Abul (séculos VII e VI A. C.), com evidentes paralelos na faixa sírio-palestiniana. A- primeira fase construtiva do palácio-feitoria, com torre e fosso. B- segunda fase construtiva, com maior segmentação do espaço, redução do pátio central, colmatação do fosso e nova abertura a nascente. Seg. Françoise Mayet e Carlos Tavares da Silva, 2000.

Fig. 39C - Feitoria fenícia de Abul. Fragmento de uma taça em cerâmica cinzenta importada de Gadir (Cádiz) com inscrição fenícia. Seg. Françoise Mayet e Carlos Tavares da Silva, 2000.

Figs. 40A-C - Miróbriga. Durante a II Idade do Ferro, séculos IV-III a. C., chegam à costa sudoeste influências continentais ou celtizantes, que se mesclam com a matriz cultural mediterrânea/turdetana prevalecente nesta região. Aqueles influxos estão particularmente bem representados na colina do “castelo velho” de Miróbriga (oval vermelha), dotada de urbanização sidérica (A) e cultura material característica da segunda Idade do Ferro como recipientes decorados por estampilhas (B-C). Adaptado Quaresma, 2014 (A); seg. Soares & Tavares da Silva, 1979 (B); foto de Rosa Nunes (C).

Fig. 41A – Necrópole dos Senhores dos Mártires (Alcácer do Sal). Armas de tipologia celtizante. Espadas e punhais “de antenas”. Seg. Schüle, 1969, apud Arruda, 1999-2000.


Fig. 41B - Kratêr-de-sino. Cerâmica ática de figuras vermelhas, pelo pintor dos
Tirsos Negros, 375-350 a.C.. Cena dionisíaca. Ménades e Sátiros. Alt.: 29cm. Diâm. máx. 28cm. Necrópole do Senhor dos Mártires, Alcácer do Sal. Colecção do Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra. Cf. Pereira, 1962.

Fig. 42 – Depósito votivo de Garvão. Embora se localize no exterior imediato da área em análise, não pode deixar de ser referido a propósito do mosaico de culturas da II Idade do Ferro, uma vez que é o contexto arqueológico que melhor espelha esta realidade cultural, em cuja escavação e estudo participou o Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal. Nesta placa de prata pode ver-se uma provável representação da deusa fenício-púnica Tanit. Museu Nacional de Arqueologia. Foto de José Pessoa/ Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF).

Fig. 43 – Depósito votivo de Garvão. Placas votivas de ouro com representação de olhos, realizadas pelas técnicas de repuxado e incisão a buril. Museu Nacional de Arqueologia. Foto de José Pessoa/ Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF).

Fig. 44 – A ilha do Pessegueiro (Sines), referida nos textos clássicos como ilha de Poetanion, com vestígios de ocupação da II Idade do Ferro e da Época Romana, comportou-se como importante porto de escala nas navegações mediterrânico-atlânticas. Imagem satélite Google Earth.

Fig. 45 – Ilha do Pessegueiro (Sines), vista do portinho de Porto Covo. Trata-se de uma das dunas consolidadas melhor conservadas da paisagem litoral wurmiana (há 18 000 anos), altura em que o mar estava 120m abaixo do actual e se formou um extenso campo de dunas. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 46A – Ilha do Pessegueiro (Sines) vista da praia. O canal entre a ilha e terra é um dos raros abrigos para a navegação na costa sudoeste alentejana. Estas particulares condições portuárias transformaram a ilha em entreposto comercial durante a alto império e centro produtor de salgas de peixe até ao seu abandono no século V d. C. As boas condições portuárias do local estiveram na origem do projecto de construção de um grande porto artificial no reinado de Filipe I de Portugal. Projecto que se iniciou nos finais do século XVI, dele restando os fortes de terra e da ilha (incompleto), mas que seria abandonado devido a sistemática acção destrutiva imposta pelos Corsários ao serviço da coroa inglesa. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 46B –Planta esquemática com a representação das estruturas romanas postas a descoberto, diferenciadas em três fases construtivas sequenciais. A primeira fase corresponde à segunda metade do séc. I; a segunda pertence ao séc. II e a terceira, aos sécs. III-IV. Seg. Tavares da Silva e Soares, 1993.

