5. Cabo de S.Vicente

5. Cabo de S.Vicente (N 37º01’22’’ - W 08º59’44,1’’)

O Cabo de S. Vicente, corresponde ao extremo SW de Portugal e nele é possível observar, para norte, a plataforma de abrasão marinha datada do Pliocénico, as arribas muito inclinadas talhadas em calcários do Jurássico e em turbiditos do Carbónico (mais a norte) e a ilhota da Pedra das Gaivotas, onde é possível observar o contacto das formações do Pliensbaquiano e do Sinemuriano. Ambas as formações são de natureza carbonatada, no entanto as rochas do Sinemuriano são essencialmente de carácter dolomítico enquanto as rochas do Pliensbaquiano são predominantemente calcíticas.

É possível descer a arriba a sul do Farol (com um certo cuidado) e observar as rochas do Pliensbaquiano. Estas rochas são calcários e calcários dolomíticos, com nódulos e camadas de cherte intercalados e nelas é, em alguns locais, possível de observar alguns fósseis, nomeadamente de equinodermes. Os nódulos de cherte são notáveis pelas suas formas muito irregulares. A descida é só possível até metade da arriba, sendo possível observar nas arribas vizinhas as rochas mais compactas que constituem os dolomitos do Sinemuriano.

Figura 10 - Vista para norte do Cabo de S. Vicente. É bem visível na imagem a superfície, quase horizontal, correspondente à antiga plataforma de abrasão marinha e, em primeiro plano, a Pedra das Gaivotas, pequena ilha talhada em rochas do Jurássico inferior. Os sedimentos avermelhados visíveis correspondem aos depósitos do Triásico descritos na praia do Telheiro.

Figura 11 - Aspeto geral dos calcários e calcários dolomíticos com nódulos de cherte do Pliensbaquiano observável na descida da arriba sul do Cabo de S.Vicente. é bem visível o carácter estratificado desta formação por contraste com a formação subjacente do Sinemuriano, fortemente dolomitizada e onde é difícil perceber a existência de estratificação.

Figura 12 - Formação dos calcários e calcários dolomíticos com nódulos de cherte, sobre a qual assenta o farol do Cabo de S. Vicente, visível na descida da arriba sul do Cabo. Nesta foto é visível, para além do aspeto geral das rochas calcárias, com tonalidades que variam entre o creme o o avermelhado, um nódulo de cherte, de morfologia irregular, imediatamente acima da moeda.