Fig. 47 – Cepo de âncora romana em chumbo, recolhida na baía de S. Torpes, em 1967, testemunhando naufrágio muito provavelmente resultante da forte ressaca que se faz sentir neste troço litoral. Existe ainda um outro exemplar, depositado, tal como este, no Museu Municipal de Sines.

Figs. 48-50 – Praia de S. Torpes. Tríptico fotográfico de Rosa Nunes intitulado “Lenda de S. Torpes”.

Fig. 51A – Cidade romana de Miróbriga (Santiago do Cacém). Templos e fórum. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 51B – Cidade romana de Miróbriga (Santiago do Cacém). Termas. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 51C - Vista aérea do hipódromo (adaptado de Barata, 2001).

Fig. 52 – Reconstituição do paleoestuário do Sado, com a localização da Ilha de Achale. Seg. Joaquina Soares & Carlos Tavares da Silva, 2012.

Fig. 53 – Localização dos principais fornos de ânforas romanas do Baixo Sado. Seg. Françoise Mayet et al., 1996.

Fig. 54A - Península de Tróia. Vista aérea. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 54B – Estabelecimento “industrial” romano de preparados piscícolas (salgas de peixe e molhos), satélite de Caetobriga, localizado na península de Tróia. Fotos de Rosa Nunes, desenho de Yasmin Makaroun e imagem satélite Google Earth.

Figs. 55 e 56 – Castelo de Alcácer do Sal visto de Oeste e paisagem que dele se avista para sul. Nesta colina debruçada sobre o Sado localizou-se uma importante urbe, provavelmente de nome Beuipo, desde o período orientalizante (I Idade do Ferro), no século VII a. C.. Sucederam-lhe, sem descontinuidades, a cidade romana de Salacia, a medina islâmica e o castelo medieval cristão, conferindo a este espaço uma forte carga simbólica no contexto da cidade actual. Fotos de Rosa Nunes.

Fig. 57 – Tróia. Basílica visigótica. Seg. Maciel, 1996.

Fig. 58 – Desenho de frescos da basílica visigótica, com elementos característicos da simbólica paleocristã. Seg. A. I. Marques da Costa apud Maciel, 1996.

Fig. 59 – Tróia. Baptisterium. Em cima, secções transversal e longitudinal; em baixo, reconstituição do interior. Seg. Maciel, 1996.

Fig. 60 – Tróia. Lucerna paleocristã. Seg. Maciel, 1996.

Fig. 61 São João dos Azinhais (Torrão). Pé de altar com cruz pátea em alto relevo no fuste. Século VII. Periodo Visigótico Tardio. Colecção do Museu do Torrão. Foto de J. Soares.

Fig. 62 – Ermida da Idade Moderna de S. João dos Azinhais, instalada sobre o templo paleocristão. Seg. Feio, 2010.

Fig. 63 – Rede viária tardo romana/visigótica, onde fica patente a centralidade de Pax Iulia. Seg. Feio, 2010.

Fig. 64A – Localização do Ribat de Arrifana (Ponta da Atalaia). Imagem satélite Google.

Fig. 64B – Vista do promontório escarpado onde se localizou o Ribat de Arrifana. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 64C – Pormenor de edifício religioso do santuário islâmico de Arrifana. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 65A Marco de propriedade da Ordem de Santiago (pormenor da cruz da ordem). Concelho de Alcácer do Sal. Colecção Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer do Sal. Foto de Joaquina Soares


Fig 65B – Marco de propriedade da Ordem de Santiago. Concelho de Sines. Século XV. Colecção Museu de Arqueologia de Sines. Foto Arquivo C.M.S.

Fig. 66 – Prato em faiança com a cruz da Ordem de Santiago. Idade Moderna. Colecção Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer do Sal. Foto de Joaquina Soares.

Fig. 67 – Galeria de retratos de Vasco da Gama. Da esq. para a dir.: pintura a óleo sobre madeira do século XVI (24,5 x 18,7 cm) de autor desconhecido. Museu Nacional de Arte Antiga; retrato incluído em Breve Tratado ou Epílogo dos Vice Reis da Índia (Paris, Biblioteca Nacional), século XVI; óleo sobre tela (120 x 80cm), século XIX, atribuído a Auguste Roquemont, Câmara Municipal de Sines.

Fig. 68 – Rotas da viagem de ida e volta de Vasco da Gama à Índia. 1497-99. Desenho de Gago Coutinho. In Adão da Fonseca, 1998.

Fig. 69 – Alvará de D. Manuel I que proíbe a entrada de Vasco da Gama em Sines, sob pena de multa de 500 cruzados. Datado de 21 de Março de 1507. Livro dos Copos, Ordem de Santiago, livro 272, fl. 257. Instituto Nacional dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo. Seg. Falcão e Pereira, 1998.

Fig. 70 – Gravura com representação do Adamastor da edição de Os Lusiadas, Paris, 1817.

Fig. 71 – Escultura do poeta de Quinhentos, Bernardim Ribeiro. Torrão. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 72 - Cais de pesca da Carrasqueira. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 73 – Bateira no cais de pesca da Carrasqueira. Ao fundo, a Serra da Arrábida. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 74 – Carrasqueira. Faina da pesca. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 75 – Carrasqueira. Mariscadores de bivalves. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 76 – Carrasqueira. Cabana tradicional de pescador. Foto de Rosa Nunes.

Figs. 77 A-B – Património edificado do período barroco do entreposto comercial do portinho fluvial de Porto Rei. Fotos de Rosa Nunes.

Figs. 78 e 79 – Frentes ribeirinhas de Alcácer do Sal. Fotos de Rosa Nunes.

Fig. 80 – Ex-voto de 1801 com representação de hiate. O porto de Alcácer do Sal era ainda nesta altura oceânico, deveria armar embarcações como a que surge aqui representada, com capacidade para realizar viagens de longo curso (Costa Ocidental de Marrocos). Seg. Cabeçadas & Soares, 1991.

Figs. 81-86 – Marinhas do Sado. Fotos de Rosa Nunes.

Figs. 87A e B – Paisagens de arroz. Alcácer do Sal. Fotos de Rosa Nunes.

Fig. 88 - Paisagens de arroz. Esteiro da Comporta/Carvalhal. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 89 – Espantalho de campo de arroz da Comporta/Carvalhal. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 90 - Paisagens de arroz (restolho). Alcácer do Sal. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 91 A – Património rural. Renque de casas unifamiliares destinadas aos trabalhadores da herdade da Barrosinha. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 91 B - Património rural. Núcleo central do assento agrícola da companhia agrícola da Barrosinha. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 92 – Vestígios materiais de antigas explorações de ostras nos lodos da margem esquerda do estuário do Sado. Esta actividade teve o seu auge nos anos 60 do século XX. Foto de Rosa Nunes.

Fig. 93 – Representação esquemática dos portos e portinhos de pesca do litoral a sul de Sines. Adaptado de Mendes, 1997.

Fig. 94 – Antigo porto de pesca de Sines. Século XVII

Figs. 95 A e B – Óleo sobre tela de Francisco Maia “Lavagem das redes”. Museu Municipal de Sines.

Fig. 96 – Porto de Sines. Imagem satélite Google.

Figs. 97 e 98 – Porto de águas profundas de Sines. Em primeiro plano, porto de embarcações de recreio.

Figs. 99 e 100 – Centro de Artes de Sines (http://centrodeartesdesines.com.pt/). 

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